Dissertações Mestrado CC

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    Implante transcateter da válvula aórtica em pacientes nonagenários: evolução intra-hospitalar e sobrevida no primeiro ano
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Mattos, Nelson Durval Ferreira Gomes de; Helena Cramer Veiga Rey
    Introdução: A Estenose Aórtica (EA) é uma doença cardiovascular que ocorre em até 5% dos idosos (>75 anos),caracterizada pelo estreitamento da válvula aórtica e comprometimento do fluxo sanguíneo sistêmico. Nos últimos anos, o tratamento dessa doença evoluiu significativamente com a introdução da Implantação Transcatéter de Válvula Aórtica (ITVA), uma alternativa minimamente invasiva à cirurgia convencional de troca de válvula aórtica. Entretanto, a aplicação da ITVA em pacientes nonagenários, com 89 anos ou mais, continua sendo controversa na cardiologia devido aos desafios clínicos, éticos e econômicos e a baixa produção científica sobre o assunto no Brasil. Objetivo: analisar os resultados da aplicação do ITVA em pacientes nonagenários em um hospital quaternário privado do Rio de Janeiro. Os objetivos específicos incluem analisar a mortalidade e complicações intra-hospitalares, além da mortalidade aos 30 dias, seis meses e um ano após o procedimento. Método: No período de dezembro de 2009 a maio de 2023, foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com seguimento prospectivo, baseado na análise de um banco de dados da experiência unicêntrica em um hospital quaternário privado no Rio de Janeiro. Quanto à análise dos dados, as variáveis categóricas foram reportadas por meio das frequências absolutas (n) e relativas (%), enquanto o uso da média e desvio padrão foi realizado para as variáveis contínuas (quantitativas) por atenderem aos pressupostos de normalidade (Teste Shapiro-Wilk). A comparação entre os grupos de não-nonagenários e nonagenários foi efetuada pelos testes t independente e Qui-quadrado (χ2) para variáveis contínuas e categóricas, respectivamente. O p-valor menor que 0,05 foi considerado estatisticamente significante. Os dados foram analisados no GraphPad Prism 8 (GraphPad Software, San Diego, USA). Resultado: A amostra foi composta por 265 pacientes, sendo destes, 40 (15%) nonagenários (com 89 anos ou mais). Neste grupo, a maioria era formada por mulheres (55%), hipertensos (72,5%) e com doença renal crônica (95%). Observou-se que 12,5% tinham história prévia de infarto do miocárdio, além dos indivíduos com revascularização coronária prévia (17,5%). Nas características cardiológicas, a maioria estava em ritmo sinusal (67,5%), com angina (22,5%). Em termos de procedimentos, 85% dos nonagenários receberam anestesia geral e 100% tiveram acesso cirúrgico. A prótese mais utilizada foi a Corevalve (67,5%), e o sucesso do ITVA, conforme critérios VARC-3, foi alcançado em 90% dos casos. Quanto às complicações, observou-se em 42,5% e a necessidade de marcapasso definitivo em 35% dos pacientes enquanto a mortalidade intra-hospitalar foi de 7,5%, sendo semelhante nas avaliações de 30 dias (p= 0,42), 6 meses (p= 0,30) e um ano (p = 0,06). Conclusão: Ao analisar os dados obtidos no estudo, pode-se sugerir que o tratamento da estenose aórtica grave através do implante percutâneo da válvula aórtica nos pacientes nonagenários tem um resultado imediato e a curto prazo, semelhante aos não nonagenários.
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    Associação da função endotelial microvascular sistêmica com vasorreatividade pulmonar em pacientes candidatos ao transplante cardíaco
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Fatorelli, Antonio Feliciano; Kasal, Daniel Arthur B.; Tibiriçá, Eduardo Vera
    Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa caracterizada por comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ventricular ou da ejeção. A disfunção endotelial (DE) em nível microcirculatório desempenha papel fundamental no desenvolvimento e progressão das doenças cardiovasculares, incluindo a IC. O transplante cardíaco (TC) é uma modalidade terapêutica considerada para IC avançada e refratária. Objetivos: Este estudo investigou a associação entre a reatividade microvascular sistêmica, medida não invasivamente por meio de imagem de contraste por laser speckle (LSCI), e a hemodinâmica pulmonar em pacientes com IC avançada em avaliação para TC. Método: Estudo observacional, transversal e prospectivo, conduzido com 30 pacientes com IC avançada submetidos ao teste de vasorreatividade pulmonar. A função microvascular foi avaliada por LSCI com micro-iontoforese de acetilcolina (ACh) e nitroprussiato de sódio (NPS). As variáveis hemodinâmicas foram obtidas por cateterismo cardíaco direito. Foram aplicados testes de correlação linear de Pearson. Resultados: Observou-se correlação inversa significativa entre a resposta à ACh e a resistência vascular sistêmica indexada (RVSi) (r = -0,39; p = 0,03) e resistência vascular pulmonar indexada (RVPi) (r = -0,48; p = 0,009). A resposta ao NPS também se correlacionou negativamente com a RVSi (r = -0,48; p = 0,008) e RVPi (r = -0,43; p = 0,01). Adicionalmente, a PSAP correlacionou-se positivamente com a resposta ao NPS (r = 0,43; p = 0,01), indicando relação entre tônus vasomotor periférico e hipertensão pulmonar. Conclusões: A disfunção microvascular sistêmica demonstrou associação significativa com parâmetros hemodinâmicos pulmonares e sistêmicos em pacientes com IC avançada. Estes achados sugerem que a avaliação da microcirculação, por método não invasivo, pode ser uma ferramenta complementar na estratificação hemodinâmica e no manejo clínico de candidatos ao TC. Estudos futuros poderão validar seu papel como marcador prognóstico e orientar intervenções terapêuticas direcionadas à função endotelial.
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    Associação entre o nível de atividade física com marcadores de aterosclerose subclínica em pacientes com doença de chagas crônica
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Diferenz, Erica Maria; Mediano, Mauro Felippe Felix ; Kasal, Daniel Arthur Barata
    Introdução: A doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T.cruzi). O perfil clínico-epidemiológico da DC tem se modificado ao longo dos últimos anos, com migração de grande parte dos indivíduos de zonas rurais para centros urbanos, facilitando a mudanças no estilo de vida, como baixos níveis de atividade física (AF), o que pode estar associado a alterações na saúde cardiovascular. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo investigar a associação entre níveis de AF com marcadores de aterosclerose subclínica (espessura da camada médio-intimal da artéria carótida comum [ECMI], presença de placa aterosclerótica carotídea [PAC] e quantidade de tecido adiposo epicárdico [TAE]) em pacientes com DC. Método: Trata-se de um estudo transversal incluindo pacientes com sorologia positiva para DC por meio de dois métodos distintos. O nível de AF foi determinado através do questionário IPAQ (International Physical Activity Questionnaire) versão curta. A ECMI e PAC foram verificadas por exame de ecodoppler das artérias carótidas. A quantidade de TAE foi avaliada pelo ecocardiograma transtorácico ao final da sístole. Variáveis sociodemográficas, clínicas e de estilo de vida foram consideradas como covariáveis. Modelos de regressão linear não ajustados e ajustados foram calculados para determinar a associação entre os níveis de AF com ECMI, a presença de PAC e a quantidade de TAE. Resultados: A mediana de idade foi de 62 anos, com maioria de mulheres (56,5%) e predominância de escolaridade inferior a nove anos de estudo (67,6%). A mediana do nível de atividade física total foi de 1.548,0 METs x min/semana, enquanto a de atividade física moderada a vigorosa foi de 720,0 METs x min/semana. A mediana da ECMI foi de 0,65 mm à esquerda e 0,66 mm à direita. Observou-se que 46,4% dos participantes apresentavam PAC. A mediana da TAE foi de 5,0 mm. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre aumento dos níveis de AF com menor ECMI, menor quantidade de PAC e menor TAE após ajustes por potenciais variáveis de confundimento. Conclusões: O nível de AF não se associou com os marcadores de aterosclerose subclínica em indivíduos com DC crônica.
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    Teleconsultoria em insuficiência cardíaca na atenção primária: uma nova ferramenta
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025-03-31) Silva, Gabriel Pesce de Castro da
    Introdução: No Brasil, estudos demonstraram que a principal causa de hospitalização atrelada à insuficiência cardíaca é a má aderência à terapêutica básica para a patologia, o que confere ao Brasil uma das taxas de internação mais elevadas no mundo. Conforme diretrizes, a terapia tríplice medicamentosa é também responsável por melhora da sobrevida dos classificados como “fração de ejeção reduzida”. Pela dificuldade no referenciamento para especialistas na atenção primária, é observada a oportunidade da teleconsultoria, regulamentada no país desde 2011, para o manejo dessa comorbidade. Objetivo: Analisar, com o uso da teleconsultoria com cardiologista no atendimento em atenção primária, a otimização da prescrição médica para tratamento dos pacientes com insuficiência cardíaca. Método: Foi realizada uma coorte prospectiva, no Rio de Janeiro, entre agosto de 2020 e dezembro de 2022, com análise de prontuários de pacientes que tiveram seus casos discutidos em teleinterconsultoria com especialistas. Após, no mínimo, 3 meses da teleconsulta, foi avaliada a prescrição médica para controle da insuficiência cardíaca. Além das diretrizes nacionais, foi confeccionado o protocolo operacional padrão para tratamento da insuficiência cardíaca do Instituto Nacional de Cardiologia, a fim de que o mesmo pudesse ser utilizado para as discussões de casos clínicos. Resultados: No total, 83 pacientes tiveram seus casos discutidos em teleinterconsulta. O perfil demográfico da amostra apresentou dados semelhantes aos demonstrados na população brasileira. A análise de prescrição posterior à teleconsultoria não evidenciou incremento nas classes medicamentosas para controle da patologia. Além disso, nos 32,53% de pacientes da amostra portadores de “fração de ejeção reduzida” definida, não foi demonstrada alteração estatisticamente significativa da prescrição de terapêutica básica. Conclusão: Houve manutenção da prescrição médica para tratamento da insuficiência cardíaca, na população estudada, ao analisar o perfil da terapia tríplice basal. Novos estudos são necessários para avaliar a aplicabilidade da ferramenta.
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    Programas de telemonitoramento não invasivo para pacientes com insuficiência cardíaca crônica: uma revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados
    (Instituto Nacional de Cardiologia, 2025) Parente, Hilson Amorim
    Introdução: A insuficiência cardíaca é uma condição crônica, de alta morbimortalidade e com um número mundial crescente de pacientes acometidos, o que impacta sistemas de saúde públicos e privados devido a recorrentes hospitalizações e à onerosidade do tratamento. Nesse cenário, este estudo aborda o telemonitoramento não invasivo como alternativa frente à problemática do cuidado e morbimortalidade que envolvem esses pacientes. Objetivos: O objetivo geral deste estudo foi revisar de forma sistemática a literatura sobre a aplicação do telemonitoramento não invasivo em pacientes com insuficiência cardíaca, a fim de determinar se essas estratégias melhoram os desfechos em comparação com o tratamento usual. Acessoriamente, buscou-se realizar uma metanálise do uso do telemonitoramento não invasivo em pacientes com insuficiência cardíaca crônica e seus desfechos relacionados à mortalidade por todas as causas, hospitalização por insuficiência cardíaca e hospitalização por todas as causas. Métodos: Os dados foram coletados de bases como Medline, Embase e Cochrane Library até junho de 2023. A estatística foi aplicada com o uso do modelo de DerSimonian e Laird, com metanálises em grupos e meta-regressões. Neste estudo, a heterogeneidade foi avaliada com o uso do teste Q de Cochran e a estatística I², bem como com o uso de análises de viés estruturadas com gráficos de funil e correlações de Kendall. Resultados: Trata-se de uma revisão sistemática e meta-análise aplicada a 34 ensaios clínicos randomizados que, em conjunto, abordaram 16.179 pacientes com insuficiência cardíaca crônica, dos quais 8.259 receberam telemonitoramento. Foi observado que o telemonitoramento foi capaz de reduzir significativamente a mortalidade por todas as causas (redução de 18%, Odds Ratio 0,82, Intervalo de Confiança de 95% 0,71-0,95), oferecendo ainda redução de 20% nas hospitalizações por insuficiência cardíaca (Odds Ratio 0,80, Intervalo de Confiança de 95% 0,69-0,94), sem, contudo, impactar significativamente a hospitalização por todas as causas entre os pacientes analisados (Odds Ratio 0,93, Intervalo de Confiança de 95% 0,82-1,05). No entanto, houve risco de viés na maioria dos estudos incluídos, houve imprecisão nos resultados, com forte suspeita de viés de publicação e análise indireta. Conclusões: Programas de telemonitoramento não invasivo para pacientes com insuficiência cardíaca estiveram associados à redução de hospitalizações e possível redução da mortalidade. No entanto, a certeza geral da evidência foi muito baixa. Assim, os achados devem ser interpretados com cautela, sustentando uma recomendação favorável fraca para o uso do telemonitoramento nessa população. Palavras-chave: Telemonitoramento. Insuficiência Cardíaca. Telemedicina. Revisão Sistemática. Metanálise.