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Navegando Produção Discente por Assunto "Adverse Events,"
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- ItemSegurança da vacina contra febre amarela em imunodeprimidos: Revisão Sistemática e Metanálise(Instituto Nacional de Cardiologia, 2021) Lagos, Letícia Wigg de AraújoIntrodução: A febre amarela é uma arbovirose, de curta duração e gravidade variável, incluindo formas graves, com alta mortalidade. Sem tratamento específico, a vacina é a medida mais eficaz para proteção contra a doença. A vacina contra febre amarela é composta de vírus vivo atenuado, sendo imunogênica e segura, contraindicada para imunodeprimidos. Eventos adversos não graves e graves são descritos em imunodeprimidos, mas estudos anteriores falharam em demonstrar essa associação. Objetivo: Avaliar o risco de eventos adversos, independente da gravidade, após a vacinação contra febre amarela em imunodeprimidos, quando comparado ao seu uso em indivíduos sem imunodepressão. Método: Foi conduzida uma revisão sistemática, com busca nas bases bibliográficas MEDLINE, LILACS, EMBASE, SCOPUS, DARE, Toxiline e Web of Science e literatura cinzenta. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados, quasi-randomizados e não randomizados, estudos de coorte, caso controle, série de casos, relato de casos ou estudos transversais, que incluíssem participantes imunodeprimidos (indivíduos com infecção por HIV, submetidos a transplantes de órgãos, com neoplasia, doenças reumatológicas em uso de medicamentos imunodepressores e indivíduos em terapia imunodepressora por outras doenças) vacinados contra febre amarela. A seleção dos estudos e extração dos dados foi conduzida por dois revisores de forma independente. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pelo ROBINS-I e a qualidade das evidências de acordo com o GRADE. Foi realizada análise descritiva e duas metanálises: de proporção e de fator de risco, identificando a medida sumária de risco relativo (RR) nos estudos que apresentavam variáveis adequadas para combinação. Foram avaliadas as bases de notificação de eventos adversos pós-vacinais EAPV-PNI e VAERS, com achados apresentados de maneira descritiva. O protocolo da revisão foi registrado no PROSPERO (CRD42020158807). Resultados: Foram recuperados 881 resultados, sendo incluídos 21 estudos. A maioria dos estudos incluídos apresentou risco crítico de viés na qualidade metodológica. Foram identificados, em uma série de casos, três casos de doença viscerotrópica associada a vacina de febre amarela seguida de óbito. Treze estudos apresentavam dados suficientes para a realização das metanálises propostas. Sete trabalhos, sem grupo comparador, tiveram seus resultados agregados na metanálise de proporção, identificando risco de 8,5% de imunodeprimidos apresentarem eventos adversos após vacinação (IC 95% 0,07-21,8). Seis estudos de coorte apresentavam grupo comparador e foram combinados, com a medida sumária sinalizando para RR de 1,00 (IC 95% 0,78-1,29), não sendo provável que a utilização da vacina em indivíduos imunodeprimidos esteja associada a ocorrência de eventos adversos quando comparado ao uso em indivíduos não imunodeprimidos. Foi realizada análise de subgrupo, de acordo com a etiologia da imunodepressão. Em indivíduos com infecção por HIV, o RR foi 0,85 (IC 95% 0,53-1,38), e nas imunodepressões por outras causas, RR 1,11 (IC 95% 0,84-1,47), não sendo possível afirmar que imunodepressão de base aumenta o risco de eventos adversos pós-vacinais. As bases de notificação de eventos adversos pós-vacinais não apresentaram dados relacionados à imunodepressão. Conclusões: Não é possível afirmar que imunodeprimidos, independente da etiologia, apresentem maior risco de eventos adversos após a vacina contra febre amarela. São necessários estudos de qualidade metodológica superior e maior tamanho amostral. Palavras-chave: Febre Amarela, Vacina contra Febre Amarela, Eventos Adversos, Revisão Sistemática, Imunodeprimido