Avaliação do perfil autonômico em obesos metabolicamente saudáveis
Avaliação do perfil autonômico em obesos metabolicamente saudáveis
dc.contributor.author | Duque, Alice Pereira | |
dc.date.accessioned | 2022-08-10T14:52:34Z | |
dc.date.available | 2022-08-10T14:52:34Z | |
dc.date.issued | 2021-06 | |
dc.description.abstract | Introdução: A obesidade é reconhecida, desde 1997, como um dos principais problemas de saúde pública e como uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde. Apesar da obesidade ser um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, na década de 1980, vários estudos começaram a discutir sobre um fenótipo benigno da obesidade, denominado Obesidade Metabolicamente Saudável (ObMS). Ainda não existe consenso na literatura se esse perfil, que representa a obesidade segregada dos critérios da síndrome metabólica, está associado à menor risco cardiovascular ou se representa apenas um estágio de transição para a obesidade metabolicamente não saudável (ObMNS). Nesse contexto, avaliar a função autonômica nesses indivíduos pode contribuir para identificar alterações precoces que podem predispor à disfunção autonômica e maior risco cardiovascular nesses indivíduos. Objetivo: Demonstrar que a ObMS predispõe a alterações autonômicas. Métodos: Estudo transversal no qual foram recrutados 241 funcionários de um hospital público terciário na cidade do Rio de Janeiro. A coleta de sangue foi realizada com 12h de jejum para dosagem de glicemia, lipidograma e proteína C-reativa (PCR). Os perfis antropométrico-metabólicos dos voluntários foram aferidos de acordo com o Índice de Massa Corporal e com os critérios de síndrome metabólica da Federação Internacional de Diabetes. A função autonômica foi avaliada em repouso por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), de parâmetros eletrocardiográficos (derivação DII), do teste ortostático e do teste de hipotensão ortostática. A análise estatística de comparação de médias foi feita a partir do One way ANOVA com pós-teste Sidak (distribuição normal), e a partir do Kruskal Wallis com pós-teste de Dunns (distribuição não normal). As variáveis bioquímicas e da avaliação autonômica também foram analisadas com regressão linear ajustada por sexo e idade. Resultados: Dentre os 241 recrutados, foram identificados 23 eutróficos metabolicamente saudáveis (EMS), 14 ObMS e 61 ObMNS, com média de idade de 44 anos. A prevalência de ObMS dentre os participantes incluídos no estudo foi de 7%. Os ObMS apresentaram maiores níveis de colesterol de baixa densidade (140,6 ± 40,8 mg/dL vs. 116,8 ± 31,9 mg/dL; P=0,0175) e de PCR (0,3 ± 0,2 mg/dL vs. 0,2 ± 0,4 mg/dL; P=0,0321) em comparação aos EMS. Os indivíduos ObMS, em comparação aos EMS, apresentaram maiores níveis nos índices da VFC: componentede muita baixa frequência (VLF) (1628,9 ± 905,5 ms² vs. 952,5 ± 584,1 ms²; P=0,0165) e componente de alta frequência (1899,7 ± 2648,7 ms² vs. 1534,4 ± 1606,2 ms²; P=0,0122); além de elevação da pressão arterial sistólica após ortostase (126,7 ± 10,6 mmHg vs.116,2 ± 9,3 mmHg, P=0,0135) e prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma (421,4 ± 23,9 vs. 402,7 ± 28,6; P=0,0230). Na regressão linear, o colesterol HDL (β= -10,70; P=0,009) e as variáveis VLF (ms²) (β= +677,12; P=0,018), componente de baixa frequência (ms²) (β= +771,99; P=0,028), total power (β= +2067,23; P=0,023) e SD2 (β= +19,08; P=0,037) estão associadas independentemente ao perfil ObMS. Conclusão: A presença dessas alterações indicam que a ObMS, mesmo na ausência de síndrome metabólica, está associada à ocorrência de disfunção autonômica e, consequentemente, à maior risco cardiovascular. Palavras-chave: Obesidade Metabolicamente Saudável; Obesidade Metabolicamente Benigna; Sistema Nervoso Autônomo; Avaliação Autonômica; Variabilidade da Frequência Cardíaca | pt |
dc.description.abstract | Introduction: Obesity has been referred, since 1997, as a global epidemic and a major public health problem according to the World Health Organization. Although obesity is a major risk factor for cardiovascular diseases, in the 1980’s decade, some studies started to describe a “benign” obesity phenotype, called Metabolically Healthy Obesity (MHO). However, there is no consensus whether MHO, which represents obesity without the metabolic syndrome criteria, is associated with reduced cardiovascular risk or if it represents only a transition stage to metabolically unhealthy obesity (MUO). Therefore, the autonomic function evaluation of MHO individuals can contribute to identifying early alterations that may predispose to autonomic dysfunction and greater cardiovascular risk in these individuals. Objective: Evaluate whether MHO predisposes to autonomic alterations. Methods: A cross-sectional study was conducted with 241 employees recruited at a public tertiary hospital in Rio de Janeiro. Blood samples were obtained after a 12-hour fast to measure blood glucose, lipidogram, and C-reactive protein (CRP). The anthropometric-metabolic profiles of the volunteers were measured based on the Body Mass Index and the metabolic syndrome criteria by International Diabetes Federation. Autonomic function was assessed at rest using heart rate variability (HRV), electrocardiographic parameters (DII derivation), orthostatic test, and orthostatic hypotension test. Statistical analysis was performed by One-way ANOVA with Sidak post-test (normally distributed data) and Kruskal Wallis with Dunns post-test (non normally distributed data). Biochemical and autonomic variables were also evaluated with linear regression adjusted for gender and age. Results: Among the 241 volunteers recruited, 23 metabolically healthy normal weight (MHNW), 14 MHO and 61 MUO individuals were identified, with a mean age of 44 years. The prevalence of MHO was 7% among the participants included in the study. MHO had higher levels of low-density lipoprotein cholesterol (140.6 ± 40.8 mg/dL vs. 116.8 ± 31.9 mg/dL; P=0.0175) and CRP (0.3 ± 0.2 mg/dL vs. 0.2 ± 0.4 mg/dL; P=0.0321) than MHNW. Among the parameters of autonomic evaluation, MHO individuals, compared to MHNW, showed an increase in HRV indices: very low frequency (VLF) (1628.9 ± 905.5 ms² vs. 952.5 ± 584.1ms²; P=0.0165) and high frequency (1899.7 ± 2648.7 ms² vs. 1534.4 ± 1606.2ms²; P=0.0122); increased systolic blood pressure after orthostasis (126.7 ± 10.6 mmHg vs.116.2 ± 9.3 mmHg; P=0.0135) and increased QT interval on the electrocardiogram (421.4 ± 23.9 vs. 402.7 ± 28.6; P=0.0230). In the linear regression, HDL cholesterol (β= -10.70; P=0.009), VLF (ms²) (β= +677.12; P=0.018), low frequency (ms²) (β= + 771.99; P=0.028), total power (β= +2067.23; P=0.023) and SD2 (β= +19.08; P=0.037) are independently associated to the MHO profile. Conclusion: The presence of these alterations indicates that, even in the absence of metabolic syndrome, MHO predisposes patients to autonomic dysfunction and, therefore, enhances cardiovascular risk. Keywords: Metabolically Healthy Obesity; Metabolically Benign Obesity; Autonomic Nervous System; Autonomic Evaluation; Heart Rate Variability | en |
dc.identifier.citation | Duque AP. Avaliação do perfil autonômico em obesos metabolicamente saudáveiss. Dissertação [Mestrado Profissional em Ciências Cardiovasculares]. Instituto Nacional de Cardiologia; 2021. | |
dc.identifier.uri | https://dspace.inc.saude.gov.br/handle/123456789/81 | |
dc.language.iso | pt | |
dc.publisher | Instituto Nacional de Cardiologia | |
dc.subject | Obesidade metabolicamente benigna | pt |
dc.subject | Obesidade metabolicamente saudável | pt |
dc.subject | Sistema nervoso autônomo | pt |
dc.subject | Avaliação Autonômica | pt |
dc.subject | Variabilidade da frequência cardíaca | pt |
dc.subject | Variabilidade da frequência cardíaca | pt |
dc.subject | Metabolically Healthy Obesityriability | en |
dc.subject | Metabolically Benign Obesity | en |
dc.subject | Autonomic Nervous System | en |
dc.subject | Autonomic Evaluation | en |
dc.subject | Heart Rate Variability | en |
dc.title | Avaliação do perfil autonômico em obesos metabolicamente saudáveis | |
dc.type | Dissertação | pt |