Dissertações Mestrado CC
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Navegando Dissertações Mestrado CC por Autor "Britto Junior, Ademar"
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- ItemQualidade de vida e variáveis clínicas em pacientes portadores de cardiomiopatia chagásica(Instituto Nacional de Cardiologia, 2017) Britto Junior, AdemarIntrodução: A forma cardíaca da doença de chagas crônica é a principal cardiomiopatia infecciosa do mundo, com prognóstico pior quando comparada às demais etiologias. As ferramentas de mensuração de qualidade devida (QV) são utilizadas para a avaliação subjetiva do paciente sobre sua saúde. Existem poucos estudos sobre QV neste grupo de pacientes. Objetivo: Pesquisar a relação entre a QV e variáveis clínicas de pacientes ambulatoriais portadores de cardiomiopatia chagásica. Métodos: Foi utilizada uma amostra de conveniência de pacientes recrutados no Ambulatório de Cardiopatia Chagásica do Instituto Nacional de Cardiologia. Empregamos o questionário EQ-5D-3L (Euro Quality of Life Instrument 5D 3L), que avalia QV nos domínios: mobilidade, cuidados pessoais, dor/mal-estar e ansiedade/depressão. Foram também analisadas as variáveis demográficas e socioeconômicas (sexo, grupo racial, ocupação, estado civil, grau de escolaridade, local de nascimento) e clínicas (classe funcional, presença de comorbidades). As variáveis clínicas foram extraídas dos prontuários. As categorias estudadas foram o sexo do paciente e a presença ou não de: hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipotireoidismo, dislipidemia e ser portador de marcapasso definitivo. As variáveis agrupadas foram classe funcional (CF) da New York Heart Association (NYHA, I e II versus III e IV) e fração de ejeção (FE) ao ecocardiograma (maior que 40% versus menor ou igual a 40%). Para as comparações de QV, utilizamos o teste de Mann-Whitney (p<0,05). Resultados: Foram avaliados 72 pacientes com acompanhamento no ambulatório de doença de Chagas do Instituto Nacional de Cardiologia, entre fevereiro e novembro de 2017. A maioria é do sexo feminino (69,9%). A faixa etária mais frequente foi entre 50-59 anos (31,3%), seguida de 70-79 anos (25%). A média de idade observada foi de 67,4 anos (DP= 10,9). Segundo a CF da NYHA, 57,8% encontrava-se em CF I, 31,3% em CF II e 10,8% em CF III (nenhum caso de CF IV). De acordo com a FE, 70,2% dos pacientes não apresentaram disfunção, 7,5% mostraram grau leve, 12% moderada e 3% grave. A média de QV nos pacientes estudados foi 0,66 (DP= 0,21). Na comparação entre as categorias clínicas, a única que apresentou diferença na QV foi a presença de dislipidemia. O domínio responsável por esta diferença foi o de ansiedade/depressão (p=0,04). Separando os portadores de dislipidemia entre usuários e não-usuários de estatinas, não houve diferença significativa. Conclusões: O diagnóstico de dislipidemia esteve associado com menor qualidade de vida pelo EQ-5D-3L, especificamente no domínio ansiedade/depressão. Estudos subsequentes, com maior número de pacientes poderão discriminar diferenças encontradas como tendências no presente estudo, como o sexo dos pacientes. O presente estudo é o primeiro, em nosso conhecimento, a medir utilidade com uma amostra composta exclusivamente por pacientes portadores de cardiomiopatia chagásica, abrindo caminho para a avaliação econômica de recursos em saúde alocados a estes pacientes.