Dissertações Mestrado CC
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- ItemDesenvolvimento de protocolo de uso para consultas em grupo de mudança de estilo de vida na prevenção secundária para doenças cardiovasculares(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo, gerando um aumento da carga sobre o indivíduo e o sistema de saúde. Há forte evidência científica e epidemiológica dos bons resultados em melhoria no estilo de vida (como uma dieta saudável, pratica de atividade física e abandono do tabagismo), sobre seus fatores de risco, nesse sentido, os programas de intervenção de Mudança de Estilo de Vida (MEV), com abordagem em grupos, têm se mostrado bem sucedidos na redução do risco cardiovascular. Assim, este trabalho tem como objetivo desenvolver um protocolo de uso para consultas em grupo de mudanças de estilo de vida na prevenção secundária das DCV. Para a elaboração do protocolo foi utilizada a metodologia proposta pelo Ministério da Saúde nos documentos “Diretrizes Metodológicas: elaboração de diretrizes clinicas” e “Instrutivo: Metodologia de trabalho em grupos para ações de alimentação e nutrição na atenção básica”. As recomendações contidas nas consultas em grupo foram extraídas do “Guia Alimentar da População Brasileira” e da “Alimentação cardioprotetora Brasileira”, e utilizou a teoria social cognitiva como ferramenta de mudança de comportamento. A metodologia incluiu uma revisão sistemática sobre efeitividade de programas de MEV em grupos nos fatores de risco cadiovascular, no período de Junho a Setembro 2023, nas bases de dados MEDLINE via PUBMED, BVS, EMBASE e Web of Science. Foram selecionados 17 estudos que mostraram efeitos positivos para redução do risco cardiovascular através da perda de peso, aumento da atividade física, redução da pressão arterial, cessação do tabaco e discreta melhora de parâmetros cardiometabólicos como perfil lipídico e glicêmico. O protocolo contem 7 capítulos sendo 1 capítulo com as as bases teóricas e metodológicas e 6 capítulos contendo o roteiro das 6 consultas em grupo, com instruções sobre as atividades a serem realizadas, plano de ação, scripts de fala e material de apoio. E ainda um banco de mensagens de texto contendo as mensagens a serem enviadas duarante o período das consultas. Palavras-chave: Doenças cardiovasculares; Dieta; Estilo de Vida; Fatores de Risco de Doenças Cardíacas; Protocolos clínicos.
- ItemExercícios de dupla tarefa e desempenho cognitivo em indivíduos com doença arterial coronariana e/ou insuficiência cardíaca: uma revisão sistemática(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: Os exercícios de dupla tarefa (DT) emergem como uma estratégia promissora para aprimorar o desempenho cognitivo (DC), podendo superar os benefícios obtidos pelo treinamento físico ou cognitivo isoladamente. Diferentes definições e abordagens têm sido propostas para os exercícios de DT, destacando-se a combinação de treinamento físico com estímulo cognitivo, podendo representar uma estratégia importante para a prevenção e tratamento do declínio cognitivo em indivíduos com doenças arteriais coronarianas e/ou insuficiência cardíaca. Objetivo: revisar a literatura sobre a possível relação dos exercícios de dupla-tarefa motora-cognitiva com o desempenho cognitivo em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC) e/ou insuficiência cardíaca (IC). Método: Revisão sistemática da literatura que incluiu estudos de intervenção e observacionais que avaliaram o efeito dos exercícios de dupla tarefa no desempenho cognitivo em indivíduos com DAC e/ou IC. As buscas foram realizadas nas bases MEDLINE/Pubmed, Scielo, Lilacs, PEDro e EMBASE. A qualidade metodológica foi avaliada através da escala PEDro e ROBII para os estudos de intervenção e Newcastle-Ottawa Scale para estudos observacionais. Resultados: Foram levantados 2.098 artigos após busca nas bases de dados e 21 artigos para leitura completa. Destes, 16 foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade, levando a um total de cinco estudos finais conduzidos entre 2018 e 2022 em três países (Estados Unidos, Portugal e Rússia). Os estudos somaram 228 indivíduos, sendo um estudo com IC, um com mulheres com DAC, dois com indivíduos submetidos a revascularização do miocárdio e um com pacientes com DAC em fase 2 de reabilitação cardíaca. Os estudos utilizaram diferentes combinações de tarefas motoras e cognitivas como intervenção, que foram realizadas de forma sequencial (2 estudos) e simultânea (3 estudos), sendo um estudo utilizando treinamento virtual. Os resultados indicam que o exercício de dupla-tarefa apresentou um impacto positivo na memória, atenção seletiva e capacidade de resolução de conflitos, e também redução da disfunção cognitiva pós-operatória na cirurgia de revascularização do miocárdio. Conclusão: Os estudos revisados nesta pesquisa destacam potencial benefícios dos exercícios de dupla-tarefa motora-cognitiva como uma abordagem promissora na melhora do desempenho cognitivo em indivíduos com DAC e/ou IC. Palavras-chave: Doença arterial coronariana. Insuficiência cardíaca. Isquemia do miocárdio. Comportamento multitarefa. Dupla tarefa. Desempenho cognitivo.
- ItemImpacto na via de acesso arterial na abordagem das oclusões totais crônicas coronarianas: uma análise do latam-cto (registro de oclusões totais crônicas na Amérca Latina)(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: As intervenções coronárias percutâneas (ICPs) se tornaram a modalidade mais frequente de revascularização miocárdica, porém as oclusões totais crônicas (OTCs) ainda são um desafio, devido â sua maior complexidade. Nas últimas duas décadas uma série de estratégias e de materiais dedicados à ICP de OTCs foram desenvolvidos aumentando a taxa de sucesso na abordagem dessas lesões. A escolha da via de acesso arterial é fundamental nas ICPs, sabendo-se que de um modo geral o acesso radial (AR) está associado a menores taxas de sangramento e até de mortalidade, comparados ao acesso femoral (AF). Porém a utilização do AR nas ICPs de OTCs ainda é controversa e há poucos dados sobre seu uso principalmente na América Latina. Objetivo: Comparar os resultados intra-hospitalares do AR nas ICPs de OTCs com os do AF a partir dos dados de um grande registro internacional multicêntrico da América Latina de OTCs, o LATAM CTO Registry Métodos: No período de janeiro de 2018 a abril de 2022 foram avaliados, retrospectivamente, os resultados intra-hospitalares das ICPs de OTCs realizadas por AR exclusivo, em comparação com o AF, observando-se as diferenças entre os dois grupos quanto às variáveis clínicas, angiográficas, variáveis do procedimento, complicações e desfechos clínicos. Os preditores de insucesso do procedimento foram avaliados através de análise por regressão logística multivariada. Resultados: No período avaliado foram realizados um total de 3136 ICPs em OTCs, sendo o AR exclusivo utilizado em 31,2% das ICPs. No grupo do AR as OTCs eram menos complexas, conforme estratificação pelo escore Japanese-CTO, com menor uso das técnicas de dissecção e reentrada e da técnica retrógrada. Após os ajustes através de regressão logística multivariada não se observaram diferenças na taxa de sucesso do procedimento entre os grupos do AR e do AF (OR: 0,818, 95% IC: 0,587 – 1,139; p = 0,234), assim como eventos cardíacos adversos maiores similares nos dois grupos, porém com um menor número de sangramentos menores no grupo do AR (0,6% x 2,0%, p = 0,018). Os principais preditores para o insucesso do procedimento foram a complexidade da lesão (capa proximal romba, extensão da lesão e calcificações) e o uso da técnica retrógrada. Conclusão: O AR exclusivo para a ICP de OTCs foi utilizado em aproximadamente um terço dos casos, sendo o seu uso eficaz e seguro com uma taxa de sucesso do procedimento e de eventos cardíacos maiores, no seguimento intra-hospitalar, comparáveis as do AF. Foi observado um menor número de sangramentos menores no grupo AR. Palavras-chave: angioplastia coronária transluminal percutânea, oclusão coronária total crônica, acesso arterial radial.
- ItemObesidade dinapênica e sarcopênica e risco cardiovascular em trabalhadores de uma unidade de saúde terciária: um estudo transversal(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: A obesidade sarcopênica (OS) tem prevalência estimada em 11% no Brasil, com projeções de afetar 100-200 milhões globalmente em 35 anos. A obesidade dinapênica (OD), tem prevalência de 11% em pessoas com 60 anos ou mais no Brasil. As duas condições parecem estar relacionadas a um perfil metabólico disfuncional e maior risco cardiovascular. Objetivos: Avaliar associação de obesidade, dinapenia, obesidade dinapênica e obesidade sarcopênica com risco cardiovascular. Descrever o perfil antropométrico e bioquímico, a prevalência dessas condições e associar o risco cardiovascular aos perfis de obesidade. Métodos: Este foi um estudo transversal que analisou os dados antropométricos de 199 trabalhadores de uma unidade de saúde terciária entre novembro de 2018 e março de 2020. Os participantes foram estratificados nos perfis mioantropométricos: obeso, dinapênico, sarcopênico, não obeso / não dinapênicos (NO / ND), não obeso / dinapênicos (NO / D), obeso / não dinapênicos (O / ND) e obeso dinapênicos (OD). Considerando variáveis de antropometria e força muscular, associado a dados bioquímicos, foi avaliada associação dos perfis com risco cardiovascular por meio de: Índice Aterogênico (IA), Índice Aterogênico do Plasma (IAP), Cintura Hipertrigliceridêmica (CH), Índice de Forma Corporal (ABSI), Dislipidemia Aterogênica (DA), Índices de Castelli I e II, e Escore de Framingham (EF). Resultados: A média de idade dos voluntários foi de 45,1 anos. 40,7% dos voluntários eram homens e 59,3% eram mulheres. A mediana de força de preensão palmar foi de 40KgF nos homens e 23KgF nas mulheres. A prevalência de obesos foi de 37%, de dinapênicos 46,7 % considerando a mediana de força da amostra de 45,7% pelos pontos de corte de Shülussel et al. A prevalência de OD foi de 16,5% e 17%. O grupo com OD obteve HDL significativamente menor em relação a todos os demais e apresentavam maior IA e Índices de Castelli I e Castelli II em relação a todos os demais. Pelo Escore de Framingham, os OD possuíam maior risco cardiovascular em relação ao O / ND, e estes possuíam maior risco em relação aos NO / D. Quanto à variável IAP, o grupo O / ND apresentou 4,6 vezes mais chances de pontuar um IAP maior em relação aos NO / ND, enquanto os OD apresentaram 8.9 vezes mais chances de apresentar IAP de maior pontuação em relação aos NO / ND. O grupo OD apresentou ainda 15,2 vezes mais chances de apresentar IAP classificado como risco cardiovascular aumentado em relação aos NO / ND. Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que a obesidade, dinapenia e obesidade dinapênica estão associadas positivamente ao risco cardiovascular na amostra estudada. A presença de obesidade parece ter sido mais determinante para o maior risco cardiovascular do que a dinapenia isolada, porém a OD apresentou predição de risco cardiovascular maior em relação aos indivíduos com apenas uma das duas comorbidades. Palavras-chave: Obesidade, Sarcopenia, Dinapenia, Obesidade Dinapênica, Obesidade sarcopênica, Risco cardiovascular
- ItemAssociação entre dispneia e qualidade de vida em trabalhadores de um hospital quaternário que tiveram covid-19(Instituto Nacional de Cardiologia, 2024)Introdução: A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) trouxe um desafio de proporções históricas para os sistemas mundiais de saúde. O Instituto Nacional de Cardiologia (INC) proporcionou o diagnóstico molecular da infecção pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) em funcionários com síndrome gripal. Objetivo: avaliar a evolução clínica e a qualidade de vida em saúde de funcionários do INC com diagnóstico molecular de COVID-19 após a recuperação da fase aguda da doença. Métodos: trata-se de um estudo transversal que incluiu funcionários do INC com diagnóstico molecular positivo para COVID-19. O participante era avaliado em relação a presença de sintomas cardiovasculares e variáveis clínicas, sendo em seguida aplicado o questionário de qualidade de vida em saúde (QVRS) EuroQol (EQ-5D-3L), com a escala visual analógica (EVA). Os dados foram estratificados em indivíduos com e sem queixas de dispneia no momento da avaliação. As associações entre a presença de dispneia com os domínios da QV foram avaliadas por meio de modelos lineares generalizados utilizando log link e distribuição gama para as variáveis de desfecho contínuas e modelos de regressão logística para as variáveis de desfecho binária. Resultados: foram considerados 109 profissionais com diagnóstico positivo para COVID-19, em sua maioria mulheres (67,9%) com mediana de idade de 44(IIQ 25-75% 38-52) anos. A mediana do número de dias entre o diagnóstico e a avaliação clínica foi de 400. Dispneia foi observada em 20,2% (n=22) dos participantes. Não houve diferença entre os grupos com e sem dispneia em relação ao sexo, etnia, categoria de trabalho, status vacinal ou comorbidade. O grupo com dispneia apresentou índice de massa corporal mais elevado(p=0,04). Na análise de regressão, a presença de dispneia esteve associada a menor pontuação na EVA, tanto nos modelos ajustado e não-ajustado. Em acréscimo, dispneia esteve associada com mais relatos de problemas nas atividades habituais do questionário EQ-5D-3L. Pode-se concluir que a presença de dispneia esteve relacionada à piora da QVRS. Estudos adicionais, com períodos de avaliação maiores e com a realização de exames complementares, poderão auxiliar a elucidar os efeitos a longo prazo da COVID-19.