Dissertações Mestrado CC
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Navegando Dissertações Mestrado CC por Autor "Bellot, Camila Polis"
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- ItemFebre reumática e suas complicações no Brasil: aspectos epidemiológicos entre os anos de 2008 e 2017(Instituto Nacional de Cardiologia, 2023-05) Bellot, Camila PolisIntrodução: a Febre Reumática (FR) é uma doença inflamatória desencadeada em pessoas suscetíveis após infecção com o estreptococo beta hemolítico do grupo A, bactéria que inicialmente causa amigdalite e piodermite. A FR permanece como importante causa de internação hospitalar no Brasil e no mundo, mesmo que passível de prevenção e erradicação. Sua maior sequela é a Cardiopatia Reumática (CR), manifestada através das lesões valvares e outras complicações como endocardite infecciosa, arritmias, e acidente vascular encefálico. Acomete indivíduos jovens em idade economicamente ativa e adultos. É estimada perda de anos potenciais de vida ajustados por doença (DALY) de 26 anos por brasileiro por ano (23) , tempo este maior que as neoplasias malignas (13,1 anos). Objetivo: o objetivo desta pesquisa é realizar um diagnóstico situacional da FR, atualizando dados epidemiológicos do Brasil. Método: trata-se de um estudo ecológico utilizando dados públicos. As buscas foram baseadas nos principais registros de FR por Código Internacional da Doença (CID) relacionados à FR e CR, referentes à internação e mortalidade entre os anos de 2008 e 2017. Na avaliação da mortalidade agrupamos os resultados por CIDs, comparados por sexo, idade, raça. Para avaliação das internações, comparamos o número de internações (AIH) por CID, ano, o tempo de internação, a causa e o desfecho da internação, e tipo de leito utilizado. As análises estatísticas foram realizadas no Software SAS. Não foi possível mapear a rede de atendimento ambulatorial e profilaxia secundária da FR por ausência de registros específicos à doença na atenção básica, portanto a doença aguda e fora de surto sem necessidade de hospitalização não foi contemplada. Resultados: em relação aos óbitos vimos que o Brasil tem 12,3 mortes/100 mil habitantes, com pico aos 50 anos e predomínio do sexo feminino. Observamos que 6,3% das internações evoluíram com óbito. Sobre as internações, valvopatia foi maior causa e 54,4% dos pacientes necessitaram de unidade de terapia intensiva (UTI). Na população pediátrica, 89% das internações por valvopatia utilizaram UTI. A taxa nacional foi de 4,3 internações/100 mil habitantes. Na distribuição das internações por cor há predomínio de brancos (49,63%) e pardos (44,1%). Prevalecem hospitalizações em mulheres, e pico aos 50 anos. Não temos, no momento, informações da atenção básica suficientes para montar o panorama nacional dos atendimentos ambulatoriais. Apesar de haver lacunas no conhecimento, há evidências suficientes para realizar ações locais voltadas à CR.. Conclusão: Os dados mostram que a FR segue contribuindo substancialmente para hospitalizações e morte no Brasil.Com estes dados visamos, portanto, contribuir para o manejo e controle da doença e suas complicações, bem como planejar políticas públicas direcionadas à FR. Palavras-chave: Febre Reumática, Cardiopatia Reumática, Doença Valvar Cardíaca, Epidemiologia, Brasil