Dissertações Mestrado CC
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Navegando Dissertações Mestrado CC por Autor "Costa, Glaucia da Silva"
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- ItemEstudo antropométrico e metabólico de pacientes após uso prolongado de antibióticos na endocardite infecciosa: um estudo caso-controle(Instituto Nacional de Cardiologia, 2020-10) Costa, Glaucia da SilvaIntrodução: A endocardite infecciosa (EI) é uma condição grave em que usualmente utilizam-se antibióticos durante 4-6 semanas. O número crescente de indivíduos com sobrepeso e obesidade nas últimas décadas tem sido desafiador para a saúde pública mundial. Estudos demostram uma relação entre sobrepeso/obesidade e uso prolongado de antimicrobianos. Objetivos: Analisar a variação da composição corporal e perfil bioquímico de pacientes com EI tratados com antibióticos por tempo prolongado em comparação ao grupo controle. Métodos: Estudo observacional, caso-controle. A coleta de dados foi realizada em prontuários, e por entrevista com os pacientes. Pacientes caso, eram adultos, que realizaram cirurgia cardíaca para o tratamento de endocardite infecciosa nos anos de 2016 e 2017, e os controles foram pareados por gênero, idade, e tipo de cirurgia realizada no mesmo ano que os casos. Após o seguimento de 1 ano, foram coletados dados clínicos, sociodemográficos, medidas antropométricas, exames bioquímicos e questionários de frequência alimentar e atividade física simplificado. Composição corporal foi avaliada por bioimpedância octopolar InBody 720. Dados foram analisados no programa Jamovi (Version 1.2) e R Core Team (2019). Resultados: Foram incluídos um total de 69 pacientes para a realização da pesquisa, sendo 23 casos e 46 controles. Houve maior prevalência de homens n=46 (66,7%), com idade média geral de 52±14 anos. A maior parte dos pacientes (n=56, 84,8%) tinha faixa salarial entre 1 a 2 salários mínimos. Os principais esquemas antimicrobianos no tratamento da EI foi: Betalactâmicos com 7/23 (32%) e Betalactâmicos + Aminoglicosídeos com 6/23 (27%).17% usaram glicopeptídeos, associados ou não a outros antibióticos. O IMC após 1 ano de seguimento dos casos foi de 27,3±5,9 e de controles de 29,3±6,03 (p=0,215). A obesidade aumentou em ambos os grupos, caso com 9/23 (40,9%) e controle com 18/46 (39,1%) p=0,810. A obesidade central foi notada nos 2 grupos, com perímetro da cintura (PC) de 91,8±15,1 e 95,1±15,0 (p=0,407) respectivamente. O percentual de massa gorda foi de 32,9±13,3 nos casos vs 36,6±11,4 nos controles (p=0,255). Não houve diferenças significativas estatisticamente entre casos e controles para todas as variáveis antropométricas estudadas. Na análise bioquímica o LDL foi de 108±26,4 nos casos e 122±38,9 nos controles (p= 0,117), triglicerídeos 178±32,1 nos casos e 190±45,5 nos controles (p= 0,064), insulina de 7,45 [5,49-14,2] nos casos e 13,2 [8,4-20,7] nos controles (p=0,024); HOMA IR de 1,75 [0,965-3,31] nos casos e 3,06 [1,48-5,72] nos controles (p= 0,042). Preenchiam critérios de síndrome metabólica 27/69 (39%) dos pacientes, mas de 80% das pessoas em ambos os grupos não praticava qualquer atividade física e apenas 4/66 (6,1%) fizeram algum acompanhamento nutricional. Conclusão: Não houve diferenças estatísticas entre casos e controles, porem em ambos os grupos, os expostos ao tratamento com antibióticos a longo prazo e os não expostos, obtiveram mudanças clinicamente significativas em seus perfis, aumento de peso e IMC, perfil lipídico elevado e resistência à insulina, circunferência da cintura e RCQ elevados. Isto sugere que outros fatores, e não o uso prolongado de antibióticos, foram responsáveis pelo ganho ponderal. Palavras chaves: Obesidade; Antibiótico; Endocardite; Antropométrica; Síndrome metabólica.