Dissertações Mestrado CC
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- ItemAblação por radiofrequência da taquicardia por reentrada nodal: experiência com 112 pacientes no Instituto Nacional de Cardiologia (2012-2015)(Instituto Nacional de Cardiologia, 2017) Rodrigues, Leandro Cordeiro DiasAs taquicardias paroxísticas supraventriculares são arritmias comuns na prática clínica, que apesar de geralmente evoluírem benignamente, podem incidir com sintomas desconfortáveis e trazer custos significativos em tratamentos, diagnósticos e hospitalizações. A taquicardia por reentrada nodal é a forma mais comum de taquicardia paroxística supraventricular, perfazendo 50% dos casos. O tratamento definitivo de escolha desta é a ablação por cateter, pois é um procedimento seguro com taxas de sucesso próximas a 98% e com taxas de complicações graves menores do que 1,0%, sendo a mais comum o bloqueio atrioventricular total. O presente trabalho objetivou o estudo das taxas de sucesso, insucesso e de complicações da ablação da taquicardia por reentrada nodal no Instituto Nacional de Cardiologia, sendo estas variáveis analisadas retrospectivamente em todos os pacientes submetidos a estudo eletrofisiológico e/ou ablação durante o período de janeiro de 2012 a dezembro de 2015, em que durante o procedimento foi diagnosticado taquicardia por reentrada nodal ou presença de dupla via nodal em pacientes sintomáticos com ou sem documentação eletrocardiográfica prévia de surto de taquicardia paroxística supraventricular. Estes critérios contemplaram 112 pacientes que foram submetidos a 116 ablações de taquicardia por reentrada nodal. As taxas de sucesso imediato, complicações graves e de recidivas foram 99,1%, 2,7% e 13,2% respectivamente. Em relação as complicações graves, dois (1,8%) pacientes evoluíram com bloqueio atrioventricular total durante aplicação de radiofrequência necessitando de implante de marcapasso definitivo e um paciente evolui com hematoma retroperitoneal necessitando de hemotransfusão e suporte intensivo. Finalmente, é importante ressaltar que taxa de sucesso imediato foi de 99,1 %. A ablação por radiofrequência da taquicardia por reentrada nodal mostrou-se um procedimento seguro. Complicações graves ocorreram em três (2,7%) pacientes e foram tratadas sem resultar em nenhum caso de óbito.
- ItemAnálise comparativa entre hemoculturas, cultura valvar e histopatológico de válvulas de pacientes com diagnóstico de endocardite infecciosa submetidos à cirurgia de substituição valvar(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Brandão, Tatiana Joly DrullaIntrodução: Endocardite infecciosa (EI) é uma doença grave que acomete o endocárdio. O agente etiológico usualmente é determinado por hemocultura; também cultura e histopatologia valvar quando o paciente é operado. Objetivos: Descrever casos de pacientes com EI definitiva submetidos à cirurgia cardíaca, comparar resultados da hemocultura, cultura valvar e histopatológico, correlacionar o uso de antibioticoterapia anterior e posterior à cirurgia aos achados da cultura valvar e da histopatologia, comparar os critérios clínicos de St Thomas’ e Duke. Métodos: Estudo de séries de casos de 2006 a 2014 com coleta de variáveis de ficha padrão, laudos histopatológicos e relatos cirúrgicos. Resultados: Foram incluídos 136 episódios de EI definitiva em 133 pacientes. A idade média foi 43 ± 15,6 anos; 89/136 (65%) eram homens. Hemoculturas foram colhidas em 135/136 (99%) sendo negativas em 57/135 (42%). Estreptococos do grupo viridans foram isolados em 28/78 (35%) e Staphylococcus aureus em 12/78 (15%). Febre ocorreu em 127/136 (93%), vegetação em 119/136 (87%), regurgitação nova em 114/136 (83%). A sensibilidade dos critérios clínicos de Duke foi 80% e de St Thomas ́, 86%. Foram enviadas para cultura 84 valvas e 2 pontas de cabo de marcapasso ; 7/86 (8%) foram positivas. Análise histopatológica de 119 valvas mostrou EI definitiva em 96 (80%). Houve correlação estatística entre hemoculturas positivas e a presença de microrganismo ao histopatológico (p =0,01). Nos pacientes com hemoculturas positivas, 81% apresentaram histopatológico definitivo para EI com visualização de microrganismo em 50% (p=0,01); naqueles com hemoculturas negativas, estes valores foram 68% e 28% respectivamente (p=0,02). Não houve correlação estatística entre histopatologia e cultura valvar. O tempo de antibioticoterapia prévia à cirurgia não apresentou correlação estatística com a histopatologia e a cultura valvar. O tempo de antibioticoterapia utilizada no pós operatório correlacionou-se estatisticamente com a histopatologia (p = 0,002). Conclusão: O histopatológico valvar apresenta boa sensibilidade no diagnóstico de EI enquanto a cultura valvar tem baixa sensibilidade. Os critérios de St Thomas’ aumentaram a sensibilidade diagnóstica para EI. O tempo de ATB no pós operatório teve correlação com achados histopatológicos.
- ItemAnálise da expressão de biomarcadores inflamatórios em enxertos utilizados em pacientes diabéticos e não diabéticos submetidos à revascularização do miocárdio(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Silva, Ana Catarina Romano eIntrodução: Sabe-se que os pacientes diabéticos apresentam uma progressão da doença aterosclerótica mais acentuada que não-diabeticos. A inflamação, o estresse oxidativo e a deposição de matriz extracelular na parede do vaso são descritos como pontos-chave na fisiopatologia da aterosclerose, em pesquisas feitas principalmente com modelos animais. Existem poucos estudos analisando estes parâmetros em artérias de médio calibre de pacientes diabéticos e comparando com não-diabeticos. Objetivos: Avaliar a presença dos marcadores inflamatórios fator de necrose tumoral-α (TNF-α), fator de crescimento transformador-β1 (TGF-β1), fator nuclear kappa B (NF-κB), as enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e óxido nítrico sintase na forma induzida (iNOS) e do colágeno e fibras elásticas presentes na parede vascular, do enxerto utilizado na CRVM em DM e NDM buscando relações entre resultados obtidos com parâmetros clínicos dos grupos estudados. Metodologia: foram incluídas no estudo amostras de enxerto arterial de 23 pacientes masculinos que realizaram CRVM no Instituto Nacional de Cardiologia entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015. As análises de expressão dos marcadores inflamatórios foram realizadas através de quantificação relativa por reação em cadeia da polimerase (qPCR) em tempo real e imunohistoquímica (IHQ). Foram realizadas ainda colorações para colágeno e fibras elásticas no tecido de enxerto. Resultados: Os dados clínicos demonstraram que os grupos de DM e NDM eram clinicamente semelhantes, com exceção da existência de diabetes mellitus. A mediana da idade do grupo DM foi de 59 anos e do grupo NDM foi de 64,5 anos. Os pacientes diabéticos apresentaram maior elevação de troponina T no pós-operatório com mediana de 5,81 mg/dL enquanto o grupo NDM apresentou mediana de 2,62 mg/dL. Os resultados obtidos por qPCR não mostraram diferença estatística entre os grupos analisados, embora tenha havido um aumento na expressão de CAT de 84% no grupo de DM quando comparado com os NDM. Os marcadores NF-kB, SOD e TGF-β apresentaram aumentos na expressão entre 12 e 33% no grupo DM. Em IHQ também não houve diferença estatística entre os grupos. O percentual da área do corte histológico marcada para o NF-kB apresentou no grupo NDM uma mediana de 55,09% e nos DM 46,91%, o TGF-β com mediana de 45,46% para os NDM e 56,15% para os DM e o TNF-α com mediana de 54,95% para NDM e 68,88% para DM. A mediana da área do corte histológico marcada para o colágeno foi de 77,90% para NDM e 77,50% para DM, e as fibras elásticas tiveram mediana de 56,52% no grupo de NDM e 69,20% no grupo de DM. Conclusões: A avaliação de marcadores relacionados com a inflamação e estresse oxidativo em fragmentos de artéria torácica interna, não apresentou diferenças ao compararmos pacientes coronariopatas diabéticos versus não-diabéticos. Acreditamos que o pequeno tamanho amostral analisado pode ter contribuído para a ausência de resultados com significância estatística
- ItemAnálise de variáveis prognósticas pré-transplante cardíaco relacionados com a sobrevida pós-transplante no Instituto Nacional de Cardiologia(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Baumworcel, LeonardoIntrodução: A insuficiência cardíaca é a via final da maior parte das doenças que acometem o coração e representa um desafio na gestão da saúde. O transplante cardíaco é uma estratégia viável para pacientes com doença cardíaca em fase terminal. A escassez de doadores requer um processo para assegurar a seleção apropriada do destinatário. No Brasil, existe uma lista única de candidatos em ordem cronológica de chegada. Análise dos fatores de risco relacionados com a mortalidade na população local é essencial para os processos de alocação deste recurso escasso. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar os fatores de risco, exclusivamente com o receptor relacionado com a mortalidade de um ano. Metodologia: Esta pesquisa é uma coorte de todos os pacientes transplantados entre 2008 e 2013, no Instituto Nacional de Cardiologia. As variáveis gerais foram coletadas a partir de arquivos de paciente, que incluíam os resultados laboratoriais obtidos e resumos pré-transplante. As variáveis coletadas em fase pré-transplante incluíram: cor (branco ou preto); uso de betabloqueador; hipertensão; diabetes mellitus; dislipidemia; tabagismo; etilismo; cirurgia cardíaca prévia; peso; depuração da creatinina e bilirrubina total. Analisamos também a pontuação IMPACT que congregam quase todas as variáveis que foram analisadas de forma independente. O Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia aprovou este projeto, em conformidade com as recomendações do Conselho Nacional de Saúde. Quarenta e dois pacientes foram incluídos de ambos os sexos em nossa coorte. Nenhuma de nossas variáveis foi relacionada nas análises univariada, com a mortalidade. No entanto, uma análise exploratória da pontuação IMPACT, constatou que a dicotomização da pontuação em maior ou menor que 6 poderia ser usadas para diferenciar o risco de morte. No subgrupo que evoluiu para óbito, a proporção de pacientes com pontuação no escore IMPACT ≥ 6 (42,1%) foi maior que o grupo sobrevivente (8,7%), de forma estatisticamente significativa (p = 0,014). Discussão: Na população de pacientes de transplante de coração variáveis individuais não foram capazes de prever a mortalidade em um ano. No entanto, a pontuação do escore IMPACT o fez. Sugerimos que pesquisas futuras poderiam usar a hipótese que a pontuação do escore IMPACT pode também ser usada como uma das variáveis na prioridade da alocação de candidatos ao transplante cardíaco
- ItemAnálise do impacto orçamentário no Sistema Único de Saúde da crioablação da fibrilação atrial(Instituto Nacional de Cardiologia, 2018) Paço, Patrícia Mattos Viera doIntrodução: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca sustentada mais comum. As drogas antiarrítmicas (AA) apresentam eficácia parcial no seu tratamento. Como terapia alternativa ou adjuvante, a ablação por cateter evoluiu rapidamente na última década. A principal indicação para ablação por cateter é a presença de FA paroxística sintomática refratária, ou intolerância ao uso de drogas AA. Dentre as técnicas disponíveis, a ablação ponto a ponto com uso da radiofrequência (RF), guiada por mapeamento eletroanatômico (MEA), com o objetivo de isolar as veias pulmonares, é a mais utilizada. A crioablação com o uso do cateter balão surgiu como uma técnica alternativa. Apesar da crioablação ser uma técnica validada, poucas informações sobre custos estão disponíveis. Sendo assim, torna-se fundamental estimar as conseqüências financeiras do uso dessa nova tecnologia, visando sua incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Analisar o impacto orçamentário da incorporação da crioablação com cateter balão, no tratamento da FA Paroxística, no SUS, em um horizonte temporal de 5 anos. Matérias e Métodos: Para estimar o impacto orçamentário, foi utilizado um modelo estático, executado em planilha eletrônica determinística. O impacto incremental foi calculado pela diferença de custo entre o cenário atual que utiliza a tecnologia de ablação ponto a ponto por RF guiada pelo MEA e o cenário em que crioablação será adotada. O custo de cada intervenção foi obtido através da multiplicação do valor de um único procedimento pela população de interesse, sendo esta o número de pacientes portadores de FA paroxística sintomática refratária, ou intolerantes ao uso de drogas AA, em toda a população brasileira. A partir de estudos epidemiológicos foi estimada uma população de interesse de 35.517 indivíduos. Resultados: O impacto orçamentário mostrou uma economia de R$ 87.228.524,00 com o uso da crioablação, considerando que toda a população de interesse seja tratada no período de 5 anos. Foi realizada uma análise de sensibilidade para atenuar as limitações de dados epidemiológicos da FA no Brasil e de caracterização do cenário atual da ablação de FA no Brasil. Para o resultado final, uma avaliação de participação no mercado foi desenvolvida, assumindo que sejam realizados 1500 procedimentos ao ano (número médio de ablações realizadas no Brasil), e uma taxa de incorporação da crioablação de 3% ao ano, totalizando 15% em um período total de 5 anos. Esta análise resultou em uma economia de R$ 1.657.800,00 ao longo de 5 anos. Conclusão: A crioablação resultou em redução de custos, em comparação com ablação por RF ponto a ponto guiada por MEA.
- ItemAngiotomografia de coronárias no SUS: Futuro ou Realidade? Análise da Custo-Efetividade dos métodos não invasivos para diagnóstico de DAC obstrutiva estável em pacientes sintomáticos na perspectiva do SUS(Instituto Nacional de Cardiologia, 2020) Carmo, Patricia Bastos doFundamento: A análise da custo-efetividade das estratégias de investigação diagnóstica ambulatorial de doença arterial coronariana é fundamental para planejamento e implementação de políticas no sistema de saúde público, especialmente diante do avanço de novas tecnologias como a angiotomografia de coronárias. Objetivos: O objetivo foi analisar a custo-efetividade dos métodos não invasivos (teste ergométrico, cintilografia miocárdica, ecocardiograma por estresse e angiotomografia de coronárias) para o diagnóstico de pacientes com probabilidade pré-teste intermediária de doença coronariana obstrutiva, sob a perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Análise de custo-efetividade dos métodos não invasivos (TE, CM, ECO, ATC) através de árvore de decisão. Realizada revisão sistemática sobre acurácia de cada teste diagnóstico, sendo incluídas meta-análises apresentadas nos últimos dez anos. Foram analisadas 11 estratégias diferentes na investigação de doença coronariana obstrutiva ambulatorial. Os custos foram extraídos do portal do SUS. Custo-efetividade foi definida como custo por diagnóstico correto em pacientes sintomáticos com probabilidade pré teste intermediária de 30%. Resultados: Os testes foram comparados quanto a custo e efetividade com o teste ergométrico, por ser o teste mais prevalente e de menor custo no SUS. As estratégias utilizando a cintilografia miocárdica de forma isolada ou associada a outro teste foram dominadas (menos efetivas e com maior custo comparativo), sendo eliminadas. O teste ergométrico isoladamente tem o menor custo mas também a menor acurácia diagnóstica. A estratégia com menor razão de custo-efetividade incremental (RCEI) comparada ao teste ergométrico foi a do TE + ECO, e a estratégia que apresentou maior acurácia, com o menor custo comparativo foi a ECO + ATC. Conclusão: As estratégias que apresentaram a ATC como segundo teste mostraram-se custo-efetivas, tendo a estratégia TE + ECO o menor custo por diagnóstico correto incremental.
- ItemAspectos clínicos e de sobrevida em pacientes submetidos a troca valvar mecânica, com ênfase na incidência e fatores associados à trombose de prótese(Instituto Nacional de Cardiologia, 2020) Tagliari, FabioIntrodução : As doenças orovalvares tem prevalência expressiva, afetando mais de 100 milhões de pessoas no mundo. Com o implante de próteses valvares houve clara melhora da sobrevida e qualidade de vida. Entretanto, o procedimento resultou em novas entidades patológicas, como o pannus, a endocardite infecciosa e a trombose de prótese valvar mecânica.Objetivos:Descrever aspectos clínicos e laboratoriais de pacientes que foram submetidos a troca valvar mecânica no período de 2011 a 2017 no Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Rio de Janeiro; determinar a incidência de trombose de próteses valvares mecânicas (TPV); traçar o perfil dos pacientes com TPV e descrever os fatores associados a este desfecho; descrever o tratamento dispensado aos pacientes com trombose de prótese valvar mecânica e os desfechos desses casos. Métodos: Este é um estudo de coorte retrospectivo com seguimento de até nove anos. Os pacientes foram identificados no banco de dados do Serviço de Doenças Orovalvares do INC e do registro de cirurgias do Serviço de Cirurgia, INC. As variáveis de estudo foram buscadas em prontuários físicos e eletrônicos. Os cálculos foram feitos pelo programa Jamovi 1.2.2.; p<0,05 foi considerado estatisticamente significante. Curvas de Kaplan Meier para óbito e trombose de prótese foram construídas. Resultados: Foram incluídos 473 pacientes no período de estudo, sendo 231 (48,8%) homens. A idade média foi 46,9 ±11,3 anos. Etiologias primárias da doença valvar foram reumática(57,7%), degenerativa (12,9%) e válvula aórtica bicúspide (12,1%). Pacientes com prótese aórtica St. Jude tiveram taxa de sobrevida estatisticamente superior àqueles com ATS. Houve diferença estatística na sobrevida de próteses valvares em posição aórtica comparativamente à posição mitroaórtica. A mortalidade dos pacientes com implante de prótese mecânica foi de 16,1% no seguimento. A incidência de TPV foi de 1.4% (7 eventos), e de 1,1% por paciente (5 pacientes). A taxa anual de TPV foi de 0,24/100 pacientes-ano, em média de acompanhamento de 4,43 anos. O primeiro evento de TPV se deu após 1000 dias de observação. O tabagismo foi estatisticamente associado a TPV (p<0,001; IC 95%) assim como a presença de pannus. Houve diferença estatística apenas para o valor de INR do mês precedendo o evento trombose em 6 avaliações. Não houve diferença estatística para a variabilidade entre os valores de INR para os pacientes com e sem trombose de prótese por posição protética Quando comparado o INR no último mês de aferição nos pacientes que fizeram TPV, houve diferença estatística ( INR de 2.20[1.80-2.20] vs 2.80[2.20-3.40]; p 0,040). A frequência de acidentes vasculares cerebrais (AVC) após o implante protético foi de 4,4%. A frequência de eventos de sangramento, maiores e menores, foi de 5,2%. Conclusões: A população do estudo mostrou-se jovem e com prevalência de etiologia reumática. Os índices de trombose valvar protética mecânica encontram-se dentro daquelas relatadas pela literatura, e não houve desfecho do evento precocemente ao implante valvar.
- ItemAssociação da adesão ao tratamento médico intensivo na frequência de desfechos cardiovasculares em pacientes com dislipidemia(Instituto Nacional de Cardiologia, 2023) Silva, Guilherme Dias Renke Brandão eObjetivo: avaliar se a adesão ao tratamento médico intensivo alterou a frequência de eventos cardiovasculares em uma análise retrospectiva de 7 anos de acompanhamento. Métodos: estudo observacional e retrospectivo com seguimento prospectivo no qual 92 pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com sua adesão: o grupo aderente, composto por 64 pacientes que realizaram acompanhamento médico intensivo de 2012 a 2018; e o grupo não aderente, composto por 28 pacientes que não seguiram acompanhamento médico intensivo até 2018. Os modelos de risco proporcional de Cox foram ajustados para estimar as razões de risco associadas a eventos cardiovasculares como desfechos primários. Resultados: observamos um total de 32 casos de infarto agudo do miocárdio na população estudada, com risco aumentado no grupo não aderente (53,57%) em comparação com o grupo aderente (26,56%) por tempo de seguimento (p<0,001). Constatamos que eventos prévios de infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca foram associados com progressão para abandono do tratamento (p< 0,05) e que dois medicamentos foram considerados fator de risco para abandono do tratamento, os diuréticos e os fibratos (p<0,05). Conclusão: uma redução de risco para eventos cardiovasculares, especialmente infarto agudo do miocárdio, foi observada nos pacientes aderentes ao tratamento médico intensivo. Palavras chave: Dislipidemia; Comunicação Interdisciplinar; Doença cardiovascular; Infarto agudo do miocárdio
- ItemAssociação do fenótipo metabólico com consumo alimentar: estudo de saúde do trabalhador (ESAT)(Instituto Nacional de Cardiologia, 2021) Araujo, Christiane Fernandes da SilvaObesos metabolicamente saudáveis são aqueles que apresentam um perfil metabólico aparentemente favorável, no entanto com possibilidade de transição para um fenótipo não saudável influenciado por fatores como a alimentação. Atualmente, observa-se aumento do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, associados a diminuição do consumo de alimentos in natura e minimamente processados que podem contribuir para o surgimento de doenças crônicas. O objetivo deste estudo foi verificar a associação do consumo alimentar com fenótipo metabólico em funcionários de um centro de referência em Cardiologia, RJ, Brasil. Foi realizado um estudo transversal em que foram coletados dados dietéticos, antropométricos, composição corporal, bioquímicos e socioeconômicos. Para análise do consumo alimentar utilizou-se o Questionário de Frequência Alimentar e a classificação NOVA, que diferencia os alimentos segundo grau de processamento. A classificação do fenótipo metabólico considerou a presença ou ausência de alterações metabólicas para glicemia, lipídeos séricos e pressão arterial, combinado com a classificação do Índice de Massa Corporal de eutrofia ou excesso de peso. Foram considerados metabolicamente saudáveis indivíduos que não apresentaram nenhuma alteração nesses critérios, e não saudáveis na presença de pelo menos uma alteração. Foi considerado eutrófico (IMC ≥18,5 e ≤ 24,9 kg/m2 ) e excesso de peso IMC > 25 kg/m2 . Foram incluídos funcionários da ativa, maiores de 18 anos, ambos os sexos e excluídos os que apresentaram baixo peso (IMC < 18), grávidas, lactantes e os que foram cedidos para outras unidades. Dos 160 participantes, a média de idade foi 45,2 ± 1,1 anos, 21,9% tinham hipertensão arterial e 4,4% diabetes. Do total, 9% eram eutróficos metabolicamente saudáveis, 17% eutróficos metabolicamente não saudáveis, 19% excesso de peso metabolicamente saudáveis e 55% excesso de peso metabolicamente não saudáveis. A mediana do consumo de ultraprocessados representou um terço do valor energético total em todas as categorias de IMC (32,4% [23,8 – 43,2] para eutróficos, 32,7% [22,2 – 44,2] para sobrepeso; e 34,3% [27,0 – 44,0] para obesos, p>0,05). Os valores para associação do consumo com fenótipo foram 1,01 [0,96-1,06] eutróficos metabolicamente não saudáveis, 1,03 [0,98-1,08] para excesso de peso metabolicamente saudáveis e 1,00 [0,96-1,05] para excesso de peso metabolicamente não saudáveis considerando alimentos ultraprocessados. Não foi observada associação entre os fenótipos metabólicos e o consumo dos grupos de alimentos segundo a classificação NOVA, contudo foi observado alto consumo de ultraprocessados.
- ItemAssociação entre células progenitoras endoleliais, reestenose coronariana e eventos cardiovasculares após angioplastia coronariana percutânea(Instituto Nacional de Cardiologia, 2016) Montenegro, Fernando SantiagoIntrodução: As células progenitoras endoteliais (CPE) são produzidas na medula óssea e mobilizadas para a corrente sanguínea após injúria vascular, tendo um papel fundamental no reparo endotelial. Todavia, sua influência no reparo vascular após intervenção coronariana percutânea (ICP) é controversa, tendo sido descritas associações com o desenvolvimento de reestenose após ICP com implante de stent e a ocorrência de eventos cardiovasculares. Objetivos: Avaliar o número de CPE circulantes antes e após ICP com implante de stent e sua associação com a ocorrência de reestenose coronariana e eventos cardiovasculares adversos após o procedimento. Métodos: Trabalho prospectivo, com acompanhamento de um ano, avaliando pacientes do sexo masculino submetidos a ICP eletiva com implante de stent no Instituto Nacional de Cardiologia (INC). Realizou-se a coleta de sangue venoso periférico antes e no dia seguinte após o procedimento de angioplastia e a identificação das CPE (CD45-CD34+CD31+CD133/2+CD309+) através de imunofenotipagem por citometria de fluxo. Os desfechos primários analisados foram a necessidade de nova revascularização do vaso previamente abordado, reestenose angiográfica do stent previamente implantado, angina ou equivalente anginoso com cintilografia miocárdica demonstrando isquemia. Os desfechos secundários foram angina ou equivalente anginoso sem cintilografia miocárdica, síndrome coronariana aguda e óbito por qualquer causa. Resultados: O número de CPE circulantes pré-angioplastia coronariana foi maior em pacientes em uso de clopidogrel. O número absoluto de CPE circulantes pós-angioplastia coronariana foi maior em pacientes em uso de beta-bloqueador. Houve redução de CPE pós-angioplastia em pacientes em uso de bloqueadores do receptor de angiotensina. Pacientes com diabetes, idade acima de 60 anos, em uso de clopidogrel ou beta-bloqueador mostraram tendência a redução de CPE pós-angioplastia, e em pacientes com IAM até 90 dias a tendência foi de aumento. Os desfechos primários ocorreram em 8,7% e os secundários em 37,0% dos pacientes. Não houve associação estatisticamente significativa entre CPE e desfechos. Conclusão: Não houve associação entre CPE e a ocorrência de reestenose coronariana e de eventos cardiovasculares adversos após intervenção coronariana percutânea
- ItemAssociação entre dispneia e qualidade de vida em trabalhadores de um hospital quaternário que tiveram covid-19(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024) Macedo Junior, Humberto Batista deIntrodução: A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) trouxe um desafio de proporções históricas para os sistemas mundiais de saúde. O Instituto Nacional de Cardiologia (INC) proporcionou o diagnóstico molecular da infecção pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) em funcionários com síndrome gripal. Objetivo: avaliar a evolução clínica e a qualidade de vida em saúde de funcionários do INC com diagnóstico molecular de COVID-19 após a recuperação da fase aguda da doença. Métodos: trata-se de um estudo transversal que incluiu funcionários do INC com diagnóstico molecular positivo para COVID-19. O participante era avaliado em relação a presença de sintomas cardiovasculares e variáveis clínicas, sendo em seguida aplicado o questionário de qualidade de vida em saúde (QVRS) EuroQol (EQ-5D-3L), com a escala visual analógica (EVA). Os dados foram estratificados em indivíduos com e sem queixas de dispneia no momento da avaliação. As associações entre a presença de dispneia com os domínios da QV foram avaliadas por meio de modelos lineares generalizados utilizando log link e distribuição gama para as variáveis de desfecho contínuas e modelos de regressão logística para as variáveis de desfecho binária. Resultados: foram considerados 109 profissionais com diagnóstico positivo para COVID-19, em sua maioria mulheres (67,9%) com mediana de idade de 44(IIQ 25-75% 38-52) anos. A mediana do número de dias entre o diagnóstico e a avaliação clínica foi de 400. Dispneia foi observada em 20,2% (n=22) dos participantes. Não houve diferença entre os grupos com e sem dispneia em relação ao sexo, etnia, categoria de trabalho, status vacinal ou comorbidade. O grupo com dispneia apresentou índice de massa corporal mais elevado(p=0,04). Na análise de regressão, a presença de dispneia esteve associada a menor pontuação na EVA, tanto nos modelos ajustado e não-ajustado. Em acréscimo, dispneia esteve associada com mais relatos de problemas nas atividades habituais do questionário EQ-5D-3L. Pode-se concluir que a presença de dispneia esteve relacionada à piora da QVRS. Estudos adicionais, com períodos de avaliação maiores e com a realização de exames complementares, poderão auxiliar a elucidar os efeitos a longo prazo da COVID-19.
- ItemAssociação entre perfil clínico e genético de adultos com aortopatia: estudo de coorte retrospectivo com seguimento prospectivo(Instituto Nacional de Cardiologia, 2022) Ferreira, Juliana da RochaAs aortopatias são uma doença clinicamente silenciosa, com história natural de elevada mortalidade. As doenças da aorta torácica hereditárias (DAT-H) têm sido associadas a mutações em múltiplos genes e estima-se que 30% dos pacientes carreiem uma mutação patogênica. Este estudo teve como objetivo investigar o perfil clínico e genético de adultos portadores de aortopatias e associar genótipo e fenótipo. Foram estudados 79 pacientes com aortopatias, submetidos à análise de dados clínicos e à testagem genética baseada no sequenciamento de nova geração dirigido (tNGS) e pelo método Sanger. As variantes encontradas foram classificadas pelos critérios da American College of Medical Genetics (ACMG). Este estudo definiu uma população fenotípica grave. A dissecção aórtica ocorreu em 49,4% dos pacientes diagnosticados aos 44,59 anos, principalmente a partir dos 40 anos e 72,2% necessitaram de cirurgia. Foram descobertas 7 variantes patogênicas (VP), 4 variantes provavelmente patogênicas (VPP) e 22 variantes de significado incerto. As variantes VP e VPP foram identificadas em 6 genes (ACTA2, FBN1, MYLK, SMAD3, TGFB2, TGFBR2), sendo o FBN1 o mais prevalente (6 variantes). Sete VP/VPP são variantes novas. O rendimento diagnóstico por tNGS foi 10,37% nas DAT isoladas nessa coorte. Já o rendimento diagnóstico dos casos suspeitos de síndrome de Marfan pelo sequenciamento direto do gene da fibrilina-1 (FBN1) foi 37,5%, com 2 VP e 1 VPP. Pacientes com VP/VPP apresentaram média de idade menor ao diagnóstico (39,3 anos) do que sem VP/VPP (44,4 anos) e maior diâmetro médio da aorta (6,56 cm vs. 5,6 cm), diferença sem significado estatístico. Ambos os grupos necessitaram de cirurgia (81,8% vs. 70,6%, respectivamente). Conclui-se que a população estudada apresentou idade diagnóstica precoce e alto percentual de dissecção de aorta. A maioria necessitou de cirúrgica precoce e de emergência/urgência, sendo que a metade nos primeiros meses após o diagnóstico. Síndrome aórtica aguda foi o principal desfecho clínico da população. A associação entre o fenótipo dos pacientes e a análise genética mostrou que o maior rendimento do sequenciamento genético foi encontrado em pacientes mais graves e com idade diagnóstica mais jovem. Palavras-chave: Aneurisma da aorta torácica; Fibrilina-1; Dissecção aórtica; Testes genéticos; Sequenciamento de nova geração.
- ItemAssociação entre perfil clínico e genético de adultos com aortopatia: estudo de coorte retrospectivo com seguimento prospectivo(Instituto Nacional de Cardiologia, 2022) Ferreira, Juliana da RochaAs aortopatias são uma doença clinicamente silenciosa, com história natural de elevada mortalidade. As doenças da aorta torácica hereditárias (DAT-H) têm sido associadas a mutações em múltiplos genes e estima-se que 30% dos pacientes carreiem uma mutação patogênica. Este estudo teve como objetivo investigar o perfil clínico e genético de adultos portadores de aortopatias e associar genótipo e fenótipo. Foram estudados 79 pacientes com aortopatias, submetidos à análise de dados clínicos e à testagem genética baseada no sequenciamento de nova geração dirigido (tNGS) e pelo método Sanger. As variantes encontradas foram classificadas pelos critérios da American College of Medical Genetics (ACMG). Este estudo definiu uma população fenotípica grave. A dissecção aórtica ocorreu em 49,4% dos pacientes diagnosticados aos 44,59 anos, principalmente a partir dos 40 anos e 72,2% necessitaram de cirurgia. Foram descobertas 7 variantes patogênicas (VP), 4 variantes provavelmente patogênicas (VPP) e 22 variantes de significado incerto. As variantes VP e VPP foram identificadas em 6 genes (ACTA2, FBN1, MYLK, SMAD3, TGFB2, TGFBR2), sendo o FBN1 o mais prevalente (6 variantes). Sete VP/VPP são variantes novas. O rendimento diagnóstico por tNGS foi 10,37% nas DAT isoladas nessa coorte. Já o rendimento diagnóstico dos casos suspeitos de síndrome de Marfan pelo sequenciamento direto do gene da fibrilina-1 (FBN1) foi 37,5%, com 2 VP e 1 VPP. Pacientes com VP/VPP apresentaram média de idade menor ao diagnóstico (39,3 anos) do que sem VP/VPP (44,4 anos) e maior diâmetro médio da aorta (6,56 cm vs. 5,6 cm), diferença sem significado estatístico. Ambos os grupos necessitaram de cirurgia (81,8% vs. 70,6%, respectivamente). Conclui-se que a população estudada apresentou idade diagnóstica precoce e alto percentual de dissecção de aorta. A maioria necessitou de cirúrgica precoce e de emergência/urgência, sendo que a metade nos primeiros meses após o diagnóstico. Síndrome aórtica aguda foi o principal desfecho clínico da população. A associação entre o fenótipo dos pacientes e a análise genética mostrou que o maior rendimento do sequenciamento genético foi encontrado em pacientes mais graves e com idade diagnóstica mais jovem. Palavras-chave: Aneurisma da aorta torácica; Fibrilina-1; Dissecção aórtica; Testes genéticos; Sequenciamento de nova geração.
- ItemAssociação entre qualidade de vida e da dieta na doença aterosclerótica(Instituto Nacional de Cardiologia, 2014) Santos, Elisa Maia dosIntrodução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo. A qualidade de vida e da dieta podem se encontrar reduzidas nos pacientes com doença aterosclerótica, tornando-se importante sua avaliação nestes pacientes. Objetivo: Avaliar o estado nutricional, prática de atividade física, qualidade de vida (QV) e da dieta, e a associação entre esses dois indicadores em pacientes com doença aterosclerótica (DA). Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em dois centros de saúde da cidade do Rio de Janeiro, com pacientes com história documentada de doença aterosclerótica nos últimos dez anos, participantes de estudo multicêntrico nacional. O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira etapa foram realizadas antropometria, aferição de pressão arterial, aplicação do questionário SF-36 para avaliação da QV e avaliação da prática de atividade física. Na segunda etapa foi realizada avaliação bioquímica e aplicado o questionário de frequência de consumo alimentar. Para avaliação da qualidade da dieta foi utilizado o Índice de qualidade da dieta revisado para a população brasileira (IQD-R). Utilizou-se os testes de Mann Whitney e Kruskal Wallis para avaliar diferenças entre os grupos. Os resultados foram expressos em mediana e percentis 25 e 75 (p25-p75). As análises foram realizadas, no programa estatístico SPPS (Statistical Package Social Science) versão 21. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Participaram do estudo duzentos e setenta e três pacientes com média de idade de 64,6 ±8,8 anos, em sua maioria do sexo masculino (61,5%). Foi observada mediana de IQD-R de 78,54 (75,65-80,48). Observamos ainda o elevado consumo de alimentos ultraprocessados, representando cerca de 20% da ingestão calórica média. O consumo de vitamina D e E encontra-se aquém das recomendações segundo as Estimativas médias de consumo (EAR). Foram observados baixos escores de QV no grupo avaliado, sendo a QV pior nas mulheres. Os pacientes obesos apresentaram pior qualidade da dieta e de vida, além de menor consumo de frutas e leite e derivados. Os pacientes praticantes de atividade física apresentaram melhor QV e da dieta. O consumo adequado de ácidos graxos saturados foi associado a melhor QV. Conclusão: Pacientes com DA em prevenção secundária apresentaram baixa qualidade de vida e da dieta. Foi encontrada associação fraca entre QV e qualidade da dieta no grupo estudado, mas o consumo de ácidos graxos saturados dentro das recomendações foi associado a melhor qualidade de vida. Sugerimos que a avaliação desses índices possa ser uma ferramenta útil para ao acompanhamento clínico e nutricional de pacientes com doença aterosclerótica.
- ItemAssociação entre qualidade de vida e prognóstico de pacientes candidatos ao transplante cardíaco de um hospital terciário do Rio de Janeiro: um estudo transversal(Instituto Nacional de Cardiologia, 2017) Faria, Vanessa SilveiraIntrodução: A disponibilidade de órgãos sólidos para a realização de transplante é um problema mundial. No Brasil em 2015, foram realizados 353 transplantes cardíacos (TC), atingindo 1,7 transplantes por milhão de população. Em média, 16 pacientes morrem diariamente na fila de espera por órgãos. Este fato reforça a necessidade da estratificação de risco e avaliação da qualidade de vida (QV) dos pacientes com indicação para o TC. O estudo teve como objetivos verificar a associação entre os escores de prognóstico e a QV de pacientes candidatos ao TC; classificar os pacientes candidatos ao TC pelos escores de prognóstico do Heart Failure Survival Score (HFSS) e do Seattle Heart Failure Model (SHFM); identificar a QV dos pacientes candidatos ao TC pelo escore do Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) e do Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ); e verificar a associação entre os escores de prognóstico do HFSS e do SHFM. Método: Estudo transversal, com 32 pacientes ambulatoriais candidatos ao TC de um hospital Terciário no Rio de Janeiro. Foram utilizados os escores de prognóstico: HFSS e SHFM e no que se refere a HRQOL, optou-se pelo MLHFQ e KCCQ. Para análise dos dados utilizou-se o coeficiente de orrelação de Pearson. Resultados: Não se verificou correlação entre escores de prognóstico (r = 0,01), e por outro lado, observou-se uma correlação forte entre os dois instrumentos de QV (r = - 0,81). Entre os escores de prognóstico e os questionários de QV a correlação foi fraca (maior valor encontrado para r = 0,21). Conclusão: A inexistência de correlação entre os escores de prognóstico pode ser explicada pela diversidade de variáveis distintas e a época da validação de cada instrumento. A correlação forte entre os escores de QV oferece subsídios na escolha de um ou outro instrumento para avaliar QV. A correlação fraca entre os escores de prognóstico e de HRQOL sugere a não associação entre os escores, ou seja, pior prognóstico não significa pior QV e vice-versa. Sugere-se uma abordagem quantitativa e qualitativa, e a utilização conjunta dos dois escores de prognóstico com um instrumento de QV, para desta forma, aprimorar os critérios de indicação ao TC.
- ItemAtividade física, aptidão física e qualidade de vida em pacientes portadores de cardiomiopatia chagásica(Instituto Nacional de Cardiologia, 2020) Lins, Wylisson Marcelo AlmeidaIntrodução: A Doença de Chagas é uma infecção crônica com distintas manifestações clínicas. A mais grave delas é a forma cardíaca, ocorrendo em 30% dos casos. Nesta forma, os indivíduos podem evoluir com sintomas de insuficiência cardíaca congestiva, podendo haver uma redução do nível de atividade fisica (AF) desenvolvida nas atividades diárias e deterioração da qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a contribuição da AF e da aptidão física na QV de pacientes na fase crônica da doença de Chagas. Métodos: A amostra foi composta por pacientes recrutados no Ambulatório de Cardiopatia Chagásica do Instituto Nacional de Cardiologia. Foi utilizado o questionário EQ-5D-3L (Euro Quality of Life Instrument 5D 3L), para avaliar a QV e o questionário internacional de atividade física (IPAQ versão curta) para avaliar o nível de atividade física. A aptidão física foi avaliada pelos testes de sentar-levantar em 30 segundos (TSL30s); timed up and go (TUG) e força de preensão palmar. As variáveis demográficas, socioeconômicas e clínicas foram obtidas através da consulta aos prontuários dos pacientes. Resultados: Foram avaliados 63 pacientes, a maioria mulheres (68,2%), com média de idade de 67,7 ± 9,7 anos. A maior parte tinha diagnóstico de hipertensão arterial (76,2%) e dislipidemia (65,1%), com classe funcional I (54,0%) e Fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada (73,0%). O nível de AF mais frequente foi o moderado (44,4%). A dinamometria apresentou valor de 22,7 ± 9,2kgf; no TUG a maior parte dos pacientes apresentou alto desempenho (58,7%). No TSL30s, 53,9% dos pacientes apresentaram desempenho moderado. O valor de QV encontrado foi de 0,65± 0,28 pelo questionário e de 68,4±25,1 pela escala visual analógica. Foi observada associação entre o nível de AF e QV, em que a maioria dos indivíduos com níveis de AF moderado e alto relatou não possuir nenhum problema no domínio mobilidade. No TSL30s, a maioria dos indivíduos com desempenho moderado/alto referiu não ter nenhum problema nos domínios mobilidade, atividades habituais e dor/mal-estar. O mesmo foi encontrado na associação entre o TUG e a QV, onde a maioria dos indivíduos com moderado/alto desempenho referiu nenhum problema nos domínios mobilidade e atividades habituais. Os indivíduos com maior força de preensão palmar referiram nenhum problema nos domínios mobilidade e atividades habituais. A maior parte dos indivíduos com o nível moderado/alto de AF apresentou moderado desempenho no TSL30s (p=0,012), em relação ao TUG, a maioria dos indivíduos com nível moderado/alto de AF apresentou alto desempenho (p=0,006). Com relação à dinamometria, os indivíduos que apresentaram maiores valores foram os que apresentaram alto nível de AF (p<0,001). Conclusão: Observamos no presente estudo que a AF e a aptidão física apresentam associação com a qualidade de vida, onde os indivíduos com melhor AF e aptidão física apresentaram os melhores escores de qualidade de vida. Sugere-se a produção de estudos futuros para observar a aplicabilidade da AF e sua repercussão na QV em pacientes portadores de doença de Chagas.
- ItemAvaliação da adequação das indicações de cintilografia miocárdica em um hospital terciário(Instituto Nacional de Cardiologia, 2015) Santos, Mauro Augusto dosIntrodução: Os custos em saúde têm aumentado de forma substancial, tornando-se um imenso desafio para economia mundial. A utilização de novas tecnologias que visam um diagnóstico mais precoce e preciso, e consequentemente um tratamento mais eficaz, requer uma aplicação criteriosa para que o uso inadequado não gere impactos financeiros e sociais desnecessários. Objetivos: Avaliar em um hospital terciário do sistema único de saúde, a adequação das indicações de realização de cintilografia de perfusão miocárdica em pacientes com suspeita ou doença arterial coronariana já estabelecida; e estimar o impacto orçamentário da realização da cintilografia de perfusão miocárdica em pacientes com indicações inadequadas. Métodos: Estudo observacional, transversal, de 210 pacientes com suspeita ou doença arterial coronariana já diagnosticada, encaminhados à cintilografia miocárdica com estresse pelo exercício ou farmacológico. Através da anamnese, a história clínica do paciente foi confrontada com cenários clínicos extraídos do Appropriate Use Criteria for Cardiac Radionuclide Imaging de 2009, a fim de classificar a indicação do exame em umas das três categorias: adequada, inadequada e incerta. Análise de impacto orçamentário, utilizando modelo determinístico. Resultados: O percentual de solicitações adequadas foi de 78%, indicações inadequadas 12% e incertas 10%. A ausência de sintomas esteve de forma significativa relacionada com indicações inadequadas (p<0,01). Não houve diferença entre o percentual de pedidos inadequados de outras unidades do sistema único de saúde em relação ao centro terciário especializado em doenças cardiovasculares (10% versus 14,2%, p=0,76). A análise de impacto orçamentário demonstrou que o uso de um protocolo de adequação, aplicado à população atendida no serviço de medicina nuclear no período de um ano, geraria uma economia de R$ 239.185,92 reais. Conclusões: Os percentuais de indicações inadequadas na literatura variam de 12% a 14%, e sofrem a interferência de solicitações por médicos não cardiologistas; o que não ocorreu com a nossa amostra, podendo-se inferir que a taxa de inadequação de 12% reflete a prática do corpo clínico de um centro terciário especializado em doenças cardiovasculares, sugerindo a necessidade de um ajuste do nível de inadequação. A análise de impacto orçamentário estimou uma economia de recursos de 23,5% quando aplicado um protocolo de adequação.
- ItemAvaliação da associação entre performance física e desfechos no pós-operatório imediato de apcientes submetidos à cirurgia cardíaca eletiva(Instituto Nacional de Cardiologia, 2022) Santana, Abisai dos Santosintrodução: Avaliação da performance física representa no pré-operatório uma ferramenta que pode auxiliar na determinação do risco cirúrgico e melhor momento para a intervenção. Existem testes não invasivos e de fácil realização, desenvolvidos para avaliação da performance física. Objetivo: Avaliar a performance física no pré-operatório de cirurgia cardíaca eletiva, estabelecendo associações com as complicações pós-operatórias imediatas até o momento da alta hospitalar, tempo de ventilação mecânica, tempo para caminhar, tempo para alta hospitalar e óbito. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal observacional, recrutamos pacientes candidatos à cirurgia eletiva de revascularização do miocárdio, troca valvar e combinada, no Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro. A performance física foi avaliada pelos testes de força de preensão palmar (FPP) pela dinamometria, sentar-levantar em 30 segundos (TSL-30s) e timed up and go (TUG). Os dados demográficos, socioeconômicos e clínicos foram obtidos analisando os prontuários. Os pacientes foram estratificados em dois grupos: idade igual ou maior a 60 anos (grupo 1) e idade menor que 60 anos (grupo 2). Resultados: Foram avaliados 166 pacientes no pré-operatório, sendo a maioria do gênero masculino (65%). A idade foi de 58±11 anos. Houve predomínio de pacientes no grupo 1 (53,6%). Foram submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio 82 pacientes (49,4%), 67 submetidos a cirurgia valvar (40,3%) e 17 procedimentos combinada (10,2%). Houve associação entre a FPP e óbito intra-hospitalar (P=0,008) e no modelo ajustado pelo European System for Cardiac Operative Risk Evaluation (EUROSCORE II) (P=0,036). A area under the ROC curve (AUC) respectivamente foi de 0,80 para a FPP e de 0,77 para o EUROSCORE II. A AUC da FPP associada com o EUROSCORE II de 0,83. Conclusões: Os resultados evidenciam a importância de realizarmos testes não invasivos, de fácil execução, no pré-operatório, podendo identificar possíveis fragilidades nesses pacientes podendo estar associadas com óbito pós-operatório. Palavras-chave: Procedimento, Cirurgia Cardíaca / Desempenho Físico Funcional / Fragilidade / mortalidade
- ItemAvaliação da função endotelial microvascular em adultos com cardiopatia congênita(Instituto Nacional de Cardiologia, 2017) Nascimento, Pablo Marino CorrêaA cardiopatia congênita em adultos compartilha algumas características com a insuficiência cardíaca (IC), como intolerância ao esforço, ineficiência ventilatória, ativação inflamatória e neuro-hormonal, arritmias cardíacas e fibrose miocárdica. A disfunção endotelial também integra a fisiopatologia da IC, mesmo nas fases iniciais, e associa-se com prognóstico desfavorável. O objetivo primário do presente trabalho foi investigar se adultos com cardiopatia congênita apresentam disfunção endotelial microvascular cutânea. Os objetivos secundários foram descrever o comportamento das variáveis hemodinâmicas, metabólicas e ventilatórias ao exercício nestes pacientes, assim como comparar as respostas microcirculatórias dos pacientes com maior e menor capacidade funcional. Para tanto, 31 adultos com cardiopatia congênita realizaram inicialmente um Teste Cardiopulmonar de Exercício. Em seguida, a reatividade microvascular cutânea foi avaliada nestes pacientes e em 29 controles saudáveis, pareados por idade (p=0,0781) e sexo (p=0,7997), utilizando um sistema de fluxometria laser speckle combinado com iontoforese de substâncias vasoativas (acetilcolina e nitroprussiato de sódio), assim como hiperemia reativa pós-oclusiva (HRPO). Os pacientes apresentaram consumo de oxigênio (V’O2) correspondendo a 44,86 18,01% do previsto no pico do esforço e 36,92 12,93% do V’O2 máximo previsto no limar anaeróbio, inclinação da eficiência do consumo de oxigênio (OUES) de 1,49 0,89 (61,43 26,63% do previsto), pulso de oxigênio de 58,90 22,24% do previsto e aumento da pressão arterial sistólica de 31,42 21,60 mmHg). O fluxo sanguíneo basal e a área sob a curva em resposta à acetilcolina foram de 0,3200 0,01951 APU/mmHg versus 0,2224 0,01377 APU/mmHg (p<0,0001) e 22500 1086 APU/s versus 19331 1078 APU/s (p=0,0431) nos pacientes e controles, respectivamente. Em resposta ao nitroprussiato de sódio, a amplitude da CVC foi de 0,3103 0,03043 APU/mmHg nos controles e 0,1850 0,02480 APU/mmHg nos pacientes (p=0,0031). Não houve diferença entre pacientes e controles em resposta à HRPO, com pico e amplitude da CVC, respectivamente: 0,7855 0,03382 APU/mmHg versus 0,7586 0,03435 APU/mmHg (p=0,5797) e 0,4435 0,02792 APU/mmHg versus 0,4800 0,02957 APU/mmHg (p=0,3734). O fluxo basal dos pacientes com V’O2 pico abaixo de 16,0 mL.kg-1.min-1 foi de 0,3800 0,03147 APU/mmHg e o de indivíduos com V’O2 pico acima deste valor foi de 0,2741 0,01764 APU/mmHg (p=0,0046). Concluindo, os adultos com cardiopatia congênita do presente trabalho apresentaram reduzida condição aeróbia, ineficiência ventilatória para o consumo de oxigênio e reduzida resposta inotrópica durante o esforço, caracterizada por pulso de oxigênio reduzido e resposta deprimida da pressão arterial sistólica. Estes indivíduos, entretanto, não apresentaram disfunção endotelial da microcirculação cutânea. Ao contrário, apresentaram fluxo sanguíneo basal mais elevado e resposta vasodilatadora mantida ao estímulo com acetilcolina, em comparação aos voluntários saudáveis. Os pacientes com menor capacidade funcional apresentaram fluxo basal microvascular mais acentuado quando comparados com aqueles com maior capacidade funcional.
- ItemAvaliação da função endotelial microvascular em pacientes com endocardite infecciosa utilizando a técnica de fluxometria microvascular a laser(Instituto Nacional de Cardiologia, 2017) Barcelos, Amanda FerreiraINTRODUÇÃO: A endocardite infecciosa (EI) é uma condição grave com incidência crescente a alta taxa de mortalidade intrahospitalar e em cinco anos. Poucos estudos tratam da avaliação da microcirculação em pacientes com EI, e até agora nenhum deles utilizou tecnologia a laser. O objetivo deste estudo é avaliar as alterações presentes na microcirculação cutânea de pacientes com EI. MÉTODOS: Trata-se de um estudo comparativo que incluiu pacientes com EI definida pelos critérios de Duke modificados admitidos em nosso centro para tratamento. O grupo referência foi formado por voluntários saudáveis pareados por sexo e idade. O fluxo microvascular foi avaliado foi avaliado no antebraço usando um sistema de imagem de fluxometria microvascular a laser, para medição não invasiva e contínua de alterações de perfusão microvascular cutânea. Esse sistema foi utilizado em combinação com micro iontoforese de acetilcolina, um vasodilatador dependente do endotélio e nitroprussiato de sódio (independente do endotélio), para testar a reatividade microvascular. RESULTADOS: Estudamos 22 pacientes com EI; sendo 15 do sexo masculino e sete do sexo feminino. A idade média e o desvio padrão (SD) foram de 45,5 +- 17,3 anos. A apresentação clínica foi aguda em 13,6% e subaguda em 86,3%. Os agentes etiológicos foram divididos em estreptococos do grupo viridans presente em 10 pacientes (45,4%), estafilococos agrassivs em 4 (18,2%), estafilococos coagulase negativos de menos virulência em 4 (18,2%) e enterococos em 4 (18,2%). A condutância microvascular da pele basal foi significativamente aumentada em pacientes com EI, em comparação com indivíduos saudáveis (0,36 +- 0,13 versus 0,21 +- 0,08 APU / mmHg; p<0,0001). A vasodilatação microvascular dependente e independente do endotélio foi reduzida em pacientes com EI. O aumento da condutância microvascular induzida pela acetilcolina em pacientes foi de 0,21 +- 0,17 e no grupo referência de 0,37 +- 0,14 APU / mmHg (p=0,0012). Além disso, o aumento da condutância microvascular induzida pelo nitroprussiato de sódio em pacientes foi de 0,18 +- 0,14 e em saudáveis de 0,29 +- 0,15 APU / mmHg (p=0,0140). CONCLUSÃO: As alterações principais da microcirculação cutânea em pacientes com EI encontradas foram uma maior vasodilatação microcirculatória basal e uma redução da reatividade microvascular dependente e independente do endotélio