Dissertações Mestrado CC
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- ItemAssociação entre qualidade de vida e da dieta na doença aterosclerótica(Instituto Nacional de Cardiologia, 2014) Santos, Elisa Maia dosIntrodução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo. A qualidade de vida e da dieta podem se encontrar reduzidas nos pacientes com doença aterosclerótica, tornando-se importante sua avaliação nestes pacientes. Objetivo: Avaliar o estado nutricional, prática de atividade física, qualidade de vida (QV) e da dieta, e a associação entre esses dois indicadores em pacientes com doença aterosclerótica (DA). Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em dois centros de saúde da cidade do Rio de Janeiro, com pacientes com história documentada de doença aterosclerótica nos últimos dez anos, participantes de estudo multicêntrico nacional. O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira etapa foram realizadas antropometria, aferição de pressão arterial, aplicação do questionário SF-36 para avaliação da QV e avaliação da prática de atividade física. Na segunda etapa foi realizada avaliação bioquímica e aplicado o questionário de frequência de consumo alimentar. Para avaliação da qualidade da dieta foi utilizado o Índice de qualidade da dieta revisado para a população brasileira (IQD-R). Utilizou-se os testes de Mann Whitney e Kruskal Wallis para avaliar diferenças entre os grupos. Os resultados foram expressos em mediana e percentis 25 e 75 (p25-p75). As análises foram realizadas, no programa estatístico SPPS (Statistical Package Social Science) versão 21. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Participaram do estudo duzentos e setenta e três pacientes com média de idade de 64,6 ±8,8 anos, em sua maioria do sexo masculino (61,5%). Foi observada mediana de IQD-R de 78,54 (75,65-80,48). Observamos ainda o elevado consumo de alimentos ultraprocessados, representando cerca de 20% da ingestão calórica média. O consumo de vitamina D e E encontra-se aquém das recomendações segundo as Estimativas médias de consumo (EAR). Foram observados baixos escores de QV no grupo avaliado, sendo a QV pior nas mulheres. Os pacientes obesos apresentaram pior qualidade da dieta e de vida, além de menor consumo de frutas e leite e derivados. Os pacientes praticantes de atividade física apresentaram melhor QV e da dieta. O consumo adequado de ácidos graxos saturados foi associado a melhor QV. Conclusão: Pacientes com DA em prevenção secundária apresentaram baixa qualidade de vida e da dieta. Foi encontrada associação fraca entre QV e qualidade da dieta no grupo estudado, mas o consumo de ácidos graxos saturados dentro das recomendações foi associado a melhor qualidade de vida. Sugerimos que a avaliação desses índices possa ser uma ferramenta útil para ao acompanhamento clínico e nutricional de pacientes com doença aterosclerótica.
- ItemCorrelação entre incompatibilidade HLA e rejeição nos transplantes cardíacos realizados no Instituto Nacional de Cardiologia(Instituto Nacional de Cardiologia, 2014) Schtruck, Lígia Beatriz Chaves EspinosoIntrodução: O presente estudo tem como objetivo principal correlacionar o número de incompatibilidades HLA com a frequência de rejeição celular aguda, nos primeiros seis meses após o transplante cardíaco. O objetivo secundário é detectar a presença de anticorpos neoformados pelo receptor, tanto para antígenos HLA, quanto não-HLA (MICA). Métodos: estudo de Coorte. A população foi composta por todos os pacientes adultos transplantados no Instituto Nacional de Cardiologia (INC) no período de 01/01/2008 e 31/12/2013, excluídos os receptores ou doadores sem HLA determinado. Do total de 39 transplantes foram incluídos 25 pacientes e seus respectivos doadores, realizada pesquisa de neoanticorpos por citometria de fluxo em 21 receptores (quatro haviam falecido na ocasião do estudo). Determinado os loci: HLA-A, HLA-B e HLA DR do doador e do receptor pela metodologia de PCR- RSSO. Classificados em 6 grupos, de acordo com o número de incompatibilidades entre alelos HLA. Pesquisa de anticorpos neoformados por citometria de fluxo e imunofluorescência. Biópsias endomiocárdicas coradas pela técnica de hematoxilina- eosina e coloração especial de tricrômio de Gomori, analisadas e classificadas de acordo com os achados histológicos definidos pela International Society of Heart and Lung Transplantation (ISHLT). Resultados: Não houve correlação significativa entre o numero de incompatibilidades e a frequência de rejeição celular aguda nos primeiros seis meses apos o transplante, quando analisado o numero de incompatibilidades HLA de maneira global (p:0,350). Ao analisarmos separadamente a incompatibilidade no locus HLA-DR, encontramos uma frequência de rejeição significativamente maior (p: 0,054). Não houve interferência dos outros fatores analisados: idade, raça, tipagem sanguínea, sexo (doador x receptor), causa do óbito do doador, viremia por CMV, presença de neoanticorpos anti-HLA e MICA. Conclusão: Foi encontrada correlação significativa entre incompatibilidade HLA-DR e maior numero de episódios de rejeição celular aguda nos primeiros 6 meses após transplante cardíaco. Em quatro dos 21 receptores analisados foi detectada presença de neoanticorpos, todos sem evidência de rejeição confirmada por biópsia endomiocárdica.
- ItemAnálise comparativa entre hemoculturas, cultura valvar e histopatológico de válvulas de pacientes com diagnóstico de endocardite infecciosa submetidos à cirurgia de substituição valvar(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Brandão, Tatiana Joly DrullaIntrodução: Endocardite infecciosa (EI) é uma doença grave que acomete o endocárdio. O agente etiológico usualmente é determinado por hemocultura; também cultura e histopatologia valvar quando o paciente é operado. Objetivos: Descrever casos de pacientes com EI definitiva submetidos à cirurgia cardíaca, comparar resultados da hemocultura, cultura valvar e histopatológico, correlacionar o uso de antibioticoterapia anterior e posterior à cirurgia aos achados da cultura valvar e da histopatologia, comparar os critérios clínicos de St Thomas’ e Duke. Métodos: Estudo de séries de casos de 2006 a 2014 com coleta de variáveis de ficha padrão, laudos histopatológicos e relatos cirúrgicos. Resultados: Foram incluídos 136 episódios de EI definitiva em 133 pacientes. A idade média foi 43 ± 15,6 anos; 89/136 (65%) eram homens. Hemoculturas foram colhidas em 135/136 (99%) sendo negativas em 57/135 (42%). Estreptococos do grupo viridans foram isolados em 28/78 (35%) e Staphylococcus aureus em 12/78 (15%). Febre ocorreu em 127/136 (93%), vegetação em 119/136 (87%), regurgitação nova em 114/136 (83%). A sensibilidade dos critérios clínicos de Duke foi 80% e de St Thomas ́, 86%. Foram enviadas para cultura 84 valvas e 2 pontas de cabo de marcapasso ; 7/86 (8%) foram positivas. Análise histopatológica de 119 valvas mostrou EI definitiva em 96 (80%). Houve correlação estatística entre hemoculturas positivas e a presença de microrganismo ao histopatológico (p =0,01). Nos pacientes com hemoculturas positivas, 81% apresentaram histopatológico definitivo para EI com visualização de microrganismo em 50% (p=0,01); naqueles com hemoculturas negativas, estes valores foram 68% e 28% respectivamente (p=0,02). Não houve correlação estatística entre histopatologia e cultura valvar. O tempo de antibioticoterapia prévia à cirurgia não apresentou correlação estatística com a histopatologia e a cultura valvar. O tempo de antibioticoterapia utilizada no pós operatório correlacionou-se estatisticamente com a histopatologia (p = 0,002). Conclusão: O histopatológico valvar apresenta boa sensibilidade no diagnóstico de EI enquanto a cultura valvar tem baixa sensibilidade. Os critérios de St Thomas’ aumentaram a sensibilidade diagnóstica para EI. O tempo de ATB no pós operatório teve correlação com achados histopatológicos.
- ItemAnálise de variáveis prognósticas pré-transplante cardíaco relacionados com a sobrevida pós-transplante no Instituto Nacional de Cardiologia(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Baumworcel, LeonardoIntrodução: A insuficiência cardíaca é a via final da maior parte das doenças que acometem o coração e representa um desafio na gestão da saúde. O transplante cardíaco é uma estratégia viável para pacientes com doença cardíaca em fase terminal. A escassez de doadores requer um processo para assegurar a seleção apropriada do destinatário. No Brasil, existe uma lista única de candidatos em ordem cronológica de chegada. Análise dos fatores de risco relacionados com a mortalidade na população local é essencial para os processos de alocação deste recurso escasso. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar os fatores de risco, exclusivamente com o receptor relacionado com a mortalidade de um ano. Metodologia: Esta pesquisa é uma coorte de todos os pacientes transplantados entre 2008 e 2013, no Instituto Nacional de Cardiologia. As variáveis gerais foram coletadas a partir de arquivos de paciente, que incluíam os resultados laboratoriais obtidos e resumos pré-transplante. As variáveis coletadas em fase pré-transplante incluíram: cor (branco ou preto); uso de betabloqueador; hipertensão; diabetes mellitus; dislipidemia; tabagismo; etilismo; cirurgia cardíaca prévia; peso; depuração da creatinina e bilirrubina total. Analisamos também a pontuação IMPACT que congregam quase todas as variáveis que foram analisadas de forma independente. O Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia aprovou este projeto, em conformidade com as recomendações do Conselho Nacional de Saúde. Quarenta e dois pacientes foram incluídos de ambos os sexos em nossa coorte. Nenhuma de nossas variáveis foi relacionada nas análises univariada, com a mortalidade. No entanto, uma análise exploratória da pontuação IMPACT, constatou que a dicotomização da pontuação em maior ou menor que 6 poderia ser usadas para diferenciar o risco de morte. No subgrupo que evoluiu para óbito, a proporção de pacientes com pontuação no escore IMPACT ≥ 6 (42,1%) foi maior que o grupo sobrevivente (8,7%), de forma estatisticamente significativa (p = 0,014). Discussão: Na população de pacientes de transplante de coração variáveis individuais não foram capazes de prever a mortalidade em um ano. No entanto, a pontuação do escore IMPACT o fez. Sugerimos que pesquisas futuras poderiam usar a hipótese que a pontuação do escore IMPACT pode também ser usada como uma das variáveis na prioridade da alocação de candidatos ao transplante cardíaco
- ItemAvaliação da adequação das indicações de cintilografia miocárdica em um hospital terciário(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Santos, Mauro Augusto dosIntrodução: Os custos em saúde têm aumentado de forma substancial, tornando-se um imenso desafio para economia mundial. A utilização de novas tecnologias que visam um diagnóstico mais precoce e preciso, e consequentemente um tratamento mais eficaz, requer uma aplicação criteriosa para que o uso inadequado não gere impactos financeiros e sociais desnecessários. Objetivos: Avaliar em um hospital terciário do sistema único de saúde, a adequação das indicações de realização de cintilografia de perfusão miocárdica em pacientes com suspeita ou doença arterial coronariana já estabelecida; e estimar o impacto orçamentário da realização da cintilografia de perfusão miocárdica em pacientes com indicações inadequadas. Métodos: Estudo observacional, transversal, de 210 pacientes com suspeita ou doença arterial coronariana já diagnosticada, encaminhados à cintilografia miocárdica com estresse pelo exercício ou farmacológico. Através da anamnese, a história clínica do paciente foi confrontada com cenários clínicos extraídos do Appropriate Use Criteria for Cardiac Radionuclide Imaging de 2009, a fim de classificar a indicação do exame em umas das três categorias: adequada, inadequada e incerta. Análise de impacto orçamentário, utilizando modelo determinístico. Resultados: O percentual de solicitações adequadas foi de 78%, indicações inadequadas 12% e incertas 10%. A ausência de sintomas esteve de forma significativa relacionada com indicações inadequadas (p<0,01). Não houve diferença entre o percentual de pedidos inadequados de outras unidades do sistema único de saúde em relação ao centro terciário especializado em doenças cardiovasculares (10% versus 14,2%, p=0,76). A análise de impacto orçamentário demonstrou que o uso de um protocolo de adequação, aplicado à população atendida no serviço de medicina nuclear no período de um ano, geraria uma economia de R$ 239.185,92 reais. Conclusões: Os percentuais de indicações inadequadas na literatura variam de 12% a 14%, e sofrem a interferência de solicitações por médicos não cardiologistas; o que não ocorreu com a nossa amostra, podendo-se inferir que a taxa de inadequação de 12% reflete a prática do corpo clínico de um centro terciário especializado em doenças cardiovasculares, sugerindo a necessidade de um ajuste do nível de inadequação. A análise de impacto orçamentário estimou uma economia de recursos de 23,5% quando aplicado um protocolo de adequação.
- ItemFatores associados a eventos embólicos na endocardite infecciosa: análise dos casos do Instituto Nacional de Cardiologia entre os anos 2006 e 2011(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Monteiro, Thaíssa SantosIntrodução. As complicações embólicas são frequentes na endocardite infecciosa (EI) e agregam maior morbimortalidade. Contudo, as implicações dos eventos embólicos assintomáticos ainda são incertas. Informações sobre o comportamento da EI em países em desenvolvimento são escassos. Objetivos. O objetivo principal foi avaliar a frequência e gravidade dos eventos embólicos secundários a EI. O objetivo secundário foi descrever o perfil dos pacientes com EI. Métodos. Estudo retrospectivo incluindo 136 pacientes adultos com EI definitiva internados no Instituto Nacional de Cardiologia, Rio de Janeiro, Brasil,de 2006 a 2011. Foi realizada análise bivariada e multivariada para estabelecer fatores associados a eventos embólicos na EI. Resultados. A valvopatia reumática (VR) foi um fator predisponente em 51/127 (40,1%) dos pacientes. A complicação mais frequente observada foi a insuficiência cardíaca 75/136 (55,1%), seguida do evento embólico (50%, n=68). Dos 112 prontuários analisados quanto a eventos embólicos assintomáticos, observou-se que 32,1% (n=36) dos pacientes tiveram um evento embólico assintomático, sendo 9,8% (n=11) para o SNC e 25% (n=28) para o baço. Esplenectomia foi realizada em 18,7% (n=21). Cirurgia cardíaca foi realizada em 98/132 (74,2%). Na análise bivariada, a esplenomegalia e a EI da valva mitral foram fatores associados para eventos embólicos quaisquer, para o SNC e para o baço. Na análise multivariada, a esplenomegalia foi o único fator associado a evento embólico para qualquer sítio (p<0,01, OR 4,7, IC 2,04-11). Na embolia para baço, a esplenomegalia foi um dos fatores associados (p<0,01, OR 9,2, IC 3,32-29) assim como a presença de hemocultura positiva (p=0,05, OR 8,9, IC 1,45-177). A EI de valva mitral (p<0,05, OR 3,5, IC 1,23-10) e o sexo masculino (p<0,05, OR 3,2, IC 1,04-10) foram associados à embolia para o SNC. A realização de esplenectomia ou cirurgia cardíaca não teve impacto na mortalidade intra-hospitalar. Conclusão. A VR ainda é um importante fator de risco para EI na população estudada. A esplenomegalia foi um fator associado para eventos embólicos . Os eventos embólicos assintomáticos para o SNC e para o baço foram frequentes e resultaram na realização de esplenectomia antes da cirurgia cardíaca, mas não mostraram aumento na mortalidade intra-hospitalar.
- ItemAvaliação do prognóstico de pacientes com cardiomiopatia chagásica em relação às não chagásicas através do teste cardiopulmonar de exercício(Instituto Nacioal de Cardiologia, 2015) Souza, Fernando Cesar de Castro eIntrodução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome sempre progressiva e com elevada mortalidade, que nas suas fases avançadas pode requerer tratamentos mais complexos e dispendiosos como os cardiodesfibriladores implantáveis e o transplante cardíaco. A IC de etiologia chagásica parece ter maior mortalidade que as de outras etiologias que cursam com importante disfunção sistólica. O Teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) é uma ferramenta de avaliação prognóstica de reconhecida utilidade, mas ainda pouco estudada na cardiopatia chagásica. Objetivo: Avaliar se o TCPE pode discriminar as diferenças prognósticas da IC grave de etiologia chagásica das não chagásicas e verificar quais das suas variáveis são preditoras independentes de mau prognóstico. Métodos: Análise retrospectiva de 21 pacientes com IC grave de etiologia chagásica e 76 pacientes de etiologia isquêmica ou dilatada encaminhados ao TCPE em um centro cardiológico terciário no período de junho de 2005 a dezembro de 2011, e seguidos quanto a sua mortalidade em dois anos. Doze variáveis do TCPE foram avaliadas, as categóricas analisadas pelo teste do qui-quadrado ou exato de Fisher e as contínuas pelo teste U de Mann-Whitney. A curva de sobrevida de Kaplan-Meier e a análise de regressão logística foram utilizadas para avaliar as variáveis do TCPE independentes para óbito. Resultados: Durante os dois anos de seguimento houve óbito em 5 pacientes no grupo chagásico (GC) e 25 no grupo não chagásico (GNC), com uma mediana de tempo de 304 e 176 dias, respectivamente (p=0,87). A curva de Kaplan-Meier não mostrou diferença na curva de sobrevida entre os grupos (p=0,43 log rank). A análise de regressão logística encontrou a potência circulatória como a única variável preditora independente para óbito para ambos os grupos, com uma razão de risco para o GC de 17,3 (IC95% 1,39-217,0; p=0,027) e no GNC de 4,8 (IC95% 1,59-14,6; p=0,005). A curva ROC para esta variável encontrou uma área de 0,91 (IC95% 0,78-1,00; p=0,006) com um valor de corte 1280 mm Hg.mL.kg-1.min-1 no GC e uma área de 0,75 (IC95% 0,64-0,86; p<0,0001) com um valor de corte de 1245 mm Hg.mL.kg-1.min-1 no GNC. Conclusão: Na população estudada não foram encontradas variáveis do TCPE que predissessem de modo diferente a mortalidade entre a IC de origem chagásica da não chagásica. A potência circulatória foi a única variável preditora para o óbito em dois anos em ambos os grupos
- ItemImplante de prótese valvar aórtica transcateter: análise da experiência do Instituto Nacional de Cardiologia(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Azevedo, Fabiula Schwartz deIntrodução: Nos últimos anos, o implante de bioprótese aórtica transcateter (transcatheter aortic valve replacement (TAVR) ou transcatheter aortic valve implantation (TAVI)) tem sido alternativa de tratamento invasivo aos pacientes portadores de estenose aórtica (EAo) grave, sintomáticos e com alto risco operatório. A experiência do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) (Rio de Janeiro, Brasil) em TAVI foi descrita nesta coorte prospectiva. Objetivos: O desfecho primário foi conhecer a mortalidade por qualquer causa em até dois anos de seguimento. Os desfechos secundários foram comparar a variação clínica e ecocardiográfica pré e pós TAVI, segundo a classe funcional (CF) por New York Heart Association (NYHA) e gradiente médio e máximo transaórtico; comparar o gradiente médio transaórtico pós-implante e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ao longo do período de seguimento; e a ocorrência de complicações em até 2 anos. Metodologia: Foram incluídos no estudo todos os pacientes indicados e submetidos a TAVI no INC entre outubro de 2011 e novembro de 2014. Foi realizada avaliação clínica, laboratorial, eletrocardiográfica e ecocardiográfica dos pacientes pré e pós-implante, em até 2 anos. Resultados: 45 pacientes foram submetidos a TAVI entre outubro de 2011 e novembro de 2014 e a mediana do tempo de seguimento foi de 4,4 [1,4–18,2] meses. A mediana da idade foi de 79,4 [74,3–83,2] anos, 62,2% dos pacientes eram do sexo feminino e o EuroSCORE logístico foi 13,4 [8,4–20,3]%. A mortalidade por qualquer causa foi 17,8% [IC 95%: 8% - 32,1%]. Houve melhora significativa da classe funcional comparativamente pré e pós-TAVI (CF III ou IV 84,4% versus 13,1%, p < 0,001), no último seguimento. Houve queda do gradiente sistólico máximo (80 [67-95] versus 22 [17,2–29,5] mmHg; p < 0,001) e médio (49 [40–60,7] versus 12 [9,5–15,2] mmHg; p < 0,001), comparativamente pré e pós-implante, até a alta hospitalar. Os resultados de gradiente médio transaórtico pós-implante foram sustentados durante o tempo de seguimento (p = 0,142) e a FEVE não apresentou variação significativa nos momentos de avaliação do seguimento (p = 0,392). As complicações mais frequentes foram as hemorrágicas (28,9%), a necessidade de marca-passo definitivo (20%) e a lesão renal aguda (22%). Conclusões: A mortalidade e as complicações apresentadas nesse estudo foram aceitáveis para esse grupo de pacientes. Observou-se ganho funcional e melhora dos gradientes médio e máximo transaórticos nessa população comparativamente pré e pós-procedimento. O gradiente médio transaórtico atingido sustentado durante todo o período de seguimento e não houve variação significativa da fração de ejeção comparativamente pré-TAVI e após, durante todo o seguimento
- ItemInfluência da dieta, do exercício físico e dos medicamentos sobre a pressão arterial sistêmica: síntese de evidências(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Silva, Marcelo Antero daIntrodução: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica não transmissível de alta prevalência, considerada um dos principais fatores de risco cardiovascular modificáveis e um dos mais importantes problemas da saúde pública nacional e internacional. A redução dos níveis da pressão arterial (PA) em indivíduos hipertensos produz benefícios como a diminuição de doenças do aparelho circulatório e até mesmo de morte. No entanto, as taxas de controle dos níveis pressóricos populacionais ainda estão abaixo do desejado. Objetivos: Elaborar uma síntese de evidências sobre influência da dieta, da atividade física e dos medicamentos sobre a PA. Justificativa: Estas informações podem ser utilizadas no fortalecimento e na implementação de medidas para melhorar o controle da PA de uma população. Métodos: revisão sistematizada da literatura acerca dos efeitos da dieta, do exercício físico e dos fármacos sobre a PA nas bases de dados do Medline e da Cochrane Library. Resultados: Foram recuperadas 1.385 publicações inicialmente e 118 incluídos na síntese de evidências. Entre os 44 estudos sobre dieta, as maiores quedas foram 16,3 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) e 9,3 mmHg na pressão arterial diastólica (PAD) com a ingestão de alho. Entre os 25 estudos sobre exercício físico, as maiores quedas foram 17,03 mmHg na PAS e 9,98 mmHg na PAD com a prática do qigong. Entre os 49 estudos sobre medicamentos, as maiores quedas observadas foram 22 mmHg na PAS e 11,9 mmHg na PAD com associação de bloqueador do receptor de angiotensina e diurético. Conclusão: com base nas evidências encontradas foram sugeridas cinco opções para enfrentar o problema da hipertensão arterial: 1) Inserir profissionais da área de Nutrição em uma equipe multiprofissional de combate à hipertensão; 2) Diminuir a quantidade de sódio no preparo das refeições de instituições públicas; 3) Inserir profissionais da área de Educação Física em uma equipe multiprofissional de combate à hipertensão; 4) Ofertar gratuitamente programas de exercício físico, com orientação profissional, para a população em espaços públicos; 5) Utilizar anti-hipertensivos combinados em 1 comprimido de dose fixa.
- ItemDesenvolvimento da escala de adesão de lima: revisão integrativa e procedimentos teóricos direcionados a criação de um questionário para avaliar adesão dos pacientes ao tratamento da insuficiência cardíaca(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Lima, Viviani Christini da SilvaA insuficiência cardíaca (IC) é um agravo crônico de interesse na prática clínica e a adesão dos pacientes ao tratamento é um desafio, não havendo questionários para medir tal adesão Objetivo geral: Desenvolver um questionário para medir a adesão dos pacientes ao tratamento da insuficiência cardíaca numa perspectiva processual. Objetivos específicos: (1) buscar evidências para delinear o constructo Adesão; (2) operacionalizar o constructo Adesão em forma de questionário; (3) proceder à Análise Semântica do Questionário. Metodologia: Estudo metodológico, descritivo, de abordagem quantitativa. Procedimentos Teóricos para construção de questionários foram executados em três fases: Construção da Teoria do Constructo – com revisão de literatura e reflexão sobre as condutas clínicas; Operacionalização – com formação de comitê de peritos para Análise de Constructo, e também qualificação de entrevistadores para atuar em estudo piloto e assim possibilitar Análise Semântica. Resultados e Discussão: A teoria do Constructo foi ancorada nos fatores Alimentação, Hidratação, Peso Corporal, Medicação, Exercício Físico, Proximidade e Cuidados Gerais. Tal teoria foi operacionalizada em 7 domínios e 41 itens e descrições, que foram submetidos a um comitê de 6 peritos com concordância mínima inter peritos de 83% quanto a permanência dos elementos no questionário. 73% dos itens foi relacionado a um único domínio, demonstrando consenso e homogeneidade entre os peritos. A concordância entre peritos e versão inicial do questionário foi de 88%, remetendo a validação da Teoria do Constructo. Após análise semântica com os sujeitos o questionário passou a ser composto por 40 itens. O teste-piloto revelou que o questionário permite perceber dúvidas sobre o que já foi orientado e otimizar a educação em saúde. Testes preliminares de precisão foram realizados. Conclusão: Os procedimentos teóricos para construção do questionário foram concluídos, onde o mesmo foi considerado válido do ponto de vista do constructo. Este é um questionário processual para uso em totalidade que foi submetido a análise semântica e de constructo. Foi considerado válido do ponto de vista do conteúdo e de constructo, mas ainda necessita de outros estudos de validação e precisão, não podendo ser utilizado até a conclusão dos mesmos. Considera -se a avaliação da adesão um meio para individualizar o cuidado e promover a melhoria da qualidade de vida.
- ItemFatores de risco para endocardite infecciosa precoce de valvas protéticas: estudo caso-controle(Instituto NAcional de Cardiologia, 2016) Garrido, Rafael QuaresmaIntrodução: A endocardite infecciosa de valvas protéticas (EIVP) precoce é uma doença incomum, mas sua ocorrência está associada a grande morbidade e mortalidade. A incidência estimada é de 1 a 6% e a mortalidade associada é de 15 a 80%. O objetivo deste trabalho foi avaliar quais fatores estão associados à aquisição de EIVP precoce. Metodologia: este é um estudo caso-controle realizado no Instituto Nacional de Cardiologia de 2006 a 2016. Os casos foram os pacientes que tiveram EIVP definitiva pelos critérios de Duke modificados até 12 meses do implante. Os controles foram pacientes que realizaram cirurgia de troca valvar e que não tiveram EIPV até 12 meses da cirurgia de implante valvar. Casos e controles (1:3) foram pareados pela idade no momento da cirurgia (+/- 10 anos), gênero, data da cirurgia (+/- 1 ano) e tipo de cirurgia realizada. O seguimento mínimo foi de 12 meses. A análise estatística foi feita utilizando o programa R e o odds ratio foi a medida de associação utilizada. Resultados: foram estudados 26 casos e 78 controles, em 2496 cirurgias de troca valvar. A ocorrência média de EIVP precoce no período foi de 1,04%. Das próteses implantadas, 53,8% eram biológicas e 46,2% eram mecânicas. Eram reumáticos 50,9 % dos pacientes. A mediana para o surgimento da EIVP precoce foi de 33 dias (IQR19,25-118,75). O principal microrganismo identificado foi Staphylococcus epidermidis 23,1% (n=6). Os fatores de risco relacionados a EIVP precoce foram identificados entre as variáveis do per e pós-operatório: uso de ≥ 2 unidades de criopreciptado, OR 5,95 (IC95% 1,31-27,0), infecção da corrente sanguínea, OR 14 (1,49-131,77), pneumonia, OR 4,38 (IC95% 1,21-15,84), qualquer infecção, OR 4,46(IC95% 1,63-12,21), uso de cateter venoso profundo > 2 semanas OR 5,33 (2,06-13,78), presença de cateter de diálise OR 3,22 (IC95% 1,15-9,03) e nova esternotomia, OR 3,89 (IC95% 1,28-11,78). Nos casos, a mediana do tempo de internação foi 67,5 dias (36,75-85) e nos controles 32 dias (24-44,75), p<0,001. A mortalidade em 12 meses foi respectivamente de 34,6% (n=9) nos casos e 6,41% (n=5) nos controles, com OR para óbito de 7,73 (IC 95% 2,3-26,0) e p=0,001. Conclusão: pacientes submetidos a troca valvar com pós-operatório complicado por infecções, maior invasão vascular e necessidade de nova cirurgia, tiveram maior chance de ocorrência de EIVP precoce, reforçando a importância dos cuidados de prevenção e controle de infecção. A mortalidade foi maior e o tempo de hospitalização mais longo em pacientes com EIPV precoce.
- ItemEfeitos da suplementação com creatina sobre a homocisteína e a função endotelial microvascular sistêmica de indivíduos vegetarianos estritos.(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Bezerra, Diogo Van BavelFundamentação: A dieta vegetariana vem sendo implementada há décadas em diferentes culturas e mais recentemente foi associada a terapias para redução dos fatores de risco de doença cardiovascular tais como sobrepeso, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. Apesar disso, o vegetarianismo impõe inúmeras restrições de micronutrientes relacionadas à exclusão do consumo de alimentos de origem animal, e os tradicionais efeitos cardio-protetores da dieta tem sido questionados em alguns estudos. Neste contexto, deficiências de vitamina B12 e creatina, micronutrientes exclusivamente presentes em alimentos de origem animal, podem elevar o risco cardiovascular particularmente através do aumento dos níveis plasmáticos de homocisteína, molécula capaz de aumentar o estresse oxidativo vascular e promover disfunção de células endoteliais. Assim o estudo visou investigar o efeito da suplementação com creatina sobre a reatividade microvascular e os níveis plasmáticos de homocisteína em indivíduos vegetarianos estritos. Métodos: Os voluntários veganos estritos de ambos os sexos foram recrutados através de redes sociais e comunidades de vegetarianos localizadas no Rio de Janeiro e randomicamente alocados nos grupos de suplementação com creatina (Scr, n=27) ou placebo (PLA, n=18). Todos os procedimentos seguiram a mesma sequencia, começando com a coleta das amostras de sangue, acompanhada por uma avaliação clínica e física e concluindo com a avaliação da microcirculação por fluxometria laser de contraste de imagem (LCSI) e vídeo-capilaroscopia intravital. Os mesmos procedimentos foram repetidos após três semanas de suplementação com creatina. Os voluntários do grupo suplementado com creatina receberam 5 g diárias de creatina monohidratada micronizada durante três semanas, enquanto os voluntários do grupo suplementado com placebo receberam 5 g por dia de maltodextrina. Resultados: Houve redução significativa dos níveis plasmáticos de homocisteína (Hcy) no grupo Scr [12,11 (8,57-17,12) vs. 10,58 (8,15-13,22); p = 0,0199], já a perfusão capilar basal aumentou significativamente após o período de suplementação apenas do grupo Scr (136 ± 8 vs. 147 ± 13 capilares/mm²; p = 0,0001) e o recrutamento capilar após a hiperemia reativa pós-oclusiva (HRPO) elevou-se significativamente apenas no grupo Scr (141 ± 9 vs. 155 ± 14 capilares/mm²; p = 0,0001). Após o período de Scr, tanto a perfusão capilar basal quanto aquela observada após a hiperemia, foram significativamente mais elevadas no grupo Scr em relação ao PLA. Conclusão: A Scr reduz os níveis de Hcy após três semanas em veganos, sendo mais eficaz quando há presença de indivíduos com hiperhomocisteinemia, além de correlacionar o tempo de vegetarianismo e níveis de Hcy e demonstrar uma relação inversa com níveis de vitamina B12 e Hcy. A Scr por três semanas também mostrou um aumento na perfusão capilar em repouso e após a hiperemia reativa, entretanto não exibiu respostas na reatividade microvascular significativas na fluxometria laser, evidenciando que a Scr pode influenciar na abertura dos esfíncteres pré-capilares sem alterar a dilatação arteriolar
- ItemCaracterização genotípica e fenotípica de famílias portadoras de cardiomiopatia hipertrófica(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Rafael, Julianny FreitasIntrodução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é um doença genética, autossômica dominante, causada por mutações nos genes que codificam para as proteínas do sarcômero, sendo a principal causa de morte súbita cardíaca (MSC) em jovens e atletas de alto nível. Estudos têm demonstrado um pior prognóstico associado a mutações específicas. A relação entre o genótipo e o fenótipo da CMH, tem sido alvo de diversos estudos desde a descoberta do caráter genético da doença. O objetivo desse trabalho é caracterizar genotípica e fenotipicamente pacientes portadores de CMH e seus familiares. Metodologia: Os probandos com diagnóstico clínico de CMH foram submetidos ao diagnóstico genético através do sequenciamento direto dos três principais genes relacionados à essa patologia, MYH7, MYBPC3 e TNNT2. Através de entrevista foi construído heredograma. Os probandos e familiares foram examinados através de ecocardiograma transtorácico, eletrocardiograma e Holter de 24 horas, e as mutações encontradas nos probandos foram investigadas nos familiares. Foram avaliadas o risco de MSC dos indivíduos e a patogenicidade das mutações encontradas através de ferramentas computacionais. Resultados: Foram analisadas duas famílias de indivíduos portadores de CMH. No probando da família A foi identificado a mutação p.Arg453Cys na cadeia pesada da -miosina,. Este era portador de CMH e possuia história de morte súbita cardíaca abortada, com implante de CDI para profilaxia secundária. Seu ecocardiograma evidenciava hipertrofia septal assimétrica do tipo curva reversa, sem gradiente de via de saída do ventrículo esquerdo. A análise da família demonstra alta incidência de CMH com indivíduos afetados em todas as gerações e alta mortalidade. Todos os indivíduos portadores do alelo mutado apresentavam fenótipo de CMH, exceto uma criança de 13 anos (alta penetrância). A hipertrofia septal tipo curva reversa como o tipo de hipertrofia predominante nesta família. No segundo probando (família B), com manifestação severa da doença, foi identificada uma dupla mutação em heterozigose no gene MYBPC3, Glu542Gln e Asp610His. Seu ecocardiograma demonstrava hipertrofia septal assimétrica, tipo curva reversa, com septo medindo 3,9 cm. Além disso havia relato de síncope, com implante de CDI para profilaxia primária, com alto risco de MSC. A análise de seus familiares demonstrou que os alelos Glu542Gln e Asp610His são de origem paterna e materna, respectivamente. Nenhum dos familiares portadores dos alelos individuais apresentaram manifestação clínica de CMH. Conclusão: Nossos dados sugerem que a mutação Arg453Cys na cadeia pesada da miosina é responsável pela manifestação e gravidade da expressão da CMH na família A, e que a dupla mutação no gene MYBPC3, seria determinante para o desenvolvimento da forma grave de CMH no probando B. A provável associação patogênica das mutações Glu542Gln e Asp6010His, foi primeiramente descrita neste estudo.
- ItemMortalidade e morbidade na fila de espera para cirurgia de revascularização do miocárdio: fatores predisponentes e avaliação de desfechos perioperatórios(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Fonseca, Viviane Belídio Pinheiro daAs doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. O pilar da terapia da doença arterial coronariana é o tratamento clínico medicamentoso; entretanto, muitos pacientes necessitam de abordagem intervencionista, seja por angioplastia transluminal percutânea ou por cirurgia de revascularização do miocárdio. As filas de espera para cirurgia de revascularização do miocárdio são comuns em diversos países. No Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente observa-se um tempo de espera prolongado até a realização do procedimento. O objetivo do estudo foi analisar a mortalidade e a morbidade dos pacientes durante a fila de espera para cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM), identificando os preditores para a ocorrência de eventos, além de avaliar a associação entre o tempo na fila de espera com o resultado cirúrgico (morte e infarto perioperatório). Foram avaliados retrospectivamente, através da análise de prontuários, os casos de 274 pacientes referenciados a CRVM eletiva no Instituto Nacional de Cardiologia (INC) de 01 de março de 2011 a 11 setembro de 2015. As cirurgias foram realizadas no período de 18 de maio de 2011 a 23 de maio de 2016. A mediana do tempo de espera durante a fila foi de 142,7 dias e intervalo interquartílico de 74 a 278 dias. O desfecho primário (morte por qualquer causa) ocorreu em 31 pacientes (11,3%), e o desfecho secundário (conjunto de morte cardíaca, infarto agudo do miocárdio não-fatal e angina instável necessitando de hospitalização imediata) ocorreu em 42 pacientes (15,3%). Houve a documentação de 22 casos de infarto agudo do miocárdio na fila (8%), 8 não-fatais (2,9%) e 14 fatais (5,1%). A mortalidade perioperatória foi de 5,8%. Não houve correlação entre o tempo de espera para cirurgia e a ocorrência de eventos durante a fila ou durante o período perioperatório. O fator de risco estatisticamente significativo para morte em fila foi a presença de fração de ejeção abaixo de 45%; não foram identificados fatores de risco para a ocorrência do desfecho secundário. Conclusão: Pacientes portadores de disfunção ventricular esquerda deverão ser priorizados, com o objetivo de reduzir a mortalidade durante a fila de espera.
- ItemDerivação e validação de escore preditivo de doença arterial coronariana obstrutiva em pacientes submetidos a cirurgia valvar primária no Instituto Nacional de Cardiologia nos anos de 2001 a 2014(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Cazelli, José Guilherme Marques Coelho de MedeirosA prevalência de doença arterial coronariana (DAC) nos pacientes valvares é semelhantes à da população geral, com associação usual aos fatores de risco tradicionais e ainda assim, a busca por DAC obstrutiva é mais agressiva nos valvulopatas em pré-operatório, determinando a angiografia coronariana invasiva (ACI) a praticamente todos os pacientes adultos, uma vez que acredita-se que a cirurgia de revascularização miocárdica deva ser associada à troca valvar. Objetivos: avaliar a prevalência e identificar fatores associados a DAC obstrutiva em pacientes adultos candidatos à cirurgia cardíaca primariamente valvar entre os anos de 2001 a 2014 no Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e elaborar um modelo preditivo de DAC obstrutiva, através de escore derivado de análise multivariada. A partir da estimativa da probabilidade pré-teste de DAC obstrutiva, espera-se melhor estratégia pré-operatória para cada paciente. Métodos: Estudo transversal, avaliando 2.898 pacientes com indicação de cirurgia cardíaca por qualquer etiologia. Destes, foram estudados 712 pacientes valvopatas submetidos à ACI nos 12 meses anteriores à cirurgia. Resultados: A prevalência de DAC obstrutiva foi de 20%. Um modelo preditivo de DAC obstrutiva foi criado a partir de regressão logística multivariada, utilizando as variáveis idade, dor torácica, história familiar de DAC, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, tabagismo e sexo masculino O modelo demonstrou excelente correlação e calibração (R2=0,98), além de ótima acurácia (ROC de 0,848; IC 95% 0,817 – 0,879) e validação em diferente população valvar (ROC de 0,877; IC95%: 0,830 - 0,923). Conclusões: É possível estimar DAC obstrutiva a partir de dados clínicos com elevada acurácia, o que pode vir a permitir estabelecer estratégias préoperatórias de acordo com a probabilidade pré-teste individual, evitando a indicação indiscriminada de procedimentos desnecessários e invasivos, principalmente nos grupos de menor probabilidade de doença obstrutiva.
- ItemAssociação entre células progenitoras endoleliais, reestenose coronariana e eventos cardiovasculares após angioplastia coronariana percutânea(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Montenegro, Fernando SantiagoIntrodução: As células progenitoras endoteliais (CPE) são produzidas na medula óssea e mobilizadas para a corrente sanguínea após injúria vascular, tendo um papel fundamental no reparo endotelial. Todavia, sua influência no reparo vascular após intervenção coronariana percutânea (ICP) é controversa, tendo sido descritas associações com o desenvolvimento de reestenose após ICP com implante de stent e a ocorrência de eventos cardiovasculares. Objetivos: Avaliar o número de CPE circulantes antes e após ICP com implante de stent e sua associação com a ocorrência de reestenose coronariana e eventos cardiovasculares adversos após o procedimento. Métodos: Trabalho prospectivo, com acompanhamento de um ano, avaliando pacientes do sexo masculino submetidos a ICP eletiva com implante de stent no Instituto Nacional de Cardiologia (INC). Realizou-se a coleta de sangue venoso periférico antes e no dia seguinte após o procedimento de angioplastia e a identificação das CPE (CD45-CD34+CD31+CD133/2+CD309+) através de imunofenotipagem por citometria de fluxo. Os desfechos primários analisados foram a necessidade de nova revascularização do vaso previamente abordado, reestenose angiográfica do stent previamente implantado, angina ou equivalente anginoso com cintilografia miocárdica demonstrando isquemia. Os desfechos secundários foram angina ou equivalente anginoso sem cintilografia miocárdica, síndrome coronariana aguda e óbito por qualquer causa. Resultados: O número de CPE circulantes pré-angioplastia coronariana foi maior em pacientes em uso de clopidogrel. O número absoluto de CPE circulantes pós-angioplastia coronariana foi maior em pacientes em uso de beta-bloqueador. Houve redução de CPE pós-angioplastia em pacientes em uso de bloqueadores do receptor de angiotensina. Pacientes com diabetes, idade acima de 60 anos, em uso de clopidogrel ou beta-bloqueador mostraram tendência a redução de CPE pós-angioplastia, e em pacientes com IAM até 90 dias a tendência foi de aumento. Os desfechos primários ocorreram em 8,7% e os secundários em 37,0% dos pacientes. Não houve associação estatisticamente significativa entre CPE e desfechos. Conclusão: Não houve associação entre CPE e a ocorrência de reestenose coronariana e de eventos cardiovasculares adversos após intervenção coronariana percutânea
- ItemPrevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes de escolas públicas do município do Rio de Janeiro(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Fabiano, Leonardo Corrêa CastroIntrodução. As doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de mortes no mundo. Muitas mortes por ano poderiam ser evitadas se toda a população mundial fosse suficientemente ativa fisicamente. Objetivos. O geral é descrever a ocorrência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes com idade entre 10 e 15 anos, alunos de escolas públicas do município do Rio de Janeiro, sendo uma delas, modelo em práticas esportivas e a outra, uma escola regular. Os objetivos específicos são: comparar a ocorrência dos fatores de risco cardiovascular (FRCV) entre as duas escolas, e correlacionar a ocorrência dos FRCV para diferentes modalidades esportivas praticadas na escola modelo. Metodologia: Estudo transversal realizado com uma amostra de conveniência de 422 adolescentes escolares do município do Rio de Janeiro entre 10 e 15 anos de idade, composta por alunos do Ginásio Experimental Olímpico (GEO) e da Escola Municipal Figueiredo Pimentel (EMFP), uma escola comum. Análise descritiva dos dados foi realizada utilizando média e desvio-padrão (DP) ou mediana e intervalo interquartil (IIQ) para variáveis contínuas, dependendo da distribuição dos dados, e proporção para variáveis categóricas, sendo realizados os testes t Student e qui-quadrado para comparação, respectivamente. As modalidades esportivas foram analisadas individualmente e classificadas em duas categorias de acordo com o respectivo equivalente metabólico (MET) se abaixo ou acima de 5 MET a depender do tipo de modalidade esportiva praticada. Resultados: Dos 422 participantes, 274 eram alunos do GEO e 148 eram alunos da EMFP. A média de idade foi semelhante nas duas escolas, sendo 12,5 anos (DP 1,6) na EMFP e 12,6 (DP 0,9) no GEO, enquanto 65,5% (97/148) dos alunos eram do sexo feminino na EMFP e 43,8% (120/274) no GEO (p<0,01). Diferenças significativas foram encontradas entre os alunos da EMFP e do GEO em relação à proporção de casos de HAS (20% x 6,3%; diferença de 13,7%; p<0,01) e de CT (colesterol total) limítrofe (27,7% x 17,3%, diferença de 10,4%; p=0,01). Considerando as categorias de MET das modalidades esportivas praticadas pelos alunos do GEO, para idade e sexo, o grupo MET baixo apresentou chance 2 vezes maior de CT limítrofe, no entanto estatisticamente não significativa. Conclusão: O presente estudo destaca a importância da ocorrência de fatores de risco cardiovascular nos adolescentes e sugere programas de treinamento de práticas esportivas supervisionadas nas escolas para uma maior aderência dos alunos aos exercícios.
- ItemEndocardite infecciosa precoce em próteses valvares: experiência do Instituto Nacional de Cardiologia, 2006 – 2014(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Brito, José Oscar ReisIntrodução: Infecção em prótese é uma complicação possível da cirurgia de troca valvar e é uma das formas mais graves de endocardite infecciosa (EI), associada a alta taxa de morbimortalidade. Métodos: Estudo prospectivo observacional, tipo série de casos, com um componente retrospectivo por revisão de prontuários, entre 2006-2014, de pacientes adultos com EI precoce de prótese valvar (EIPPV) operados no Instituto Nacional de Cardiologia. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico, clínico e laboratorial dos pacientes com EIPPV, estimar a incidência de EIPPV e avaliar as condições de risco associadas a sua aquisição. Resultados: Ocorreram 22 casos no período, correspondendo a 9,9% dos 223 casos de EI. A incidência de EIPPV em relação ao número de cirurgias de trocas valvares no período foi de 22/ 2394 (0,9%). Eram do sexo masculino 10 (45,5%) e do feminino 12 (54,5%) pacientes. A média de idade foi de 46,9± 17,5 anos. EIPPV de menos de 2 meses ocorreu em 16/22 (72,7%). A apresentação foi aguda em 20 pacientes (90,9%). Valvopatia reumática ocorreu em 12 pacientes (54,5%) e 9 (40,1%) tinham prótese antes da 1a cirurgia. A comorbidade mais frequente foi insuficiência cardíaca congestiva em 11/22 (50%) e diabetes mellitus em 4/22 (18,2%). Enterococcus faecalis acometeu 5 (22,7%) e Staphylococcus epidermidis 3 (13,6%). No total de 26 próteses acometidas, 16 (61,5%) eram biológicas e 10 (38,5%), mecânicas. A posição mitral ocorreu em 16 (61,5%), a aórtica em 11 (42,3%) e mitral e aórtica em 4 (15,4%). Ecocardiograma transesofágico foi realizado em 21 dos 22 episódios (95,5%), mostrando vegetação (32%) e nova regurgitação valvar (29%) como achados mais frequentes. Embolizações à distância ocorreram em 9/22 pacientes (40,1%). Em relação ao tratamento realizado nos 22 pacientes com EIPPV, 10 (45,5%) foram submetidos à retroca valvar e os outros 12 (55,5%), ao tratamento clínico. Dos que foram re-operados, 6/10 (60%) faleceram e, dos que foram tratados de forma conservadora, não houve óbito. Conclusões: EIPPV afetou pacientes jovens, com predisposição reumática. A incidência anual foi semelhante à da literatura. A maior parte dos casos ocorreu em tempo inferior a 2 meses, de modo agudo. Nenhum caso teve S.aureus como etiologia, o que difere da literatura. A abordagem cirúrgica deve ser individualizada.
- ItemTranstorno mental comum, trabalho e alteração na pressão arterial de adolescentes do estudo ERICA: no município do Rio de Janeiro(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Santos, Daniele Baptista dosIntrodução: Sabe-se que a adolescência é o momento do desenvolvimento humano marcado por contínuas e profundas transformações no nível psíquico, físico e social. Neste momento, muitos adolescentes entram no mercado de trabalho podendo sofrer consequências negativas oriunda do processo de trabalhar. O termo transtorno mental comum é utilizado para designar sintomas que demonstram uma quebra do funcionamento normal do indivíduo, mas não configuram categoria nosológica. A alteração da pressão arterial sistêmica em adolescentes está comumente associada a excesso de peso, ao nível reduzido de atividade física, ao erro alimentar e ao estresse. Apesar de existir um grande número de publicações que abordam o tema transtorno mental comum, poucos são os estudos que buscam uma associação deste com a elevação da pressão arterial ou o trabalho em adolescentes. Objetivos: Verificar a associação entre transtorno mental comum e pressão arterial elevada em adolescentes e verificar a associação entre transtorno mental comum e trabalho na adolescência. Método: Estudo observacional transversal, em população de adolescentes estudantes, com idade entre 12 e 17 anos, do município do Rio de Janeiro. O período da coleta de dados foi compreendido entre Março de 2013 até Abril de 2014, esta foi feita através de questionário autoaplicável com perguntas relacionadas ao trabalho; o transtorno mental comum foi verificado utilizando o General Health Questionnaire com 12 itens e a aferição da pressão arterial seguiu as recomendações internacionais para adolescentes. A análise dos dados foi feita utilizando o programa Stata Statiscal Software. Resultados: A amostra estudada totalizou 3.424 adolescentes sendo a media da idade de 14,2 anos. A prevalência de TMC entre os adolescentes foi de 28,72% e de pressão arterial elevada 7,32%. O índice dos que afirmaram ter trabalhado de forma remunerada ou não remunerada no ultimo ano foi 80,37%. A pressão arterial elevada não teve associação estatisticamente significante com o transtorno mental comum, porém o trabalho e a doença ou acidente relacionado ao trabalho apresentaram-se estatisticamente significante. Após análise multivariada envolvendo as variáveis relacionadas ao trabalho e as que caracterizam a amostra que apresentaram associação com transtorno mental comum, observou-se que somente o sexo feminino e o trabalho (remunerado e não remunerado) permaneceram associados OR = 2,72; IC95% (2,10 – 3,52) e OR = 1,70; IC95% 9 (1,32 – 2.18) respectivamente. Conclusão: Na amostra estudada o transtorno mental comum mostrou associação somente com sexo feminino e trabalho remunerado ou não remunerado, e não esteve associado à elevação da pressão arterial. Salienta-se então, a importância de novos estudos que possam contribuir com dados relativos ao transtorno mental comum e a atividade laboral em adolescentes. Palavras chave: Saúde mental; trabalho de menores; saúde do adolescente; pressão arterial.
- ItemAnálise da expressão de biomarcadores inflamatórios em enxertos utilizados em pacientes diabéticos e não diabéticos submetidos à revascularização do miocárdio(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Silva, Ana Catarina Romano eIntrodução: Sabe-se que os pacientes diabéticos apresentam uma progressão da doença aterosclerótica mais acentuada que não-diabeticos. A inflamação, o estresse oxidativo e a deposição de matriz extracelular na parede do vaso são descritos como pontos-chave na fisiopatologia da aterosclerose, em pesquisas feitas principalmente com modelos animais. Existem poucos estudos analisando estes parâmetros em artérias de médio calibre de pacientes diabéticos e comparando com não-diabeticos. Objetivos: Avaliar a presença dos marcadores inflamatórios fator de necrose tumoral-α (TNF-α), fator de crescimento transformador-β1 (TGF-β1), fator nuclear kappa B (NF-κB), as enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e óxido nítrico sintase na forma induzida (iNOS) e do colágeno e fibras elásticas presentes na parede vascular, do enxerto utilizado na CRVM em DM e NDM buscando relações entre resultados obtidos com parâmetros clínicos dos grupos estudados. Metodologia: foram incluídas no estudo amostras de enxerto arterial de 23 pacientes masculinos que realizaram CRVM no Instituto Nacional de Cardiologia entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015. As análises de expressão dos marcadores inflamatórios foram realizadas através de quantificação relativa por reação em cadeia da polimerase (qPCR) em tempo real e imunohistoquímica (IHQ). Foram realizadas ainda colorações para colágeno e fibras elásticas no tecido de enxerto. Resultados: Os dados clínicos demonstraram que os grupos de DM e NDM eram clinicamente semelhantes, com exceção da existência de diabetes mellitus. A mediana da idade do grupo DM foi de 59 anos e do grupo NDM foi de 64,5 anos. Os pacientes diabéticos apresentaram maior elevação de troponina T no pós-operatório com mediana de 5,81 mg/dL enquanto o grupo NDM apresentou mediana de 2,62 mg/dL. Os resultados obtidos por qPCR não mostraram diferença estatística entre os grupos analisados, embora tenha havido um aumento na expressão de CAT de 84% no grupo de DM quando comparado com os NDM. Os marcadores NF-kB, SOD e TGF-β apresentaram aumentos na expressão entre 12 e 33% no grupo DM. Em IHQ também não houve diferença estatística entre os grupos. O percentual da área do corte histológico marcada para o NF-kB apresentou no grupo NDM uma mediana de 55,09% e nos DM 46,91%, o TGF-β com mediana de 45,46% para os NDM e 56,15% para os DM e o TNF-α com mediana de 54,95% para NDM e 68,88% para DM. A mediana da área do corte histológico marcada para o colágeno foi de 77,90% para NDM e 77,50% para DM, e as fibras elásticas tiveram mediana de 56,52% no grupo de NDM e 69,20% no grupo de DM. Conclusões: A avaliação de marcadores relacionados com a inflamação e estresse oxidativo em fragmentos de artéria torácica interna, não apresentou diferenças ao compararmos pacientes coronariopatas diabéticos versus não-diabéticos. Acreditamos que o pequeno tamanho amostral analisado pode ter contribuído para a ausência de resultados com significância estatística