Tratamento da esclerose múltipla remitente recorrente: fronteira de eficiência para medicamentos aprovados no Brasil
Tratamento da esclerose múltipla remitente recorrente: fronteira de eficiência para medicamentos aprovados no Brasil
dc.contributor.author | Barros, Bruno Monteiro | |
dc.date.accessioned | 2024-10-25T13:42:48Z | |
dc.date.available | 2024-10-25T13:42:48Z | |
dc.date.issued | 2023 | |
dc.description.abstract | Introdução: Estima-se que a esclerose múltipla, uma doença neurodegenerativa, acometa cerca de 40.000 brasileiros. Diversos medicamentos são utilizados para seu tratamento, sendo normalmente realizado de forma escalonada, por meio de linhas terapêuticas de menor para maior eficácia. Novas abordagens terapêuticas, indicando o uso de medicamentos considerados mais eficazes já nos primeiros sintomas da doença, podem modificar o modo como se trata a esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR) no Brasil. Objetivos: O objetivo desse estudo foi realizar uma análise econômica de custo- utilidade, outra de benefício líquido e uma fronteira de eficiência para todos os medicamentos aprovados na ANVISA, utilizados no tratamento da EMRR. Método: Uma revisão rápida da literatura foi realizada buscando dados primários de taxa anualizada de surtos (ARR) e progressão da incapacidade sustentada por seis meses (CDP6). Uma metanálise em rede foi realizada comparando os múltiplos tratamentos com base na ARR e CDP6. Um modelo de custo-utilidade, de ciclo anual e horizonte temporal de vida toda, foi construído para a realização das análises econômicas. Resultados: Um total de 33 estudos foi incluído com dados de 15 medicamentos (betainterferonas, acetato de glatirâmer, teriflunomida, fumarato de dimetila, fingolimode, natalizumabe, alentuzumabe, cladribina, ofatumumabe e ocrelizumabe). Os estudos foram considerados, em sua maioria, com baixo risco de viés e baixa heterogeneidade, mas uma variada qualidade de evidência. Os resultados de hazard ratio das metanálises da ARR e CDP6, foram utilizados para a construção do modelo econômico. Na análise de custo-utilidade, todas as estratégias foram consideradas dominadas pelo medicamento com menor custo (teriflunomida) e pelo mais efetivo (alentuzumabe). A teriflunomida apresentou o maior benefício líquido monetário e em saúde, seguido por fumarato de dimetila e alentuzumabe. Na análise de sensibilidade determinística o alentuzumabe foi o medicamento dominante em 78% das simulações. Na probabilística, a maioria dos medicamentos apresentou uma razão de custo- efetividade incremental (ICER) abaixo do limiar de custo-efetividade (R$ 40.000,00/QALY) em mais de 90% das simulações, com exceção do glatirâmer 20 e do ocrelizumabe. Uma fronteira de eficiência foi estabelecida entre a teriflunomida e o alentuzumabe, estratégias não dominadas, com um ICER de R$ 55.705,05/QALY. Com base na fronteira gerada, foi estimada, para a maioria dos outros medicamentos, uma necessidade de redução de preço de mais de 75%, de modo que fossem considerados custo-efetivos. Conclusões: A fronteira da eficiência realizada utilizou uma análise do tratamento para EMRR por meio da abordagem de tratamento intensivo precoce, com todos os medicamentos aprovados disponíveis na primeira linha de tratamento. Essa tem sido uma forma estudada para tratar a EMRR, com potencial impacto positivo, a longo prazo, reduzindo a progressão acelerada da doença. Na hipótese de que essa abordagem seja considerada no sistema de saúde público e privado no Brasil, qualquer novo medicamento precisará se adequar aos parâmetros da fronteira estabelecida, podendo ser considerada um marco para a definição de custo-utilidade em EMRR. Palavras-chave: Esclerose Múltipla Recidivante-Remitente; Metanálise em Rede; Análise de Custo-Utilidade | pt_br |
dc.description.abstract | Introduction: An estimated 40,000 Brazilians suffer from the neurological disease multiple sclerosis. It is treated using an assortment of drugs, typically in a scalation approach using therapeutic lines that progress in efficacy from lower to higher. The treatment of relapsing-remitting multiple sclerosis (RRMS) in Brazil may change as a result of new approaches to treatment that suggest using drugs considered to be more effective when the disease initially manifests symptoms. Objectives: The objective of this study was to carry out an economic cost-utility analysis, another net benefit analysis and an efficiency frontier for all medicines approved by ANVISA, used in the treatment of RRMS. Method: A rapid literature review was performed in order to obtain primary data on annualized relapse rate (ARR) and six-month sustained disability progression (CDP6). A network meta-analysis was conducted comparing several treatments based on ARR and CDP6. A cost-utility model, with an annual cycle and a lifetime horizon, was constructed to carry out the economic analyses. Results: A total of 33 studies were included with data from 15 drugs (beta interferons, glatiramer acetate, teriflunomide, dimethyl fumarate, fingolimod, natalizumab, alemtuzumab, cladribine, ofatumumab and ocrelizumab). Although the quality of the evidence varied, most studies were deemed to have low heterogeneity and low bias risk. The hazard ratio results from the ARR and CDP6 meta-analyses were used to construct the economic model. Teriflunomide, the drug with the lowest cost, and alemtuzumab, the drug with the highest effectiveness, were found to dominate all strategies in the cost-utility analysis. Teriflunomide had the greatest net monetary and health benefit, followed by dimethyl fumarate and alemtuzumab. In the deterministic sensitivity analysis, alemtuzumab was the dominant drug in 78% of the simulations. In probabilistic analysis, most drugs presented an incremental cost-effectiveness ratio (ICER) below the cost-effectiveness threshold (R$ 40.000,00/QALY) in more than 90% of the simulations, with the exception of glatiramer 20 and ocrelizumab. An efficiency frontier was established between teriflunomide and alemtuzumab, non-dominated strategies, with an ICER of R$55,705.05/QALY. Based on the generated frontier, it was estimated that most of other drugs would require price reductions of more than 75% in order to be considered cost-effective. Conclusions: An analysis of RRMS treatment using the early intensive treatment approach, with all approved medications available in the first line of treatment, was used to perform the efficiency frontier. This has been a researched treatment option for RRMS, and it may have a long-term benefit by reducing the disease's accelerated progression. Any new medicine must fit within the bounds of the established frontier if this approach is implemented in Brazil's public and private health systems. It could be viewed as a major milestone toward defining cost-utility in RRMS. Keywords: Multiple Sclerosis, Relapsing-Remitting; Network Meta-Analysis; Analysis, Cost-Utility. | en |
dc.identifier.citation | Barros BM. Tratamento da esclerose múltipla remitente recorrente: fronteira de eficiência para medicamentos aprovados no Brasil. Rio de Janeiro. dissertação [Mestrado Profiossional em Avaliação de Tecnologias em Saúde] Instituto Nacional de Cardiologia - INC; 2023. | |
dc.identifier.uri | https://dspace.inc.saude.gov.br/handle/123456789/534 | |
dc.language.iso | pt | |
dc.publisher | Instituto Nacional de Cardiologia | |
dc.subject | Esclerose Múltipla Recidivante-Remitente | pt_br |
dc.subject | Metanálise em Rede | pt_br |
dc.subject | Análise de Custo-Utilidade | pt_br |
dc.subject | Multiple Sclerosis, Relapsing-Remitting | en |
dc.subject | Network Meta-Analysis | en |
dc.subject | Analysis, Cost-Utility. | en |
dc.title | Tratamento da esclerose múltipla remitente recorrente: fronteira de eficiência para medicamentos aprovados no Brasil | pt_br |
dc.type | Dissertação | pt_br |