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Navegando Produção Discente por Assunto "Análise de Custo-Utilidade"
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- ItemTratamento da esclerose múltipla remitente recorrente: fronteira de eficiência para medicamentos aprovados no Brasil(Instituto Nacional de Cardiologia, 2023) Barros, Bruno MonteiroIntrodução: Estima-se que a esclerose múltipla, uma doença neurodegenerativa, acometa cerca de 40.000 brasileiros. Diversos medicamentos são utilizados para seu tratamento, sendo normalmente realizado de forma escalonada, por meio de linhas terapêuticas de menor para maior eficácia. Novas abordagens terapêuticas, indicando o uso de medicamentos considerados mais eficazes já nos primeiros sintomas da doença, podem modificar o modo como se trata a esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR) no Brasil. Objetivos: O objetivo desse estudo foi realizar uma análise econômica de custo- utilidade, outra de benefício líquido e uma fronteira de eficiência para todos os medicamentos aprovados na ANVISA, utilizados no tratamento da EMRR. Método: Uma revisão rápida da literatura foi realizada buscando dados primários de taxa anualizada de surtos (ARR) e progressão da incapacidade sustentada por seis meses (CDP6). Uma metanálise em rede foi realizada comparando os múltiplos tratamentos com base na ARR e CDP6. Um modelo de custo-utilidade, de ciclo anual e horizonte temporal de vida toda, foi construído para a realização das análises econômicas. Resultados: Um total de 33 estudos foi incluído com dados de 15 medicamentos (betainterferonas, acetato de glatirâmer, teriflunomida, fumarato de dimetila, fingolimode, natalizumabe, alentuzumabe, cladribina, ofatumumabe e ocrelizumabe). Os estudos foram considerados, em sua maioria, com baixo risco de viés e baixa heterogeneidade, mas uma variada qualidade de evidência. Os resultados de hazard ratio das metanálises da ARR e CDP6, foram utilizados para a construção do modelo econômico. Na análise de custo-utilidade, todas as estratégias foram consideradas dominadas pelo medicamento com menor custo (teriflunomida) e pelo mais efetivo (alentuzumabe). A teriflunomida apresentou o maior benefício líquido monetário e em saúde, seguido por fumarato de dimetila e alentuzumabe. Na análise de sensibilidade determinística o alentuzumabe foi o medicamento dominante em 78% das simulações. Na probabilística, a maioria dos medicamentos apresentou uma razão de custo- efetividade incremental (ICER) abaixo do limiar de custo-efetividade (R$ 40.000,00/QALY) em mais de 90% das simulações, com exceção do glatirâmer 20 e do ocrelizumabe. Uma fronteira de eficiência foi estabelecida entre a teriflunomida e o alentuzumabe, estratégias não dominadas, com um ICER de R$ 55.705,05/QALY. Com base na fronteira gerada, foi estimada, para a maioria dos outros medicamentos, uma necessidade de redução de preço de mais de 75%, de modo que fossem considerados custo-efetivos. Conclusões: A fronteira da eficiência realizada utilizou uma análise do tratamento para EMRR por meio da abordagem de tratamento intensivo precoce, com todos os medicamentos aprovados disponíveis na primeira linha de tratamento. Essa tem sido uma forma estudada para tratar a EMRR, com potencial impacto positivo, a longo prazo, reduzindo a progressão acelerada da doença. Na hipótese de que essa abordagem seja considerada no sistema de saúde público e privado no Brasil, qualquer novo medicamento precisará se adequar aos parâmetros da fronteira estabelecida, podendo ser considerada um marco para a definição de custo-utilidade em EMRR. Palavras-chave: Esclerose Múltipla Recidivante-Remitente; Metanálise em Rede; Análise de Custo-Utilidade