Rastreamento populacional para o câncer de próstata: mais riscos que benefícios
Rastreamento populacional para o câncer de próstata: mais riscos que benefícios
Data
2018
Autores
Steffen, Ricardo Ewbank
Trajman, Anete
Santos, Marisa
Caetano, Rosângela
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Physis: Revista de Saúde Coletiva
Resumo
Recentemente, inúmeras campanhas nacionais
promovidas por hospitais, sociedades médicas e outras
organizações têm estimulado o rastreamento do câncer
de próstata, em consonância com iniciativas mundiais
conhecidas como Novembro Azul. Essas campanhas
aconselham a utilização do toque retal acompanhado
da dosagem sérica do antígeno prostático específico em
faixas etárias definidas. A motivação seria a detecção
precoce da neoplasia, com redução de sua mortalidade e
das complicações e impactos associados ao seu tratamento.
A dosagem do PSA para fins de rastreamento é alvo de
grande controvérsia, visto que a maioria dos tumores
detectados pelo rastreamento é de evolução lenta e não
interfeririam na sobrevida ou na qualidade de vida do
paciente. O rastreamento de base populacional não é a
indicação de inúmeras instituições estrangeiras e, no Brasil,
o Instituto Nacional de Câncer também não recomenda
à organização programas de rastreamento desse tipo. O
artigo discute os riscos e benefícios associados a esse tipo de
estratégia e reforça a preocupação com o uso inadequado e
indiscriminado do rastreamento para o câncer de próstata.
Recently, numerous national campaigns promoted by hospitals, medical societies and other organizations have stimulated prostate cancer screening, in line with worldwide initiatives known as Blue November. These campaigns advise the use of rectal examination accompanied by dosage of serum prostate specific antigen (PSA) levels in defined age groups. The motivation would be the early detection of neoplasia, with reduction of mortality and complications and impacts associated with its treatment. The PSA dosage for screening purposes is highly controversial, since most of such tumors detected by screening are of slow progression and would not interfere with patient survival or quality of life. Population-based screening for prostate cancer is not recommended by numerous foreign institutions, including the National Cancer Institute in Brazil. The article discusses the risks and benefits associated with this type of strategy and reinforces concern about the inappropriate and indiscriminate use of screening for prostate cancer.
Recently, numerous national campaigns promoted by hospitals, medical societies and other organizations have stimulated prostate cancer screening, in line with worldwide initiatives known as Blue November. These campaigns advise the use of rectal examination accompanied by dosage of serum prostate specific antigen (PSA) levels in defined age groups. The motivation would be the early detection of neoplasia, with reduction of mortality and complications and impacts associated with its treatment. The PSA dosage for screening purposes is highly controversial, since most of such tumors detected by screening are of slow progression and would not interfere with patient survival or quality of life. Population-based screening for prostate cancer is not recommended by numerous foreign institutions, including the National Cancer Institute in Brazil. The article discusses the risks and benefits associated with this type of strategy and reinforces concern about the inappropriate and indiscriminate use of screening for prostate cancer.
Description
Palavras-chave
Neoplasias da próstata, programas de rastreamento, antígeno prostático específico, sobrediagnóstico, prostatic neoplasm, mass screening, prostatespecific antigen, overdiagnosis.
Citação
Steffen RE, Trajman A, Santos M, Caetano R. Rastreamento populacional para o câncer de próstata: mais riscos que benefícios. Physis: Rev Saúde Colet. 2018;28(2):e280209. doi: 10.1590/S0103-73312018280209.