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Navegando Produção Discente por Assunto "Amputação"
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- ItemDiretriz para detecção precoce do pé diabético na atenção primária(Instituto Nacional de Cardiologia, 2018) Casanova, FabrícioIntrodução: O pé diabético (tríade de neuropatia, arteriopatia e perda da integridade da pele) impacta severamente as pessoas com diabetes. Há escassez de abordagens guiadas com critérios claros de embasamento, utilizando desfechos de interesse e adaptados à realidade brasileira. Objetivos: Elaborar diretriz embasada em evidências, com recomendações para detecção precoce do pé diabético, no contexto da Atenção Primária em Saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Recomendar também ações de cuidado-padrão. Métodos: Foram realizadas buscas por revisões sistemáticas (e estudos primários, no caso da ausência destas), nas bases Medline/Pubmed, Epistemonikos, Cochrane e Lilacs, incluindo apenas pessoas adultas com diabetes, para os testes: índice tornozelo-braquial (ITB), diapasão, reflexo aquileo, monofilamento (MF), palito, sensibilidade térmica ao metal do diapasão e teste de Ipswich, cujos desfechos foram amputação e morte. Os estudos foram avaliados por instrumentos específicos quanto à qualidade. Finalmente, foi construída diretriz utilizando-se o método GRADE (Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation). Resultados: Foram encontradas revisões sistemáticas apenas para o MF e ITB, porém somente para amputação. Para o diapasão e reflexo aquileo, foram encontrados estudos primários, apenas para amputação. Não foram encontrados estudos para os demais dispositivos, nem tampouco estudos de comparação do uso e não uso do dispositivo. A qualidade geral dos estudos variou de baixa a muito baixa. As medidas de associação indicando risco para amputação se teste alterado foram: para o MF, o risco relativo (RR) variou de 1,7 (IC95% 1,1 a 2,6) a 15,1 (IC95% 4,3 a 52,6); para o ITB<0,8 a odds ratio (OR) foi de 2,89 (IC95% 1,65 a 5,05), para o ITB<0,5 o RR foi de 25 (IC95% 13,5 a 41,9); para o reflexo aquileo, RR 4,3 (IC95% 2,5-7,3); para o diapasão, OR 3,46 (IC95% 1,64 a 7,33). Conclusão: Apesar das evidências encontradas serem de baixa qualidade, tendo em vista que o desfecho amputação é de importância crítica e está relacionado à mortalidade; que o uso dos dispositivos diagnósticos é seguro no dia-a-dia, em geral de custo e acessíveis em todo o país; que estimula o aumento dos cuidados com os pés, em geral desejáveis e virtualmente seguras; que respeita valores e preferências de profissionais e usuários, com provável aceitabilidade e viabilidade por estes, a recomendação é elevada para forte em relação ao uso de ITB, MF, reflexo aquileo e diapasão em pessoas com diabetes, com o objetivo de evitar amputações. O cuidado-padrão para manejo das condições relacionadas (tabagismo, hipertensão, dentre outros), inspeção do pé e palpação de pulsos em consulta, como também orientações de autocuidado domiciliar são também fortemente recomendados. Entretanto, estudos primários dos dispositivos, com desfechos de relevância, mostram-se necessários. Um forte candidato a estas novas pesquisas é o teste de Ipswich, que por ser de acurácia comparável ao monofilamento e se diferenciar por não necessitar de dispositivo específico, seria de extrema importância para quaisquer sistemas de saúde, especialmente o SUS.