Dissertações Mestrado CC
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- ItemExercícios de dupla tarefa e desempenho cognitivo em indivíduos com doença arterial coronariana e/ou insuficiência cardíaca: uma revisão sistemática(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: Os exercícios de dupla tarefa (DT) emergem como uma estratégia promissora para aprimorar o desempenho cognitivo (DC), podendo superar os benefícios obtidos pelo treinamento físico ou cognitivo isoladamente. Diferentes definições e abordagens têm sido propostas para os exercícios de DT, destacando-se a combinação de treinamento físico com estímulo cognitivo, podendo representar uma estratégia importante para a prevenção e tratamento do declínio cognitivo em indivíduos com doenças arteriais coronarianas e/ou insuficiência cardíaca. Objetivo: revisar a literatura sobre a possível relação dos exercícios de dupla-tarefa motora-cognitiva com o desempenho cognitivo em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC) e/ou insuficiência cardíaca (IC). Método: Revisão sistemática da literatura que incluiu estudos de intervenção e observacionais que avaliaram o efeito dos exercícios de dupla tarefa no desempenho cognitivo em indivíduos com DAC e/ou IC. As buscas foram realizadas nas bases MEDLINE/Pubmed, Scielo, Lilacs, PEDro e EMBASE. A qualidade metodológica foi avaliada através da escala PEDro e ROBII para os estudos de intervenção e Newcastle-Ottawa Scale para estudos observacionais. Resultados: Foram levantados 2.098 artigos após busca nas bases de dados e 21 artigos para leitura completa. Destes, 16 foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade, levando a um total de cinco estudos finais conduzidos entre 2018 e 2022 em três países (Estados Unidos, Portugal e Rússia). Os estudos somaram 228 indivíduos, sendo um estudo com IC, um com mulheres com DAC, dois com indivíduos submetidos a revascularização do miocárdio e um com pacientes com DAC em fase 2 de reabilitação cardíaca. Os estudos utilizaram diferentes combinações de tarefas motoras e cognitivas como intervenção, que foram realizadas de forma sequencial (2 estudos) e simultânea (3 estudos), sendo um estudo utilizando treinamento virtual. Os resultados indicam que o exercício de dupla-tarefa apresentou um impacto positivo na memória, atenção seletiva e capacidade de resolução de conflitos, e também redução da disfunção cognitiva pós-operatória na cirurgia de revascularização do miocárdio. Conclusão: Os estudos revisados nesta pesquisa destacam potencial benefícios dos exercícios de dupla-tarefa motora-cognitiva como uma abordagem promissora na melhora do desempenho cognitivo em indivíduos com DAC e/ou IC. Palavras-chave: Doença arterial coronariana. Insuficiência cardíaca. Isquemia do miocárdio. Comportamento multitarefa. Dupla tarefa. Desempenho cognitivo.
- ItemImpacto na via de acesso arterial na abordagem das oclusões totais crônicas coronarianas: uma análise do latam-cto (registro de oclusões totais crônicas na Amérca Latina)(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: As intervenções coronárias percutâneas (ICPs) se tornaram a modalidade mais frequente de revascularização miocárdica, porém as oclusões totais crônicas (OTCs) ainda são um desafio, devido â sua maior complexidade. Nas últimas duas décadas uma série de estratégias e de materiais dedicados à ICP de OTCs foram desenvolvidos aumentando a taxa de sucesso na abordagem dessas lesões. A escolha da via de acesso arterial é fundamental nas ICPs, sabendo-se que de um modo geral o acesso radial (AR) está associado a menores taxas de sangramento e até de mortalidade, comparados ao acesso femoral (AF). Porém a utilização do AR nas ICPs de OTCs ainda é controversa e há poucos dados sobre seu uso principalmente na América Latina. Objetivo: Comparar os resultados intra-hospitalares do AR nas ICPs de OTCs com os do AF a partir dos dados de um grande registro internacional multicêntrico da América Latina de OTCs, o LATAM CTO Registry Métodos: No período de janeiro de 2018 a abril de 2022 foram avaliados, retrospectivamente, os resultados intra-hospitalares das ICPs de OTCs realizadas por AR exclusivo, em comparação com o AF, observando-se as diferenças entre os dois grupos quanto às variáveis clínicas, angiográficas, variáveis do procedimento, complicações e desfechos clínicos. Os preditores de insucesso do procedimento foram avaliados através de análise por regressão logística multivariada. Resultados: No período avaliado foram realizados um total de 3136 ICPs em OTCs, sendo o AR exclusivo utilizado em 31,2% das ICPs. No grupo do AR as OTCs eram menos complexas, conforme estratificação pelo escore Japanese-CTO, com menor uso das técnicas de dissecção e reentrada e da técnica retrógrada. Após os ajustes através de regressão logística multivariada não se observaram diferenças na taxa de sucesso do procedimento entre os grupos do AR e do AF (OR: 0,818, 95% IC: 0,587 – 1,139; p = 0,234), assim como eventos cardíacos adversos maiores similares nos dois grupos, porém com um menor número de sangramentos menores no grupo do AR (0,6% x 2,0%, p = 0,018). Os principais preditores para o insucesso do procedimento foram a complexidade da lesão (capa proximal romba, extensão da lesão e calcificações) e o uso da técnica retrógrada. Conclusão: O AR exclusivo para a ICP de OTCs foi utilizado em aproximadamente um terço dos casos, sendo o seu uso eficaz e seguro com uma taxa de sucesso do procedimento e de eventos cardíacos maiores, no seguimento intra-hospitalar, comparáveis as do AF. Foi observado um menor número de sangramentos menores no grupo AR. Palavras-chave: angioplastia coronária transluminal percutânea, oclusão coronária total crônica, acesso arterial radial.
- ItemObesidade dinapênica e sarcopênica e risco cardiovascular em trabalhadores de uma unidade de saúde terciária: um estudo transversal(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: A obesidade sarcopênica (OS) tem prevalência estimada em 11% no Brasil, com projeções de afetar 100-200 milhões globalmente em 35 anos. A obesidade dinapênica (OD), tem prevalência de 11% em pessoas com 60 anos ou mais no Brasil. As duas condições parecem estar relacionadas a um perfil metabólico disfuncional e maior risco cardiovascular. Objetivos: Avaliar associação de obesidade, dinapenia, obesidade dinapênica e obesidade sarcopênica com risco cardiovascular. Descrever o perfil antropométrico e bioquímico, a prevalência dessas condições e associar o risco cardiovascular aos perfis de obesidade. Métodos: Este foi um estudo transversal que analisou os dados antropométricos de 199 trabalhadores de uma unidade de saúde terciária entre novembro de 2018 e março de 2020. Os participantes foram estratificados nos perfis mioantropométricos: obeso, dinapênico, sarcopênico, não obeso / não dinapênicos (NO / ND), não obeso / dinapênicos (NO / D), obeso / não dinapênicos (O / ND) e obeso dinapênicos (OD). Considerando variáveis de antropometria e força muscular, associado a dados bioquímicos, foi avaliada associação dos perfis com risco cardiovascular por meio de: Índice Aterogênico (IA), Índice Aterogênico do Plasma (IAP), Cintura Hipertrigliceridêmica (CH), Índice de Forma Corporal (ABSI), Dislipidemia Aterogênica (DA), Índices de Castelli I e II, e Escore de Framingham (EF). Resultados: A média de idade dos voluntários foi de 45,1 anos. 40,7% dos voluntários eram homens e 59,3% eram mulheres. A mediana de força de preensão palmar foi de 40KgF nos homens e 23KgF nas mulheres. A prevalência de obesos foi de 37%, de dinapênicos 46,7 % considerando a mediana de força da amostra de 45,7% pelos pontos de corte de Shülussel et al. A prevalência de OD foi de 16,5% e 17%. O grupo com OD obteve HDL significativamente menor em relação a todos os demais e apresentavam maior IA e Índices de Castelli I e Castelli II em relação a todos os demais. Pelo Escore de Framingham, os OD possuíam maior risco cardiovascular em relação ao O / ND, e estes possuíam maior risco em relação aos NO / D. Quanto à variável IAP, o grupo O / ND apresentou 4,6 vezes mais chances de pontuar um IAP maior em relação aos NO / ND, enquanto os OD apresentaram 8.9 vezes mais chances de apresentar IAP de maior pontuação em relação aos NO / ND. O grupo OD apresentou ainda 15,2 vezes mais chances de apresentar IAP classificado como risco cardiovascular aumentado em relação aos NO / ND. Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que a obesidade, dinapenia e obesidade dinapênica estão associadas positivamente ao risco cardiovascular na amostra estudada. A presença de obesidade parece ter sido mais determinante para o maior risco cardiovascular do que a dinapenia isolada, porém a OD apresentou predição de risco cardiovascular maior em relação aos indivíduos com apenas uma das duas comorbidades. Palavras-chave: Obesidade, Sarcopenia, Dinapenia, Obesidade Dinapênica, Obesidade sarcopênica, Risco cardiovascular
- ItemAssociação entre dispneia e qualidade de vida em trabalhadores de um hospital quaternário que tiveram covid-19(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) trouxe um desafio de proporções históricas para os sistemas mundiais de saúde. O Instituto Nacional de Cardiologia (INC) proporcionou o diagnóstico molecular da infecção pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) em funcionários com síndrome gripal. Objetivo: avaliar a evolução clínica e a qualidade de vida em saúde de funcionários do INC com diagnóstico molecular de COVID-19 após a recuperação da fase aguda da doença. Métodos: trata-se de um estudo transversal que incluiu funcionários do INC com diagnóstico molecular positivo para COVID-19. O participante era avaliado em relação a presença de sintomas cardiovasculares e variáveis clínicas, sendo em seguida aplicado o questionário de qualidade de vida em saúde (QVRS) EuroQol (EQ-5D-3L), com a escala visual analógica (EVA). Os dados foram estratificados em indivíduos com e sem queixas de dispneia no momento da avaliação. As associações entre a presença de dispneia com os domínios da QV foram avaliadas por meio de modelos lineares generalizados utilizando log link e distribuição gama para as variáveis de desfecho contínuas e modelos de regressão logística para as variáveis de desfecho binária. Resultados: foram considerados 109 profissionais com diagnóstico positivo para COVID-19, em sua maioria mulheres (67,9%) com mediana de idade de 44(IIQ 25-75% 38-52) anos. A mediana do número de dias entre o diagnóstico e a avaliação clínica foi de 400. Dispneia foi observada em 20,2% (n=22) dos participantes. Não houve diferença entre os grupos com e sem dispneia em relação ao sexo, etnia, categoria de trabalho, status vacinal ou comorbidade. O grupo com dispneia apresentou índice de massa corporal mais elevado(p=0,04). Na análise de regressão, a presença de dispneia esteve associada a menor pontuação na EVA, tanto nos modelos ajustado e não-ajustado. Em acréscimo, dispneia esteve associada com mais relatos de problemas nas atividades habituais do questionário EQ-5D-3L. Pode-se concluir que a presença de dispneia esteve relacionada à piora da QVRS. Estudos adicionais, com períodos de avaliação maiores e com a realização de exames complementares, poderão auxiliar a elucidar os efeitos a longo prazo da COVID-19.
- ItemCaracterização da dieta de pacientes pós infarto agudo do miocárdio frente a um guideline europeu e escore da deita mediterrânea: subestudo DICANUTS(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Objetivo: Caracterizar e avaliar a dieta de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio recente entre 60 e 180 dias utilizando um escore de dieta mediterrânea, analisando a pontuação de adesão ao escore e verificar adequações frente a diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia ESC 2021.Métodos:Trata-se de um estudo transversal realizado com amostra de participantes adultos brasileiros que sofreram infarto agudo do miocárdio recente (até 180 dias). A ingestão alimentar foi avaliada através de um questionário de frequência alimentar e aplicado o escore de dieta mediterrânea de 17 pontos. Através do software Nutriquanti foram calculados o valor calórico total, fibras, colesterol, macronutrientes e micronutrientes. O consumo de nutrientes foi comparado com as recomendações nutricionais da diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia ESC 2021 e foi analisada a adesão a dieta mediterrânea de acordo com a pontuação do escore utilizado. As análises foram realizadas realizada utilizando o Stata Data Analysis and Statistical Software (STATA) versão 13.1. Os valores foram considerados estatisticamente significativos quando o p-valor <0,05. Resultados: Após a aplicação do escore de dieta mediterrânea, foi identificada uma moderada adesão ao padrão alimentar mediterrâneo de acordo com a análise de pontos do escore. No que diz respeito aos grupos de alimentos da dieta mediterrânea, o grupo de vegetais, peixes e cereais obtiveram baixa adesão. Tratando-se de micronutrientes, o consumo de fibras, zinco, cálcio, vitaminas do complexo B e cobre foi abaixo do recomendado. A ingestão de carboidratos se manteve dentro das recomendações, com ingestão acima do recomendado de proteínas, no entanto, baixo consumo de carne vermelha. A ingestão de gorduras totais foi adequada, no entanto, houve um consumo acima das recomendações de ácidos graxos saturados. A adequação as recomendações da diretriz ESC 2021 foram parecidas com as pontuações pelos grupos de alimentos do escore da dieta mediterrânea. O consumo de fibras foi baixo. Foram encontrados fatores associados a pontuações do escore e do ESC 2021.Ter idade >=60 anos [Odds Ratio -OR (IC 95%) = 1,63 (1,18-2,24)], nunca ter fumado [OR (IC 95%) = 2,58 (1,41 - 4,72) ou ser ex fumante [OR (IC 95%) = 2,17 (1,21 - 3,88), foram fatores que permaneceram diretamente associados no modelo múltiplo ao aumento do escore da ingestão de frutas. Sobre a pontuação do escore do grupo de vegetais, Ser do sexo feminino [OR (IC 95%) = 1,68 (1,12 - 2,52) e com maior escolaridade [OR (IC 95%) =1,94 (1,33 - 2,82) foram fatores diretamente associados ao aumento do escore da ingestão de vegetais. O consumo de peixes teve maior razão de chance quando os participantes tinham cor da pele não branca [OR (IC 95%) = 1,82 (1,23 - 2,70); nunca fumaram [OR (IC 95%) = 2,71 (1,19 - 6,13) ou eram ex fumantes [OR (IC 95%) = 3,31 (1,54-7,57). A pontuação do grupo de álcool foi maior nos participantes que tinham idade igual ou acima de 60 anos [OR (IC 95%) = 2,01 (1,20 - 3,36); do sexo feminino [OR (IC 95%) = 2,54 (1,31 - 5,13) e nunca fumaram [OR (IC 95%) = 2,82 (1,28 - 6,21). Sobre os lácteos, aqueles que possuíam idade igual ou acima de 60 anos tiveram mais chances de pontuação no escore [OR (IC 95%) = 0,62 (0,44 - 0,98). Sobre os cereais, ter idade maior ou igual a 60 anos foi inversamente associada a maior pontuação do escore de cereais [OR (IC 95%) = 0,22 (0,08-0,60). No grupo das leguminosas, nenhuma variável foi associada a uma maior pontuação. Conclusão: A dieta de indivíduos que sofreram IAM recente no Brasil tem característica mediterrânea moderada, com baixa ingestão de grupos de alimentos e micronutrientes que fazem parte da proteção cardiovascular como fibras, cereais, peixes, vegetais, cálcio, vitaminas do complexo B, cobre, selênio e zinco. Estes indivíduos ainda não se enquadram nas recomendações de diretrizes para a prevenção cardiovascular, necessitando de mais estudos e orientações nesta população no Brasil. Palavras chave: Dieta mediterrânea; Infarto agudo do miocárdio; Escore da dieta mediterrânea; Brasil