Dissertações Mestrado CC

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    Associação da função endotelial microvascular sistêmica com vasorreatividade pulmonar em pacientes candidatos ao transplante cardíaco
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Fatorelli, Antonio Feliciano; Kasal, Daniel Arthur B.; Tibiriçá, Eduardo Vera
    Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa caracterizada por comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ventricular ou da ejeção. A disfunção endotelial (DE) em nível microcirculatório desempenha papel fundamental no desenvolvimento e progressão das doenças cardiovasculares, incluindo a IC. O transplante cardíaco (TC) é uma modalidade terapêutica considerada para IC avançada e refratária. Objetivos: Este estudo investigou a associação entre a reatividade microvascular sistêmica, medida não invasivamente por meio de imagem de contraste por laser speckle (LSCI), e a hemodinâmica pulmonar em pacientes com IC avançada em avaliação para TC. Método: Estudo observacional, transversal e prospectivo, conduzido com 30 pacientes com IC avançada submetidos ao teste de vasorreatividade pulmonar. A função microvascular foi avaliada por LSCI com micro-iontoforese de acetilcolina (ACh) e nitroprussiato de sódio (NPS). As variáveis hemodinâmicas foram obtidas por cateterismo cardíaco direito. Foram aplicados testes de correlação linear de Pearson. Resultados: Observou-se correlação inversa significativa entre a resposta à ACh e a resistência vascular sistêmica indexada (RVSi) (r = -0,39; p = 0,03) e resistência vascular pulmonar indexada (RVPi) (r = -0,48; p = 0,009). A resposta ao NPS também se correlacionou negativamente com a RVSi (r = -0,48; p = 0,008) e RVPi (r = -0,43; p = 0,01). Adicionalmente, a PSAP correlacionou-se positivamente com a resposta ao NPS (r = 0,43; p = 0,01), indicando relação entre tônus vasomotor periférico e hipertensão pulmonar. Conclusões: A disfunção microvascular sistêmica demonstrou associação significativa com parâmetros hemodinâmicos pulmonares e sistêmicos em pacientes com IC avançada. Estes achados sugerem que a avaliação da microcirculação, por método não invasivo, pode ser uma ferramenta complementar na estratificação hemodinâmica e no manejo clínico de candidatos ao TC. Estudos futuros poderão validar seu papel como marcador prognóstico e orientar intervenções terapêuticas direcionadas à função endotelial.
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    Associação entre o nível de atividade física com marcadores de aterosclerose subclínica em pacientes com doença de chagas crônica
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Diferenz, Erica Maria; Mediano, Mauro Felippe Felix ; Kasal, Daniel Arthur Barata
    Introdução: A doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T.cruzi). O perfil clínico-epidemiológico da DC tem se modificado ao longo dos últimos anos, com migração de grande parte dos indivíduos de zonas rurais para centros urbanos, facilitando a mudanças no estilo de vida, como baixos níveis de atividade física (AF), o que pode estar associado a alterações na saúde cardiovascular. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo investigar a associação entre níveis de AF com marcadores de aterosclerose subclínica (espessura da camada médio-intimal da artéria carótida comum [ECMI], presença de placa aterosclerótica carotídea [PAC] e quantidade de tecido adiposo epicárdico [TAE]) em pacientes com DC. Método: Trata-se de um estudo transversal incluindo pacientes com sorologia positiva para DC por meio de dois métodos distintos. O nível de AF foi determinado através do questionário IPAQ (International Physical Activity Questionnaire) versão curta. A ECMI e PAC foram verificadas por exame de ecodoppler das artérias carótidas. A quantidade de TAE foi avaliada pelo ecocardiograma transtorácico ao final da sístole. Variáveis sociodemográficas, clínicas e de estilo de vida foram consideradas como covariáveis. Modelos de regressão linear não ajustados e ajustados foram calculados para determinar a associação entre os níveis de AF com ECMI, a presença de PAC e a quantidade de TAE. Resultados: A mediana de idade foi de 62 anos, com maioria de mulheres (56,5%) e predominância de escolaridade inferior a nove anos de estudo (67,6%). A mediana do nível de atividade física total foi de 1.548,0 METs x min/semana, enquanto a de atividade física moderada a vigorosa foi de 720,0 METs x min/semana. A mediana da ECMI foi de 0,65 mm à esquerda e 0,66 mm à direita. Observou-se que 46,4% dos participantes apresentavam PAC. A mediana da TAE foi de 5,0 mm. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre aumento dos níveis de AF com menor ECMI, menor quantidade de PAC e menor TAE após ajustes por potenciais variáveis de confundimento. Conclusões: O nível de AF não se associou com os marcadores de aterosclerose subclínica em indivíduos com DC crônica.
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    Teleconsultoria em insuficiência cardíaca na atenção primária: uma nova ferramenta
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025-03-31) Silva, Gabriel Pesce de Castro da
    Introdução: No Brasil, estudos demonstraram que a principal causa de hospitalização atrelada à insuficiência cardíaca é a má aderência à terapêutica básica para a patologia, o que confere ao Brasil uma das taxas de internação mais elevadas no mundo. Conforme diretrizes, a terapia tríplice medicamentosa é também responsável por melhora da sobrevida dos classificados como “fração de ejeção reduzida”. Pela dificuldade no referenciamento para especialistas na atenção primária, é observada a oportunidade da teleconsultoria, regulamentada no país desde 2011, para o manejo dessa comorbidade. Objetivo: Analisar, com o uso da teleconsultoria com cardiologista no atendimento em atenção primária, a otimização da prescrição médica para tratamento dos pacientes com insuficiência cardíaca. Método: Foi realizada uma coorte prospectiva, no Rio de Janeiro, entre agosto de 2020 e dezembro de 2022, com análise de prontuários de pacientes que tiveram seus casos discutidos em teleinterconsultoria com especialistas. Após, no mínimo, 3 meses da teleconsulta, foi avaliada a prescrição médica para controle da insuficiência cardíaca. Além das diretrizes nacionais, foi confeccionado o protocolo operacional padrão para tratamento da insuficiência cardíaca do Instituto Nacional de Cardiologia, a fim de que o mesmo pudesse ser utilizado para as discussões de casos clínicos. Resultados: No total, 83 pacientes tiveram seus casos discutidos em teleinterconsulta. O perfil demográfico da amostra apresentou dados semelhantes aos demonstrados na população brasileira. A análise de prescrição posterior à teleconsultoria não evidenciou incremento nas classes medicamentosas para controle da patologia. Além disso, nos 32,53% de pacientes da amostra portadores de “fração de ejeção reduzida” definida, não foi demonstrada alteração estatisticamente significativa da prescrição de terapêutica básica. Conclusão: Houve manutenção da prescrição médica para tratamento da insuficiência cardíaca, na população estudada, ao analisar o perfil da terapia tríplice basal. Novos estudos são necessários para avaliar a aplicabilidade da ferramenta.
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    Programas de telemonitoramento não invasivo para pacientes com insuficiência cardíaca crônica: uma revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Parente, Hilson Amorim
    Introdução: A insuficiência cardíaca é uma condição crônica, de alta morbimortalidade e com um número mundial crescente de pacientes acometidos, o que impacta sistemas de saúde públicos e privados devido a recorrentes hospitalizações e à onerosidade do tratamento. Nesse cenário, este estudo aborda o telemonitoramento não invasivo como alternativa frente à problemática do cuidado e morbimortalidade que envolvem esses pacientes. Objetivos: O objetivo geral deste estudo foi revisar de forma sistemática a literatura sobre a aplicação do telemonitoramento não invasivo em pacientes com insuficiência cardíaca, a fim de determinar se essas estratégias melhoram os desfechos em comparação com o tratamento usual. Acessoriamente, buscou-se realizar uma metanálise do uso do telemonitoramento não invasivo em pacientes com insuficiência cardíaca crônica e seus desfechos relacionados à mortalidade por todas as causas, hospitalização por insuficiência cardíaca e hospitalização por todas as causas. Métodos: Os dados foram coletados de bases como Medline, Embase e Cochrane Library até junho de 2023. A estatística foi aplicada com o uso do modelo de DerSimonian e Laird, com metanálises em grupos e meta-regressões. Neste estudo, a heterogeneidade foi avaliada com o uso do teste Q de Cochran e a estatística I², bem como com o uso de análises de viés estruturadas com gráficos de funil e correlações de Kendall. Resultados: Trata-se de uma revisão sistemática e meta-análise aplicada a 34 ensaios clínicos randomizados que, em conjunto, abordaram 16.179 pacientes com insuficiência cardíaca crônica, dos quais 8.259 receberam telemonitoramento. Foi observado que o telemonitoramento foi capaz de reduzir significativamente a mortalidade por todas as causas (redução de 18%, Odds Ratio 0,82, Intervalo de Confiança de 95% 0,71-0,95), oferecendo ainda redução de 20% nas hospitalizações por insuficiência cardíaca (Odds Ratio 0,80, Intervalo de Confiança de 95% 0,69-0,94), sem, contudo, impactar significativamente a hospitalização por todas as causas entre os pacientes analisados (Odds Ratio 0,93, Intervalo de Confiança de 95% 0,82-1,05). No entanto, houve risco de viés na maioria dos estudos incluídos, houve imprecisão nos resultados, com forte suspeita de viés de publicação e análise indireta. Conclusões: Programas de telemonitoramento não invasivo para pacientes com insuficiência cardíaca estiveram associados à redução de hospitalizações e possível redução da mortalidade. No entanto, a certeza geral da evidência foi muito baixa. Assim, os achados devem ser interpretados com cautela, sustentando uma recomendação favorável fraca para o uso do telemonitoramento nessa população. Palavras-chave: Telemonitoramento. Insuficiência Cardíaca. Telemedicina. Revisão Sistemática. Metanálise.
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    Experiência do comitê de ética em pesquisa de uma instituição pública federal especializada em Saúde Cardiovascular: um estudo observacional
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Silva, Aline Sandra Pereira
    Introdução: A pesquisa é essencial para a produção de conhecimento e sua regulamentação garante sua efetividade através dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP), um recurso metodológico que pode ser utilizado para gerir, acompanhar e avaliar as atividades do CEP visando principalmente o aprimoramento de sua gestão, são os indicadores de desempenho. Objetivos: conhecer a experiência do CEP, caracterizar o perfil dos projetos avaliados, conhecer o perfil dos membros, pesquisadores e participantes, analisar o processo de tramitação dos projetos e desenvolver indicadores de desempenho para o monitoramento de suas atividades. Métodos: trata-se de estudo retrospectivo, documental, descritivo e quantitativo, foram coletados dados de protocolos de pesquisa submetidos ao CEP através da PB no período de 01/2013 a 12/2022 através de um banco de dados elaborado na plataforma Redcap. Resultados: Foram avaliados 345 projetos, dos quais 70% eram da própria instituição. A maioria tinha abordagem quantitativa (87%) e eram estudos observacionais descritivos (40,3%) ou analíticos (33,3%). Predominaram as ciências da saúde (93,6%), com foco em síndromes coronarianas (22,7%). Os pesquisadores eram, em sua maioria, mulheres (60,9%); os participantes, adultos (84%) e pacientes (73%). O CEP era composto majoritariamente por mulheres, enfermeiros e mestres. A checagem documental foi ágil (0 2 dias). O tempo para o primeiro parecer foi elevado e variável nos primeiros anos (35 50 dias), descumprindo o prazo legal; a partir de 2017, reduziu, chegando a 8 dias em 2021. Aprovaram-se 44,9% na primeira análise. A resposta às pendências tornou-se mais estável após 2019. As principais pendências envolveram o TCLE (45%) e a metodologia (42,6%). O tempo total para aprovação foi mais alto e instável até 2016, com melhora nos anos seguintes. A submissão de relatórios parciais (14,7%) e finais (média de 12,5/ano) foi considerada insatisfatória. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstram através da análise dos indicadores de desempenho, que o CEP da instituição tem evoluído continuamente em termos de eficiência e qualidade na tramitação de protocolos de pesquisa.