Estudo antropométrico e metabólico de pacientes após uso prolongado de antibióticos na endocardite infecciosa: um estudo caso-controle

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dc.contributor.authorCosta, Glaucia da Silva
dc.date.accessioned2022-12-05T12:16:44Z
dc.date.available2022-12-05T12:16:44Z
dc.date.issued2020-10
dc.description.abstractIntrodução: A endocardite infecciosa (EI) é uma condição grave em que usualmente utilizam-se antibióticos durante 4-6 semanas. O número crescente de indivíduos com sobrepeso e obesidade nas últimas décadas tem sido desafiador para a saúde pública mundial. Estudos demostram uma relação entre sobrepeso/obesidade e uso prolongado de antimicrobianos. Objetivos: Analisar a variação da composição corporal e perfil bioquímico de pacientes com EI tratados com antibióticos por tempo prolongado em comparação ao grupo controle. Métodos: Estudo observacional, caso-controle. A coleta de dados foi realizada em prontuários, e por entrevista com os pacientes. Pacientes caso, eram adultos, que realizaram cirurgia cardíaca para o tratamento de endocardite infecciosa nos anos de 2016 e 2017, e os controles foram pareados por gênero, idade, e tipo de cirurgia realizada no mesmo ano que os casos. Após o seguimento de 1 ano, foram coletados dados clínicos, sociodemográficos, medidas antropométricas, exames bioquímicos e questionários de frequência alimentar e atividade física simplificado. Composição corporal foi avaliada por bioimpedância octopolar InBody 720. Dados foram analisados no programa Jamovi (Version 1.2) e R Core Team (2019). Resultados: Foram incluídos um total de 69 pacientes para a realização da pesquisa, sendo 23 casos e 46 controles. Houve maior prevalência de homens n=46 (66,7%), com idade média geral de 52±14 anos. A maior parte dos pacientes (n=56, 84,8%) tinha faixa salarial entre 1 a 2 salários mínimos. Os principais esquemas antimicrobianos no tratamento da EI foi: Betalactâmicos com 7/23 (32%) e Betalactâmicos + Aminoglicosídeos com 6/23 (27%).17% usaram glicopeptídeos, associados ou não a outros antibióticos. O IMC após 1 ano de seguimento dos casos foi de 27,3±5,9 e de controles de 29,3±6,03 (p=0,215). A obesidade aumentou em ambos os grupos, caso com 9/23 (40,9%) e controle com 18/46 (39,1%) p=0,810. A obesidade central foi notada nos 2 grupos, com perímetro da cintura (PC) de 91,8±15,1 e 95,1±15,0 (p=0,407) respectivamente. O percentual de massa gorda foi de 32,9±13,3 nos casos vs 36,6±11,4 nos controles (p=0,255). Não houve diferenças significativas estatisticamente entre casos e controles para todas as variáveis antropométricas estudadas. Na análise bioquímica o LDL foi de 108±26,4 nos casos e 122±38,9 nos controles (p= 0,117), triglicerídeos 178±32,1 nos casos e 190±45,5 nos controles (p= 0,064), insulina de 7,45 [5,49-14,2] nos casos e 13,2 [8,4-20,7] nos controles (p=0,024); HOMA IR de 1,75 [0,965-3,31] nos casos e 3,06 [1,48-5,72] nos controles (p= 0,042). Preenchiam critérios de síndrome metabólica 27/69 (39%) dos pacientes, mas de 80% das pessoas em ambos os grupos não praticava qualquer atividade física e apenas 4/66 (6,1%) fizeram algum acompanhamento nutricional. Conclusão: Não houve diferenças estatísticas entre casos e controles, porem em ambos os grupos, os expostos ao tratamento com antibióticos a longo prazo e os não expostos, obtiveram mudanças clinicamente significativas em seus perfis, aumento de peso e IMC, perfil lipídico elevado e resistência à insulina, circunferência da cintura e RCQ elevados. Isto sugere que outros fatores, e não o uso prolongado de antibióticos, foram responsáveis pelo ganho ponderal. Palavras chaves: Obesidade; Antibiótico; Endocardite; Antropométrica; Síndrome metabólica.pt
dc.description.abstractIntroduction: Infective Endocarditis (IE) is a serious condition in which antibiotics are usually used for 4-6 weeks. There is an increasing number of individuals who are overweight or obese in the last decades has been challenging for global public health. Overweight and obesity are associated with adverse cardiovascular outcomes. Studies show a relationship between overweight/obesity and prolonged use of antimicrobials. Objectives: To analyze the variation in body composition and biochemical profile of patients with IE who were treated with antibiotics compared to the control group. Methods: Observational, case-control study. Data were collected from patients’ notes and interviews. Case patients were adults who underwent cardiac surgery for the treatment of infective endocarditis in 2016 and 2017, and control patients were matched by gender, age, and type of surgery performed in the same year as the cases. After a 1-year follow-up, clinical and sociodemographic data, anthropometric measurements, biochemical tests and simplified food frequency and physical activity questionnaires were collected. Body composition was evaluated by InBody 720 octopolar bioimpedance. Data were analyzed using the Jamovi program (Version 1.2) and R Core Team (2019). Results: A total of 69 patients were included , 23 cases and 46 controls. There was a higher prevalence of men n=46 (66.7%), with a mean age of 52±14 years. Most patients (n=56, 84.8%) had a salary range between 1 and 2 minimum wages. The main antimicrobial regimens in the treatment of IE were: Beta-lactams with 7/23 (32%) and Beta-lactams + Aminoglycosides with 6/23 (27%);17% used glycopeptides, associated or not with other antibiotics. The BMI after 1 year of follow-up for the cases was 27.3±5.9 and for controls it was 29.3±6.03 (p=0.215). Obesity increased in both groups, cases with 9/23 (40.9%) and controls with 18/46 (39.1%), p=0.810. Central obesity was noted in both groups, with waist circumferences (WC) of 91.8±15.1 and 95.1±15.0 (p=0.407), respectively, in cases and controls. The % of fat mass was 32.9±13.3 in cases vs 36.6±11.4 in controls (p=0.255). There were no statistically significant differences between cases and controls for all anthropometric variables studied. In the biochemical analysis, LDL was 108±26.4 in cases and 122±38.9 in controls (p=0.117), triglycerides 178±32.1 in cases and 190±45.5 in controls (p=0.064), insulin of 7.45 [5.49-14.2] in cases and 13.2 [8.4-20.7] in controls (p=0.024); HOMA IR of 1.75 [0.965-3.31] in cases and 3.06 [1.48-5.72] in controls (p=0.042). The metabolic syndrome was presente in 27/69 (39%) of the patients. Over 80% of study participants had no regular physical activities, and only 4/66 (6.1%) had nutritional follow up. Conclusion: There were no statistical differences between cases and controls, but in both groups, those exposed to long-term antibiotic treatment and those not exposed, there was a clinically significant change in their metabolic profiles, weight gain and BMI, changes in lipid profile and resistance to insulin, waist circumference and high WHR. This suggests that factors other than prolonged antibiotic use were responsible for the weight gain. Keywords: Obesity; Antibiotic prophylaxis; Endocarditis; Anthropometric; Metabolic syndrome.en
dc.identifier.citationCosta GS. Estudo antropométrico e metabólico de pacientes após uso prolongado de antibióticos na endocardite infecciosa: um estudo caso-controle. Dissertação [Mestrado Profissional em Ciências Cardiovasculares]. Instituto Nacional de Cardiologia; 2022.
dc.identifier.urihttps://dspace.inc.saude.gov.br/handle/123456789/350
dc.language.isopt
dc.publisherInstituto Nacional de Cardiologia
dc.subjectObesidadept
dc.subjectAntibióticopt
dc.subjectEndocarditept
dc.subjectAntropométricapt
dc.subjectSíndrome metabólica.pt
dc.subjectObesityen
dc.subjectAntibiotic prophylaxisen
dc.subjectEndocarditisen
dc.subjectAnthropometricen
dc.subjectMetabolic syndromeen
dc.titleEstudo antropométrico e metabólico de pacientes após uso prolongado de antibióticos na endocardite infecciosa: um estudo caso-controlept
dc.typeDissertaçãopt
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