Segurança da mobilização em pacientes com mediastinite submetidos a terapia por pressão no pós-operatório de cirurgia cardiovascular

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Data
2022
Autores
Oliveira, Gabriela Maria Costa
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Publisher
Instituto Nacional de Cardiologia
Resumo
Introdução: As Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo. Para casos graves de pacientes DCV além do tratamento medicamentoso, pode ser necessária a abordagem cirúrgica. Uma das mais graves complicações da cirurgia cardíaca é a infecção torácica profunda cuja manifestação grave é a Mediastinite, que pode evoluir para osteomielite do esterno. O tratamento é de acordo com a gravidade da infecção e em casos refratários ao tratamento medicamentoso, sabe-se que a Terapia por Pressão Negativa (TPN) é usada como uma das alternativas. Pacientes que evoluem com mediastinite ficam mais restritos ao leito podendo acarretar em fraqueza muscular adquirida, que por si só pode prolongar o tempo em ventilação mecânica, de permanência hospitalar e na unidade de terapia intensiva (UTI). Objetivo: Avaliar a segurança da mobilização em pacientes submetidos à terapia por pressão negativa no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. Métodos: Estudo retrospectivo longitudinal, com análise dos prontuários. Pacientes elegíveis: diagnosticados com mediastinite após cirurgia cardiovascular com idade >18 e <80 anos de idade, durante os anos de 2013 a 2020; excluídos: pacientes que usaram Terapia por Pressão Negativa (TPN) somente para feridas superficiais e/ou com esterno fechado no pós-operatório. A coleta de dados foi realizada por um formulário desenvolvido para a extração dos dados dos prontuários; a mobilização foi categorizada em 7 níveis: I:paciente inconsciente, com cinesioterapia passiva no leito; II: paciente consciente, cinesioterapia ativa/ assistida e ativa/livre no leito; III: postura sentada no leito; IV: postura sentada no leito e à beira leito; V:transferência ativa para a poltrona; VI: deambulação no setor com auxílio do fisioterapeuta; VII: mobilização não bem descrita; para a Segurança na mobilização, foram definidas como intercorrências as seguintes variáveis: deslocação do curativo, sangramento local, lesão de tecidos circunscritos ao curativo, instabilidade hemodinâmica durante ou após a mobilização, aumento da medida de secreção, avulsão de TQT, queda e parada cardiorrespiratória. Resultados: Foram elegíveis 132 prontuários. Desses, 16 foram excluídos. Ao final, 116 prontuários foram incluídos no estudo e alocados ao Grupo Conservador (n=66) e ao Grupo TPN (n=50). A média de idade dos pacientes submetidos a tratamento conservador foi de 62,1 ± 11,0 anos, e para TPN, 60,9 ± 12,8 anos, respectivamente. Para ambos os grupos, em relação ao sexo, a maioria foi do sexo feminino. Os pacientes do Grupo Conservador e do Grupo TPN foram mobilizados nos maiores níveis estabelecidos, sendo nível 4, 5 e 6. Referente a Segurança da Mobilização, o Grupo TPN apresentou mais casos de Sangramento com N=8 (16%) e Instabilidade Hemodinâmica com N=6 (12%). Apesar disso, não houve diferenças estatísticas significativas. Não há associação entre os relatos de óbito intra-hospitalar e as intercorrências relatadas e os níveis de mobilização. Conclusão: A mobilização precoce de pacientes submetidos à TPN para tratamento de mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardíaca pode ser considerada segura. Palavras-chave: Mediastinite; Terapia por pressão negativa; mobilização precoce; cirurgia cardiovascular; síndrome do imobilismo
Description
Palavras-chave
Mediastinite, Terapia por pressão negativa, Mobilização precoce, Cirurgia cardiovascular, Síndrome do imobilismo, Mediastinitis, Negative pressure therapy, Early mobilization, Cardiovascular surgery, Immobility syndrome
Citação
Oliveira GMC. Segurança da mobilização em pacientes com mediastinite submetidos a terapia por pressão no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. Dissertação [Mestrado Profissional em Ciências Cardiovasculares]. Instituto Nacional de Cardiologia; 2022.